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Em Pauta

A mulher é amarela. Dia Internacional da Mulher

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/03/2015 07:45
A mulher é amarela. Dia Internacional da Mulher
A mulher é amarela. Dia Internacional da Mulher

O Novo Alvorecer em Campo Grande.
O sol de Campo Grande aquece uma chinesa que veio da chuva.

Lin Hsiu Lun é uma chinesa de Taipei, um dos tigres asiáticos, uma das regiões mais ricas e desenvolvidas do mundo. Ela escolheu o nome "Adriana" pelo belo som, para usar no Brasil. Os chineses entendem que devem escolher nomes ocidentais para tratar com outros povos devido à dificuldade de memorização.

Adriana tem tios que vivem no bairro da Liberdade em São Paulo e há vinte anos veio visitar o Brasil. "Adriana" diz que foi "afinidade interior" o que sentiu pelo país quando chegou. Um forte sentimento inexplicável a fez pensar em viver neste trópico. Ela era professora, lecionava para crianças de 3 a 6 anos.
Aventureira, buscava um país diferente e ao retornar a Taipei convenceu seus pais a lhe permitir morar no Brasil. Através de um amigo paulista conheceu Campo Grande. Gostou da organização da cidade. Seus pais, proprietários de uma loja de utensílios para cozinha, vieram conhecer Campo Grande e compraram uma residência para Adriana. Em seguida suas duas irmãs mais novas resolveram vir para o Brasil.

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O diferente casamento de uma chinesa.

Chang Yung veio conhecer o Brasil. Ele também é de Taipei. No Brasil, Chang Yung adotou o nome ocidental de "Geraldo". Ele foi um dos chineses apresentados a "Adriana" por seus familiares com a esperança de convencer a bela chinesinha a casar. Os familiares diziam que ela estava "velha" com 35 anos e precisava casar. Namoraram. Voltaram à China para casar.
As diferenças entre um casamento chinês e um brasileiro começam com a marcação da data da celebração. Eles contratam um especialista que faz um estudo a partir da data de nascimento dos futuros cônjuges. Adriana usa o termo "encaixar" para tentar explicar a data marcada. O "marcador de data de casamento" consulta dois calendários - o solar e o lunar. E marca uma data. O método utilizado é algo incompreensível para um brasileiro. Essa escolha, no entendimento chinês, será determinante para que o casamento perdure até a morte. Também há um estudo do horário para que os noivos entrem no quarto de núpcias.

O noivo vai buscar a noiva em sua casa. Ele se ajoelha na frente dos pais da moça. Ela faz um discurso de agradecimento pelos pais do noivo o terem criado bem. Registram as núpcias e fazem uma grande festa com amigos e familiares. Quem prepara e paga a festa é a família do homem.

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Há um equilíbrio de poder no casamento.

Na China a maioria dos homens comandam a casa. Hoje, a metade das mulheres de Taipei trabalham fora de casa e elas buscam melhores salários. A outra metade permanece trabalhando dentro de suas casas, cuidando da família. Mesmo sendo donas de casa elas não são submissas; o machismo não é forte, não predomina. A palavra que define o relacionamento é "respeito". As mais jovens não pensam em casamento. Só pensam em namorar. Mas há um avanço das mais jovens nos estudos e nos salários.

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A comemoração do Dia Internacional da Mulher.

Não há um feriado para comemorar o Dia da Mulher na China. Todavia, ganham muitos presentes e existem programas especiais na televisão. Todas as lojas dão presentes no dia 08 de março.

Todas as mulheres com menos de 40 anos estudam. Atingem no mínimo o nível secundário e muitas vão às faculdades. Todos os ciclos de ensino são integrais. Do primeiro ano escolar até o fim da universidade estudam o dia inteiro, não trabalhando no período escolar. Gastam entre R$100 e R$ 200 por mês com os estudos pois há grandes subsídios governamentais. Nas universidades, os alunos moram dentro da universidade por ser mais barato. A moradia para universitários também conta com benesses governamentais. Os jovens que vivem fora da universidade alugam apartamentos em suas cercanias, porém essa é uma vida reservada para poucos por ser cara.

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Os filhos brasileiros do casal chinês.

Adriana e Geraldo construíram uma família com três filhos. O mais velho, Victor Manoel Chang,11 anos, estuda na Escola Militar e os dois mais jovens, de 8 e 5 anos, estão nos cursos do Sesc. Os estudos são prioritários na vida do casal.

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O sol de Campo Grande.

Taipei é uma grande cidade onde a chuva é uma constante. As pessoas estão o tempo todo "encolhidas", quase não se comunicam. O maior encantamento de "Adriana" com Campo Grande é o sol e o calor humano, a facilidade de comunicação do povo. Ela diz que foi difícil se acostumar a cumprimentar pessoas que não conhecia. Muito mais difícil ainda foi se acostumar com os beijos dados pelos brasileiros como forma de cumprimento. Os corpos dos chineses não se encontram com a mesma facilidade que os dos brasileiros, não há abraços e beijos com facilidade. "Adriana" diz que era uma mulher tímida e fechada ao mudar para Campo Grande. A cidade a transformou em uma mulher simpática, afável e extrovertida.

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