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Em Pauta

23 de abril, Dia do Livro, nossa caixa de memórias

Mário Sérgio Lorenzetto | 23/04/2016 08:11
23 de abril, Dia do Livro, nossa caixa de memórias

Dentre todos os diversos instrumentos inventados pelo homem, o mais assombroso é o livro. Todos os demais são extensões de nosso corpo. Só o livro é uma extensão da imaginação e da memória.
Quando os primeiros europeus aportaram em nossas terras, a maior fonte de estupefação de nossos indígenas não eram nem as balas ou canhões, eram os livros. Os homens que chegavam em "enormes barcos" se comunicavam e se entendiam por um artefato que os índios não compreendiam. Imaginem o estarrecimento de um índio ouvindo um europeu, recém chegado, lendo um livro que contava todas suas façanhas e as de seus antepassados.
Aquela "caixa" de papel guardava a memória dos seus familiares, do seu povo. 23 de abril deveria ser comemorado em todas as escolas do país, em todas as faculdades... em todos os santuários dedicados ao saber. A sabedoria decorrente da transmissão oral é rasa, improfícua. Somente com os livros nos emancipamos e conquistamos a liberdade.

23 de abril, Dia do Livro, nossa caixa de memórias

A intolerável casa de tolerância que nunca fecha a porta.

No mundo todo, a prostituição é o destino precoce de muitas meninas e, em menor grau, também dos meninos. Por incrível que pareça, calcula-se que há pelo menos cem mil prostitutas infantis nos Estados Unidos, segundo informe da Unicef. Mas é nos bordéis e nas ruas do sul do mundo que trabalha a esmagadora maioria das vítimas infantis do comércio sexual.
Esta multimilionária indústria, vasta rede de traficantes, intermediários, agentes turísticos e proxenetas, age com escandalosa impunidade. Na América Latina não há nada de novo: a prostituição infantil existe desde que, em 1536, inaugurou-se a primeira "casa de tolerância" em Porto Rico. Atualmente, algo como 500 mil meninas brasileiras trabalham vendendo o corpo, em benefício de adultos que as exploram.
São tantas brasileiras como as da Tailândia, não tantas como na Índia. A cada ano aumenta o número de meninas lançadas no mercado de consumo. Segundo estimativas oficiais, pelo menos um milhão de meninas se acrescentam, anualmente, à oferta mundial de corpos.

23 de abril, Dia do Livro, nossa caixa de memórias

Davi e Golias, a fragilidade pode ser uma arma poderosa.

Temos uma tendência a criar uma identificação com pessoas em situação de desvantagem. Essa ideia foi fruto de um estudo em que exibiam dois mapas de países - um pequeno e outro grande - a pessoa devia dizer para qual dos dois torceria em caso de uma guerra. Os participantes da pesquisa escolheram o país menor.
É verdade, estabelecemos vínculo com aqueles que demonstram ter vencido na vida após superar adversidades. Esse fenômeno recebeu o nome de "efeito underdog" (azarão ou perdedor). A tática funciona bem com os políticos, veja o caso do prefeito de Campo Grande que a explora até agora, mas pode ser direcionada para o mercado.
Não por acaso, gigantes como o Google e a Apple fazem questão de destacar o passado de dificuldades como empresas que surgiram em garagens da residência de seus fundadores. Uma situação de desvantagem desperta em nós um senso de justiça, de busca pelo equilíbrio. Mas vale uma ressalva, existem situação em que o efeito Davi contra Golias não funciona, é o caso dos hospitais que precisam passar uma imagem de qualidade e liderança.

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