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Em Pauta

2016 será um ano que ficará na história

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/10/2016 07:05
2016 será um ano que ficará na história

Não, não se trata de Lula X Moro. Também não se trata de Marquinhos X Rose. Nem mesmo da mais profunda crise econômica da história brasileira. Esses temas, quando muito, serão notas de rodapé nos livros de história brasileiros. Trata-se do futuro da humanidade. Inteligência artificial, edição genética de bebês, alterações climáticas, explosão da população mundial, cura inimagináveis de doenças, Donald Trump.

2016 passará para a história como um ano decisivo para o futuro da humanidade - por tudo que está acontecendo nas ciências, nos avanços tecnológicos e no cerne das sociedades. E muito mais ainda pela forma que está tomando esse sonho (considerado louco por muitos) de sair da Terra e, finalmente, tornar o humano um ser interplanetário. O sonho em que Elon Musk trabalha há 15 anos, desde que fundou a Space X.

Também pouco importa que essa nave espacial tenha explodido no mês passado. Muito menos ainda, se foi sabotagem de um concorrente (empresa de nome ULA). Quem se recorda que Cristovão Colombo mal conseguia chegar ao insignificante porto de Palos, de onde velejaria para a América. É isso mesmo, as estradas espanholas estavam intransitáveis devido a expulsão dos judeus e Colombo teve problemas sérios para chegar às naves que lhe arrumaram. Dificuldades de um plano hercúleo. Musk, o novo Colombo, ultrapassará os obstáculos que se erguerem à sua frente.

Mas, porque ir à Marte e outros planetas? Essa é uma pergunta colossal. Antes de mais nada, pertence à grandiosidade do humano. Sim, sei que a ficção de Matt Damon não correu muito bem e ela está lastreada em muitas verdades. Também parece absurdo habitar um planeta onde se descobriu água há tão pouco tempo.

No entanto, consideremos estas hipóteses terríveis, que não podem ser descartadas por ninguém: um reles meteorito que se choca na Terra, guerra nuclear, devastação ambiental que estamos criando incessantemente em busco alucinada pelo lucro fácil, uma epidemia bíblica, quem sabe até mesmo a concretização das máquinas a la Exterminador do Futuro.

Tentar colonizar Marte faz todo o sentido. Mas até agora, sempre parecera coisa de livros e de filmes de ficção. Uma loucura em que nem a empresa de malucos chamada NASA tinha condições de tocar. Os cálculos da NASA afirmam que levar uma só pessoa a Marte custa US$ 10 bilhões. O que Musk está tentando fazer é reduzir drasticamente esse custo, trabalhando na tecnologia que permitirá a viagem.

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Open Agriculture. No futuro cultivaremos nossos alimentos em casa

A Inciativa para Agricultura Aberta - Open Agriculture - pretende proporcionar a todo mundo a possibilidade de produzir seus próprios alimentos. Além dos problemas climáticos, a maioria das pessoas não deseja residir nos campos de cultivo, querem viver nos entornos urbanos. A agricultura terá de adaptar-se a essa realidade. Open Agriculture é uma iniciativa da maior universidade tecnológica do mundo - MIT. Eles estão trabalhando para conseguir as condições perfeitas para o desenvolvimento de cada espécie vegetal nas cidades.

A conclusão é que não podemos mudar o clima de lugar, então só nos resta produzí-los em lugares fechados. Open Agriculture está criando plataformas de cultivo escaláveis - que servirão para pequenos espaços até grandes superfícies cultiváveis. Estão "copiando e gravando" todos os climas possíveis em uma "receita" digital a ser compartalhida. Plante e escolha o melhor clima para a plantação de alface em tua casa, por exemplo. O objetivo é conseguir um sistema sustentável, limpo e, que reduza a quantidade de alimentos desperdiçados. Seus códigos serão abertos, livres, a custo zero. Os "computadores de alimentos", como os pesquisadores do MIT os denominam, também servirão como ferramenta para os usuários promoverem a experimentação e inovação.

2016 será um ano que ficará na história

História de futebol: a invenção da série de pênaltis

Rafael Ballester era um jornalista espanhol de grande prestígio, como prestígio tinha o Troféu Ramon de Carranza, o grande acontecimento futebolístico do verão espanhol de anos passados. Esse troféu reunia 4 partidas em dois dias: semifinais no sábado e grande final no domingo.

Participavam grandes equipes espanholas e sul-americanas. Era a ocasião, naqueles anos, em que as informações pouco circulavam, para ver jogadores desconhecidos. Isso dava ao troféu grande interesse. Mas algo atormentava a sua organização: quando ocorria empate na semifinal e consequentemente a prorrogação, que poderia terminar empatada e obrigar a outra prorrogação, os jogos de sábado se tornavam intermináveis e extremamente cansativos para os jogadores, que tinham de voltar a campo no dia seguinte.

A esse fator somava-se a possibilidade do cara ou coroa, solução que nenhum time gostava. O jornalista Rafael Ballester inventou o sistema que viraria universal: que os desempates fossem resolvidos por uma série de pênaltis. Publicou sua proposta no Diário de Cádiz (cidade do sul da Espanha) e a organização do torneio a aceitou. Conversaram com todos os clubes que participavam naquele ano e todos concordaram.

A estreia ocorreu em 2 de setembro de 1962. Há 54 anos, portanto, Zaragoza e Barcelona disputaram a primeira série de cinco pênaltis da história. O "sistema Ballester" entrava em vigor. Mas, a série de cinco pênaltis terminou empatada. Três a três. O que fazer? Jogo parado. O árbitro consultou os presidentes dos times. Decidiram por uma nova série de cinco pênaltis, mas com cada time chutando os pênaltis em sequência e não intercalados. O Barcelona cobra seus cinco pênaltis. Marca todos. O Zaragoza perde o primeiro. O Barcelona sagrou-se campeão.
A ideia foi copiada gradativamente. Em agosto de 1971, a UEFA decidiu que as competições europeias utilizassem o sistema Ballester. Em 1982, introduziram o desempate com pênaltis no Mundial. Na final dos Estados Unidos, em 1994, o sistema resolveu a competição pela primeira vez. O Brasil ganhou da Itália.

2016 será um ano que ficará na história

O paradoxo do avô e as viagens no tempo

Algum dia viajaremos no tempo? René Barjavel (1911-1985) foi um jornalista e autor de ficção científica francês que passou muito tempo pensando nas viagens no tempo. Em seu livro "O viajante imprudente", de 1943, perguntou o que ocorreria se um homem viajasse ao passado e matasse seu avô.

Sem um avô, seu pai ou sua mãe não teriam existido e ele também não teria existido. Assim , nunca alguém viajaria ao passado para matar o avô. O paradoxo do avô é um pilar da física e de vários filmes ("Exterminador do Futuro", "De Volta ao Futuro" e outros).

Há pessoas que defendem as viagens ao passado argumentando que há universos paralelos. As mudanças que um viajante do tempo fizesse construiriam novas histórias separadas das existentes.
Todavia, o paradoxo do avô se sustenta, ainda que só diz que viajar ao passado é impossível.
Nada diz da outra possibilidade. Que aconteceria se o avô matasse o neto quando o último viajasse ao passado? Mas, também, há de se pensar que foi o neto quem teve a ideia primeiro.

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