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Em Pauta

A água de Roma e a água de Campo Grande – onde está a modernidade?

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/02/2014 08:35
A água de Roma e a água de Campo Grande – onde está a modernidade?

Água o segredo da grandeza de Roma

Roma não tinha um porto importante e nem se encontrava próxima a um grande lago. Mesmo assim, a água era o segredo de sua grandeza. Permitiu que a cidade crescesse. Sem água, os romanos não teriam conseguido convertê-la na metrópole mais poderosa do mundo. Centenas de milhões de litros de água determinaram sua admirável ascensão. Água límpida e potável todos os dias abasteciam a cidade.

O entorno próximo da cidade não oferecia uma quantidade suficiente do recurso líquido. Para obtê-lo, os habitantes tiveram de vencer a natureza. Por isso, a luta mais importante dos romanos não foi travada contra exércitos inimigos e sim contra os vales e montanhas, os pântanos e bosques que rodeavam a cidade.

Nasceram as construções que figuram entre as mais impressionantes da história: os aquedutos romanos. Preservaram os vales, montanhas e bosques. Cinco gigantescos aquedutos transportavam a cada dia mais de 200 milhões de litros de água potável para a cidade. Espalharam pelo mundo essas magníficas construções.

Mais de 2 mil anos se passaram. Não há dúvida de que alguma modernidade foi instalada em Campo Grande pela Águas de Guariroba. Acabam de instalar uma tecnologia israelense que promete melhorar o serviço de abastecimento de água. A empresa TaKaDu desenvolveu um sistema para monitorar e analisar a eficiência da distribuição de água. A tecnologia permitirá detectar, em tempo real, qualquer problema na rede de abastecimento. Queda de pressão, pressão elevada, vazamentos ou locais com problemas de falta de água. Uma boa iniciativa para a economia da empresa e para os habitantes da capital. A rede de esgotos cresceu à velocidade inimaginável. Esta é outra iniciativa favorável à economia da empresa e à saúde da população.

A água de Roma e a água de Campo Grande – onde está a modernidade?

O sistema de captação das águas sofre denúncias de poluição. Pior, contaminação por esgotos

Para abastecer Campo Grande, a empresa conta com dois tipos de captações: superficiais e subterrâneas. As duas superficiais são o Guariroba e o Lajeado, responsáveis por 67% do abastecimento. O lago da represa do Guariroba, a principal fonte de água, tem um volume de 4 milhões de metros cúbicos e conta com uma área de 97 hectares de captação. A captação subterrânea conta com 105 poços em operação. Os números dão a sensação de tranquilidade.

Mas a modernidade não está instalada nessa operação da Águas de Guariroba. Há um profundo desinteresse por parte da Prefeitura de Campo Grande. Os cuidados com os mananciais, com as fontes de água estão obsoletos, ambos, órgão público e empresa não demonstram cuidados com os 33 mananciais de água existentes em Campo Grande. Não basta cuidar apenas de suas propriedades, há de copiar as iniciativas de tantas cidades como Nova York e São Paulo. Nelas, os proprietários rurais, mesmo os mais longínquos, recebem valores para cuidar dos rios e riachos que cortam suas fazendas e chácaras. O resultado é claro e límpido – toda a população de Nova York toma água direto da torneira. Alguém se habilita a beber água da torneira em Campo Grande? A água que ingerimos está realmente contaminada?

A água de Roma e a água de Campo Grande – onde está a modernidade?
A água de Roma e a água de Campo Grande – onde está a modernidade?

