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Em Pauta

A gratidão é inerente para quem deseja ganhar mais dinheiro

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/05/2014 13:41
A gratidão é inerente para quem deseja ganhar mais dinheiro

Quer mais dinheiro? Seja grato

A pesquisa foi feita por três universidades norte-americanas, uma delas é a Harvard. Os pesquisadores pediram aos voluntários que escrevessem detalhes de um dia típico em que se sentiram felizes ou gratos. Em seguida deveriam dar nota entre 1 e 5 para dimensionar o quanto de gratidão ou felicidade que sentiam no momento. Por último, os voluntários deveriam escolher entre duas formas de ganhar dinheiro: imediatamente ou médio prazo – entre uma semana e 24 semanas. Caso a opção fosse pelo imediatismo eles receberiam entre US$ 11 a US$ 80. Se resolvessem pelo prazo médio poderiam receber entre US$ 25 e US$ 85, quanto mais tempo demorassem, mais dólares receberiam.
Os resultados estão publicados na revista científica Psychological Science. Mostraram que os mais gratos conseguiram esperar mais tempo e assim receber mais dinheiro. Em média, os mais gratos receberam US$ 63 e os menos gratos, US$ 55. Os pesquisadores acreditam que a gratidão tem forte relação com o autocontrole. A condição essencial para cumprir metas é ter autocontrole. Creditam elevada importância para estados emocionais positivos na hora de tomar decisões financeiras de vulto. A gratidão nos ajuda a ser mais felizes e abertos em relação à vida. Ela é um grande aliado para tomar decisões financeiras e poupar dinheiro.

O experimento radical da autossuficiência

Marcin Jakubowski é o dono de uma pequena fazenda no Misouri, ele é um agricultor romântico dos tempos da alta tecnologia. Com 41 anos de idade, ele passou os últimos cinco construindo máquinas industriais desde o seu início em uma demonstração de um modo de vida radicalmente autossuficiente que procura ser um modelo de vida social para qualquer lugar. Ele acredita que a liberdade e a prosperidade estão ao alcance de qualquer um que queria voltar para o campo e fazer os instrumentos necessários para construir uma civilização. Seu projeto é chamado de “Global Village Construction Set”, e atraiu seguidores mesmo com os obstáculos que teve que enfrentar.

As pessoas que apareceram para ajudar Marcin tinham mais entusiasmo por suas ideias do que propriamente conhecimento técnico. Até recentemente, viver em uma fazenda demandava amenidades mínimas como banheiros e cozinhas e água corrente, além de uma despreocupação com as condições climáticas adversas. A fazenda de Marcin não produz muitos alimentos e o supermercado mais próximo está a 25 km de distância. Mas ele não se importa com tais condições. Ele possui doutorado em Física e um temperamento obsessivo.

A gratidão é inerente para quem deseja ganhar mais dinheiro

Desde os 10 anos, Marcin escreve em um diário que está em 21 volumes.

Contudo, hoje em dia, os diários dele estão forrados com desenhos industriais e cartões comerciais. Com ascendentes poloneses que vivenciaram os horrores da Segunda Guerra Mundial, Marcin entende que a guerra é o resultado da privação, a inabilidade para assegurar meios de sobrevivência para as pessoas. Sua família deixou a Polônia quando ele tinha 10 anos e se mudou para Nova Jersey. A diferença entre a escassez na Polônia e a abundância dos supermercados nos EUA foi um motivo de choque. Ele nunca esqueceu as privações materiais que sua família passou. Em 2003, ele recebeu o título de doutor e deu início a um Web site chamado Open Source Ecology, com o objetivo de coletar as melhores técnicas para a criação de comunidades sustentáveis. Após 3 anos, ele comprou uma fazenda com sua namorada por US$ 60.000,00.

