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Em Pauta

A guerra entre JBS e Kátia Abreu: monopólio versus pequenos frigoríficos?

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/12/2014 08:08
A guerra entre JBS e Kátia Abreu: monopólio versus pequenos frigoríficos?

Aumenta a pressão contra Kátia Abreu na Agricultura

O Grupo JBS vem reagindo ao anúncio informal de Kátia Abreu para ocupar o Ministério da Agricultura. Um dos proprietários do frigorífico, Joesley Batista, teria se reunido com o todo poderoso ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para argumentar contra a nomeação da senadora do Tocantins e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA). O JBS nega a informação. As disputas entre Kátia e o JBS tornaram-se públicas no ano passado, quando o grupo lançou campanha publicitária da Friboi. A senadora fez um longo discurso defendendo os pequenos frigoríficos, acusando o JBS de prática de monopólio com auxílio do BNDES, que emprestou R$ 7 bilhões ao grupo. Ela pediu a exclusão da "propaganda enganosa" do Friboi afirmando que não são apenas eles que têm carne boa, mas todos os que têm certificados municipal, estadual ou federal.

Também aumenta a pressão contra Kátia em outras frentes, o PMDB (partido que a senadora está filiada) já disse que essa nomeação não faz parte de sua cota de ministérios almejados. O MST e lideranças indígenas estão entrincheirados lutando contra essa nomeação e dessa área conflituosa teria vindo a público um processo relativo às eleições de 2010, em que o MPE no Tocantins acusa a senadora de fraude na campanha de seu filho, Irajá Abreu, eleito deputado federal.

A guerra entre JBS e Kátia Abreu: monopólio versus pequenos frigoríficos?
A guerra entre JBS e Kátia Abreu: monopólio versus pequenos frigoríficos?

Quase metade do gado é abatida por pequenos frigoríficos

Há um risco real do JBS (secundado pelo Minerva, Marfrig e BRF) monopolizar o mercado da carne? Há respostas para todas as vontades. A Associação dos Pecuaristas do Mato Grosso (Acrimat) diz que fez uma pesquisa e que 35% da carne brasileira é processada por apenas um frigorífico. Também aponta perda de 4% para os produtores de regiões onde existiria esse monopólio. Na outra vertente, os grandes frigoríficos utilizam a pesquisa do IBGE que diz o contrário - não há concentração no setor. A Abiec, associação que representa o grupo de exportadores com o Grupo de Estudos Agrários da

USP apontou que 39 milhões de cabeças de gado são abatidas no Brasil a cada ano, e pouco mais de 26% são feitos pelos 4 maiores frigoríficos do país. Também apresenta um estudo em que soma os 10 maiores frigoríficos que, conforme eles, abatem 31% do gado nacional. Só há um número que ninguém contesta: 45% dos abates são realizados por frigoríficos que não são fiscalizados pela União. São fiscalizados pelos órgãos estaduais ou municipais que muitos entendem como mais "flexíveis" às boas normas de trabalho. Isto é, 45% do gado nacional é abatido por pequenos frigoríficos com certeza. Os demais 55% pertencem ao imaginário de cada produtor rural ou proprietário de frigorífico.

E a senadora será empossada ministra? É uma aposta fácil. Dificilmente, Dilma aceitará os torpedos que são contrários à nomeação.

A guerra entre JBS e Kátia Abreu: monopólio versus pequenos frigoríficos?
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Em busca do herbicida ideal para acabar com as "superervas"

Continua aumentando o surgimento de plantas resistentes ao glifosato (que até há pouco tempo era tido como o herbicida ideal). Os agricultores põem a culpa nessa proliferação de ervas indesejadas por eles à disparada no custo de produção dos grãos. Os grandes laboratórios novamente correm em busca de alternativas contra o problema, tido como um dos mais graves na atualidade. Domar, domesticar a natureza selvagem nunca foi barato. Os gigantes do setor de sementes e de defensivos têm ampliado as pesquisas de novas sementes transgênicas e herbicidas capazes de enfrentar as "superervas daninhas". O incrível é que se esquecem que há alguns anos o temor era o mesmo e o "medicamento" também. Os agricultores tornaram-se prisioneiros das gigantescas indústrias dos "pozinhos para matar a natureza selvagem". Não admitem uma associação com esse "intruso indesejável" que nascem sem parar em suas terras. Vermes, insetos, plantinhas, chuvas excessivas e secas prolongadas são os vilões.