A burocracia em um país socialista. Uma viagem sideral das esquerdas

Na ex-União Soviética, absolutamente todas as transações eram da alçada do Estado e isso tornava o sistema de contabilidade extremamente complicado. Em um restaurante soviético, um mero jantar tinha de passar por um sistema contábil inimaginável para o mundo capitalista. O garçom, após anotar o pedido, tinha de registrá-lo cuidadosamente em um livro. Depois ele não ia, simplesmente, informar o pessoal da cozinha. Antes, o garçom passava pelo contador, que fazia outro registro dos alimentos pedidos e, só então, emitia uma papeleta que ia para a cozinha. Nela, outro registro era feito e, só então, o prato começava a ser preparado. Quando este ficava pronto, outra papeleta era emitida e entregue ao garçom. Ele não levava o prato diretamente à mesa. Precisava antes entregar a papeleta da cozinha para o contador, que registrava a finalização do prato solicitado e entregava outra papeleta ao garçom, que só então retornava à cozinha e levava a comida até a mesa, anotando em seu livro que o prato pedido, devidamente contabilizado e preparado, tinha afinal sido entregue à mesa.

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Toda essa contabilidade era sufocante e demandava um tempo considerável

Muito mais, na realidade, do que o exigido para o preparo do alimento. E não adiantava se impacientar e reclamar da demora, pois nada no mundo podia apressar os trâmites. O procedimento era imutável. Estava no cerne da estatização de tudo. Assim, com esse pequeno exemplo do cotidiano, viviam milhões de pessoas e ainda vivem uns poucos. Se a burocracia estatal era incompreensível, a organização das lojas de alimentos estava no mesmo caminho.

Existiam dois tipos: aquelas só aceitavam cupons de racionamento, onde os alimentos eram muito baratos; e as lojas livres, igualmente administradas pelo governo, nas quais se podiam adquirir quase todos os tipos de alimentos, mas a preços extremamente altos. Para as pessoas comuns, aquelas que enfrentavam imensas filas nas lojas que só aceitavam cupons, o mais importante era o preço do pão, do repolho e da batata. As vitrines das lojas eram enfeitadas com réplicas em cera dos produtos ali vendidos. Presuntos de cera, salsicha de cera em até mesmo, latas de caviar de cera.

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Outra estranheza era o trabalho para obter estatísticas

A divulgação de estatísticas agrícolas, industriais ou demográficas era um crime de traição tão grave quanto a divulgação de informações militares. O resultado disso era a total impossibilidade de obter números relativos à produção russa. Tudo era quantificado em termos de percentuais. Se não conseguisse encontrar um valor de referência nada havia obtido, pois nada melhor do que publicar um dado econômico em percentual e não dar a referência, nada terá dito, tudo continuará na mais santa ignorância. Qual era a população de Stalingrado (atual Volgogrado)? A resposta vinha em percentuais: 87% do que havia antes da Segunda Guerra Mundial, como não se divulgavam as populações anteriores à guerra, viajavam no espaço sideral ou na maionese. Eis o mundo cotidiano tão sonhado pelas esquerdas, estatizado e burocratizado.

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Corruptômetro acusa perdas de R$ 390 bilhões na Europa – o Brasil supera

A Comissão Europeia denunciou ontem que os países do bloco perdem até cerca de 120 bilhões de euros todos os anos para a corrupção. O montante corresponde a 1,04% do PIB (Produto Interno Bruto) dos países da região, que chegam a US$ 15,5 trilhões. Como todos sabem, também perdemos muito para a corrupção. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que também tem um “corruptômetro”, afirmou que em 201,0, a corrupção custava ao Brasil entre R$ 49,5 e R$ 69,1 bilhões por ano. São 3% do PIB de US$ 2,3 trilhões do país. Nossa corrupção é três vezes maior a europeia.

Naquele bloco, cidadãos de 28 países foram entrevistados e três de cada quatro diz ter notado aumento dos níveis de corrupção. A prática é acentuada naquelas nações que implantaram os programas de austeridade. É por isso que na avaliação da comissária de Assuntos Internos da União Europeia, Cecilia Malmstroem, o fim da crise e a transparência de ações são considerados instrumentos importantes para o fim da prática. O conselho também vale para este lado do Oceano.

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