Por dois anos, eles moraram em uma toca que eles mesmos construíram com duas mil sacolas de polipropileno. Para empilhar as sacolas eles compraram um trator usado por US$ 6.000,00. Eles construíram uma estufa, plantaram alface hidropônica e venderam em uma hora tudo que colheram em uma cidade vizinha. Porém, a segunda colheita foi destruída por insetos (tripes) e o trator começou a ter problemas mecânicos. O conserto do trator custou US$ 2.000,00. Após ser entregue, passaram-se dois dias e o trator estragou novamente. Sem dinheiro Marcin decidiu construir um novo, por conta própria.

Ele pesquisou na internet e concluiu que um quadrado de ferro com um sistema hidráulico – um quadrado com rodas – iria funcionar. Ele começou um blog para documentar seu progresso e várias pessoas começaram a participar de sua iniciativa, com sugestões para o aprimoramento do design e com doações para o trator. Ele demorou dois meses e gastou US$ 7.000,00 (a maioria advinda de doação) para terminar o trator.

A ideia de Marcin era de que não só seria possível construir sua própria casa, plantar sua própria comida, como criar todas as coisas necessárias para a manutenção da própria vida, incluindo as ferramentas que permitam que todo o resto seja produzido.

Em 2009, Jakubowski publicou uma lista de 50 máquinas que seriam capazes de fornecer de maneira barata tudo que uma pequena comunidade precisava para manter uma existência confortável. Até agora, ele já construiu 16 das máquinas e já vendeu algumas com um pequeno lucro. A ideia das 50 máquinas é que elas poderão criar todos os instrumentos desejáveis para uma vida média. O diagrama das máquinas está publicado no site de Jakubowski para qualquer um que queria fazer o download e apresentar suas modificações.

A ideia de Marcin é a de formar um conjunto de designs de máquinas que possam ser reunidos em um DVD que possa sozinho, ser um kit de início para uma civilização que está no seu ano zero.

A gratidão é inerente para quem deseja ganhar mais dinheiro
A gratidão é inerente para quem deseja ganhar mais dinheiro

Ainda são poucos os fazendeiros dirigindo o trator ecológico

Um grupo da Guatemala construiu um em 2012 e um grupo de jovens do ensino médio de Pasadena foi responsável pela concretização de outro. A ideia de Marcin é a de que os governos estão se tornando ultrapassados. Ele defende que o futuro será composto por um campo de pequenas repúblicas, competentes e bem organizadas. A criação de Marcin foi reconhecida pela revista Time em 2012 e uma organização da África do Sul que apoia inovações criadas como Open Source – de código aberto, até então bastante populares na parte da produção de softwares – lhe doou US$ 700.000,00. Ele estima que a construção de todas as máquinas vai custar algo em torno de 2 a 3 milhões de dólares.

Quase todos os dias, ele recebe e-mails de pessoas que querem ajudá-lo a refazer a civilização, sem competição, derramamento de sangue ou depredação ambiental. As previsões do empreendedor da subsistência sobre a política podem até estar erradas ou gerar discussões acaloradas.

Contudo, uma das coisas que já é realidade e gera pouca contestação é a produção de conhecimento Open Source. Os governos estão velhos não apenas na definição de conceitos como soberania e república, estão ultrapassados quando movimentos de inovação trazem para a realidade projetos como o de Marcin. Se até algum tempo atrás, a ideia de software livre despertava o interesse de alguns pouco iniciados nas linguagens de programação, a ideia de conhecimento “Open Source” de forma mais ampla, para construir tratores, fornos de pão, casas e o que mais for necessário para uma civilização podem ser vistos como coisas do “passado” ou “dispensáveis” em países desenvolvidos, contudo, se aplicadas na realidade brasileira provocariam um grande avanço na qualidade de vida de todos.

Não se trata de quebrar patentes de ninguém, no caso, está-se a falar dos instrumentos básicos para uma vida com o mínimo de conforto. Um dos últimos projetos apresentados no blog é o “Velocar”, um pequeno automóvel para uma pessoa movido a eletricidade. Os movimentos sociais brasileiros deveriam lutar não apenas pela falta de terra ou moradia, mas pela falta de tecnologia.

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