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Em Pauta

A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/05/2015 08:11
A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas

Dá para ser legal sem votar no PT ou PSOL? Um esboço da formação da nova direita.

A tradição ideológica determina que as correntes de esquerda não se entendem e a direita sempre consegue se manter unida. Não é assim no Brasil do século XXI. A nova direita, aquela que tem papel preponderante nas manifestações e nos debates acalorados na internet, não se entende. Vale conceituar que a velha direita é aquela que clama pela volta da ordem militar no comando do país. A nova direita não tem um partido onde militar pensa em fundar um que possa chamar de seu, mas traz como alternativa aliar-se a um partido em formação, denominado Partido Novo, que defende o fim das estatais, do voto obrigatório e do fundo partidário. A nova direita tenta se organizar em três movimentos: Vem pra Rua, Revoltados Online e o Movimento Brasil Livre. Para os três grupamentos somente a revista Veja é poupada de suas críticas. As mais ácidas são despejadas na Folha de São Paulo e no Datafolha, que contou 210 mil pessoas na Avenida Paulista, em 15 de março.

O livro base dos organizadores do Movimento Brasil Livre é "As Seis Lições", de Ludwig von Mises, economista da escola liberal austríaca, antikeynesiano e contrário a qualquer política distributivista. Os institutos que dão suporte intelectual aos movimentos de direita são os que levam o nome de Mises, o Instituto Millenium, o Instituto Ordem Livre e o Instituto de Formação de Líderes. Há um esboço em formação da nova direita brasileira. Uma vertente está ligada às igrejas neopentecostais que dá ênfase aos valores morais e a outra, constituída majoritariamente por jovens profissionais liberais, que prega os cortes nos impostos e na previdência social.

Um dos principais gurus da nova direita é o articulista Olavo de Carvalho. Ele já esteve ligado à velha direita, que prega a intervenção militar. Hoje, Carvalho defende a tese de que falar de reforma política é diversionismo; ataca a ampliação dos direitos sociais e cultiva aversão à elite acadêmica e vê as Universidades como "antros de Marilenas Chauís". Outra característica que a nova direita compartilha é o ressentimento contra a legislação trabalhista, como também contra programas como o Bolsa Família e as cotas para negros e índios. São qualificados como socialistas. A linguagem deles mescla diversão, provocação e um pouco de rock and roll. Não aceitam o estigma de "coxinhas". Não aceitam a ideia, patrocinada pelos esquerdistas, de ser uma direita pesada e convencional. Para uma parte deles é de bom tom ter amigos negros, gays e artistas. Afirmam que dá para ser legal sem votar no PT ou PSOL.

A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas
A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas

Todos os municípios serão muito pressionados. Teremos uma proliferação de radares em Campo Grande?

O desaquecimento da economia poderá levar a uma pressão maior da sociedade sobre os municípios. A temperatura vai aumentar. As prefeituras vivem um recuo de receitas e, ao mesmo tempo, há uma pressão maior do cidadão para o atendimento de serviços básicos, que são executados pelos municípios, como saúde, creches, escolas, transporte público e obras em vias urbanas. Contribui para a situação o fato de os municípios terem uma base de arrecadação própria estreita para fazer frente à queda das transferências da União e do Estado, que já começa a ocorrer pelo recuo da atividade econômica.

Os municípios arrecadam basicamente ISS e IPTU. Diferente dos Estados e da União, as áreas em que eles podem tributar são limitadas. Mas existe algo em desenvolvimento que passa desapercebido por muitos - eles podem aumentar as multas de trânsito. Começam a instalar mais e mais radares. E todo esse dinheiro não é transparente. As prestações de contas e os orçamentos não falam da existência dessas multas. É um dinheiro "semiclandestino" na burocracia pública. Existe, mas ninguém presta conta dele. Alguns prefeitos conhecem esse quadro e teriam se reunido, recentemente, em Brasília, discutindo essa alternativa.

A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas
A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas

Quando a cultura revoluciona uma cidade.