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E seguem os dispendiosos lançamentos de novos venenos

Uma leva de lançamentos de produtos com a finalidade de eliminar as "superervas" deve chegar em breve ao mercado brasileiro. A nova bomba contra a maldita erva é o herbicida Enlist Duo, uma mistura de glifosato e outra substância denominada 2,4-D que já foi aprovado nos Estados Unidos.

É uma realidade similar a vivenciada nos hospitais com as "superbactérias". Inventam um medicamento que mata as atualmente existentes, mas sempre sobra alguma

resistente a esse medicamento. São obrigados a inventar um outro medicamento para matar a nova bactéria. Uma roda sem fim cada vez mais inútil e dispendiosa. O mesmo raciocínio pode ser empregado com o combate aos mosquitos que transmitem dengue e tantas outras doenças. Eternizam o embate entre o homem e a natureza. As indústrias agradecem e se tornam cada vez mais ricas. Os alimentos ficam mais caros, os tratamentos hospitalares pioram e as doenças transmissíveis aterrorizam as populações. E os governantes?

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Alta da Selic não abala interesse dos fundos em empresas do MS

Embora o presidente da Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul (Fiems), Sergio Longen, tenha declarado que a elevação de mais meio ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, inibirá os investimentos do setor industrial, o mesmo não acontecerá com o apetite dos fundos de investimentos em médias e grandes empresas, destacando-se o particular interesse por companhias do nosso estado, além de Goiás, Paraná, São Paulo, Espírito Santo e Piauí. Relatórios da B2L Investimentos mostram evolução nos negócios de 47 sócios espalhados por empresas brasileiras, especialmente localizadas nestes estados.

Antes da estabilidade da moeda, conquistada a partir do Plano Real, a volatilidade do capital afastava maiores expectativas de permanência deste dinheiro na economia. Hoje, de acordo com a empresa, os fundos planejam ficar, pelo menos, sete anos com o capital internalizado na economia nacional até ter o retorno almejado dos investimentos, o famoso payback, de pelo menos o triplo do valor inicialmente investido. A B2L é otimista e prevê mais fundos soberanos vindo para o Brasil em 2015 e 2016.

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"Não dar o peixe, mas ensinar a pescar": está certo?

Certamente você viu, ou escreveu, durante as últimas eleições essa famosa frase que aparece em todas as eleições. Não dar o Bolsa Família, não dar amparo social aos mais necessitados é um dos temas preferenciais. A ideia é que somente com a educação o mais pobre consegue alcançar o padrão de vida do mais rico. Quem é contrário a essas políticas diz que o dinheiro dos impostos não deve ser desperdiçado com a "exaltação da preguiça", que os pobres não querem mais trabalhar e tantos argumentos semelhantes. Quem está no polo oposto, a favor desses programas sociais, argumenta em torno da

solidariedade humana, da má distribuição da renda, da impossibilidade de educar uma criança de barriga vazia....Esse debate existe no mundo todo.

Os economistas norte-americanos Richard Reeves e Isabel Sawhill resolveram tirar a prova e compararam o desempenho de estudantes pobres que (aprenderam pescar) concluíram o ensino superior com o de estudantes ricos que abandonaram os estudos durante o ensino médio. E descobriram que, apesar de todo o esforço, a quantidade de diplomados universitários que continua entre os mais pobres da população é quase a mesma de ricos fujões que permanecem no topo. Portanto, de acordo com esse estudo ensinar a pescar não é salvo conduto para o paraíso dos ricos e pior, quem nasce rico, tem muita chance de morrer rico apesar de estudar pouco. Colocaram mais lenha na fornalha?

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Greenpeace oferece mais benefícios trabalhistas que grandes empresas

Suas ações midiáticas frequentemente ganham espaço na imprensa mundial. A causa ambiental do Greenpeace é reconhecida pela maioria das populações. Invadem navios petroleiros poluidores e empresas que não respeitam o meio ambiente. Agem com "confrontações criativas" que, apesar de propugnarem a paz, terminam em violência. Para muitos são heróis do século XXI, para outros apenas mais um grupamento de terroristas, ou melhor: eco terroristas.

Mas há uma face pouco conhecida do Greenpeace - o tratamento que dispensam aos funcionários. O Greenpeace é uma ONG, mas oferece condições de trabalho que raras vezes estão disponíveis em grandes empresas. Além de bons salários, há programas de expatriação, bolsas de estudo e períodos sabáticos (sem trabalhar mas recebendo o salário) concedidos a quem quiser estudar no exterior, plano de saúde, plano odontológico, seguro de vida e vales alimentação e de transporte. Eles têm três escritórios no Brasil: em São Paulo, Brasília e Manaus. O maior eixo de luta atual em terras brasileiras é pela instalação de painéis solares em 1 milhão de residências.

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