Austin, a capital do Texas, guarda muitas semelhanças com Campo Grande. Tem a mesma população: em torno de 850 mil habitantes. Está intimamente associada à música country, o sertanejo dos norte-americanos. Têm forte referência nos caubóis, os boiadeiros bem vestidos. Sua economia estava estreitamente vinculada ao funcionalismo. E é claro, um polo importante do conservadorismo. Só que Austin conseguiu fugir de todos esses estereótipos e tornou-se uma cidade rica. Atualmente Austin é a cidade mais tecnológica do mundo e vem sendo chamada de "Silicon Hill´s" (Colina de Silício) em uma alusão clara ao Vale do Silício, situado na Califórnia. Nos últimos anos o número de postos de trabalho relacionado à alta tecnologia cresceu 74% nessa cidade. No ano passado foi a campeã nacional em geração de empregos.

Mas o que promoveu essa revolução na cidade? Foram os eventos que a capital texana promove os maiores responsáveis por sua transformação. Quando bem-sucedidos, eventos são uma das melhores vitrines para uma cidade, e Austin comprova isso. Austin recebe 19 milhões de turistas por ano, um terço do que recebe a megalópole N.York. Entre tantos eventos, em Austin ocorre o SXSW (South by Southwest). É o lançamento anual de bandas de rock promissoras. Na versão atual, mais de 2.000 shows são apresentados em 6 dias. Desde o ano 2.000, o SXSW ganhou corpo com o lançamento do SXSW Interative: dez dias com mais de 1.200 palestras sobre tecnologia e criatividade que só neste ano atraíram 35.000 pessoas de 85 nacionalidades. Para ter uma dimensão do evento vale dizer que as redes sociais Twitter e Foursquare ganharam notoriedade após terem sido apresentadas lá. Austin abriga a sede da fabricante de computadores Dell e um centro de pesquisas da IBM. Facebook e eBay têm fortes operações na cidade. Austin soube também vender sua fama de ser uma cidade excêntrica. Em todos os lugares se vê o "Keep Austin Weird" (algo como "Mantenha Austin Estranha"). Os moradores são famosos por serem fortes defensores de pequenos comércios e travam lutas gigantescas contra as grandes redes. Os seus habitantes se orgulham de "ser do contra", gostam de se opor ao normal. Enquanto isso, em Campo Grande, debatemos a existência de tarados e corruptos. Tristes anos.

A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas
A nova direita não tem partido, mas movimentos não aceitam estigma de coxinhas

Estudo dá dicas valiosas para não ganhar peso excessivo em restaurantes.

Existem pequenos hábitos que nos permitem controlar melhor a gula nos restaurantes. Pelo menos é o que defende Brian Wansink, professor de ciência nutricional da Universidade de Cornell, em N.York. Ele é um especialista em comportamento do consumidor.

1. Em um restaurante, peça para ficar próximo à janela. Wansink afirma que existem estudos que aqueles ficam ao lado de uma janela, com vistas para a rua, aumentam em 80% a chance de pedir salada.
2. Escolha um restaurante com bastante luz natural e música baixa de fundo. Essa escolha fará com que aprecie melhor a refeição e que não tenha de pedir mais e mais alimentos para se satisfazer. Todavia, música muito alta tem o efeito contrário.
3. Peça o que realmente lhe apetece. Ao tentar enganar seu cérebro com escolhas supostamente mais saudáveis, não estará apreciando a refeição, o que fará com que tenha, mais cedo ou mais tarde, de pedir mais alimentos para preencher o "vazio". Não troque a picanha pela alface, pois o risco de "compensar" com uma grande fatia de torta na sobremesa será elevado.
4. Se os pratos tiverem tamanhos diferentes, escolha o menor. Temos tendência a tentar "preencher" todo o espaço do prato que estiver disponível, ainda que a gula não seja grande.
5. Nunca entre na fila de um buffet sem dar uma volta ao redor das mesas onde estão distribuídos os alimentos. Esse comportamento evita que você se sirva de porções grandes demais.
6. Não se sente ao bar de um restaurante. De acordo com Wansink, quem fica no bar pede, em média, três bebidas a mais do que as pessoas sentadas nas mesas mais afastadas. E ainda tem 73% de chance de pedir uma sobremesa.

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