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Em Pauta

A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/06/2015 08:10
A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma

A Transparência é sempre uma arma. Porque a Prefeitura fere a justiça publicando salários de professores e enfermeiros.

A Lei da Transparência foi sancionada após duro embate entre imprensa e ONGs de um lado e governantes e funcionários públicos do outro. Os contendores apresentavam argumentos sólidos para defender suas posições. Aqueles que pleiteavam a vigência da lei esgrimiam a ponderação de que somente com ela a sociedade poderia tomar conhecimento de possíveis corrupções e falcatruas. Governantes e funcionários argumentavam em prol de sua segurança. Temem que a divulgação de seus salários amplie a sanha de sequestradores. O resultado é a falta de transparência na publicação de salários pelas prefeituras e governos estaduais. São raríssimos os governos que adotam a publicação de salários.

Agora, a Prefeitura de Campo Grande publica os salários de professores e enfermeiros. Em plena greve. Adota uma postura que se traveste de transparência, quando em verdade é apenas uma batalha a mais na "guerra de picuinhas" que resolveram proclamar. Essa batalha causa grande estrago nas hostes grevistas, levando-os ao isolamento, a se distanciarem de um possível apoio da população. Não há dúvida que a publicação das listas salariais produz ferimento sério na energia grevista. Fere emoções, machuca privacidades e apequena o debate.

Todavia, a derrota de hoje poderá ser a vitória do porvir, de um futuro que dista mas que urge. O Prefeito se verá compelido a publicar a lista de seus famosos "100 pastores-fantasmas". E quantos mais que a imaginação de seus opositores, a imensa maioria da população, nunca sonhou. Há uma flagrante injustiça na parcialidade das publicações. A lei que a rege é a do mais forte, a do patrão colérico.

A transparência é uma arma, sempre foi uma arma. Serve para ferir, mas o tiro pode sair pela culatra, voltar-se contra o atirador. Duas greves sem imaginação, duas greves com a força de um tigre-de-papel, poderão ganhar a energia de uma bomba devido às listas. Elas estão isolando, mas também estão acuando e transformando oposição em ódio, em ferocidade inaudita. Coragem! Publiquem as listas dos professores e enfermeiros, mas publiquem também todos os apaniguados e seus deveres de conquistar votos e não trabalhar. Coragem! Publiquem o salário e a atividade, pois eles trabalham efetivamente, dos professores e enfermeiros, mas publiquem também os elevadíssimos lucros das empreiteiras que patrocinam os movimentos partidários. Um dia teremos a única transparência que interessa - a Transparência Plena.

A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma
A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma

Papa cria tribunal para julgar pedofilia.

O Papa Francisco havia prometido: "Todos os bispos devem exercer seu ofício de pastores com grande cuidado para salvaguardar a proteção dos menores e prestarão contas por essa responsabilidade". Ele acaba de criar um tribunal para julgar os bispos que utilizem seu poder para encobrir casos de pedofilia cometidos por sacerdotes ou religiosos sob sua supervisão. O Tribunal, que será coordenado pela Congregação para a Doutrina da Fé, punirá os bispos relapsos.
Há um ano o Papa celebrou uma missa diante de seis vítimas - três homens e três mulheres da Alemanha, Inglaterra e Irlanda - as quais havia convidado, em um gesto muito significativo e pediu "humildemente perdão pelos abusos sexuais cometidos pelo clero". Também prometeu às vítimas que já não haveria lugar na Igreja para os pedófilos ou seus cúmplices.

A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma
A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma

Carne bovina brasileira continua tentado obter seu "green card".

A tão almejada abertura do mercado norte-americano para a carne bovina in natura do Brasil deverá, enfim, ser anunciada nas próximas semanas. A expectativa é que a permissão de Washington para a importação da carne seja oficializada até a visita da presidenta Dilma Roussef aos EUA, marcada para o dia 30 de junho. A indústria brasileira de carnes espera pela medida há anos. Senadores de dois Estados com tradição pecuarista - Montana e Wyoming - criaram problemas para a importação almejada pelos industriais brasileiros. A alegação era o receio da aftosa. A burocracia estatal dos EUA avaliou essa temeridade em sucessivas visitas ao nosso país em 2002, 2003, 2006, 2008 e 2013. A estimativa é de que eles importem entre 20 mil e 60 mil toneladas de carne por ano. O volume é pequeno e não prejudicaria a balança comercial dos EUA e os preços teriam uma queda irrisória no mercado dos EUA. Em verdade, o bloqueio é feito pelos senadores norte-americanos e pelo receio da disputa que se travaria, após a chancela norte-americana, em outros países importantes como o Japão.

A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma
A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma

A carne originou a imaginação.

Pode parecer estranho, mas o novo conceito da origem da imaginação está lastreado na carne. Não, não é a carne entendida como sinônimo de sexualidade e sim a carne de outros animais que nos alimentam. O humano, por ser carnívoro, teve acesso a gorduras e especialmente a proteínas que não estão disponíveis em outras fontes de alimentos que não sejam a carne. Mas tem muito mais nas novas teorias evolucionistas.

Os primeiros humanos teriam sido apenas coletores, isto é, alimentavam-se procurando e coletando frutas, folhas, sementes e tubérculos. Após muito tempo alguém teve a brilhante ideia de comer carne de outros animais (e provavelmente de outros humanos). O problema da carne crua estava na digestão. As proteínas presentes na carne crua são muito longas e de difícil digestão (e mesmo assim há, hoje, uma modinha de comer carne crua). Os humanos não se deram bem com essa tentativa. Tiveram de aprender a manusear e controlar o fogo. O grande papel do fogo colocado sobre a carne é o de quebrar as imensas proteínas - facilitando a digestão. Está bem, mas onde fica a imaginação?

Com o costume de comer carne, veio o de caçar. A caça estimula habilidades de antecipação, porque você precisa conseguir "ver", imaginar o que está atrás da árvore ou sobre uma colina mais próxima. O subproduto da habilidade de antecipação é o super dom que o humano passou a ter de imaginar.

É a imaginação que dá ao humano a capacidade de mudar com maior rapidez do que as outras espécies. É como se o humano tivesse se transformado em um X-Men. É bem provável que comer carne e imaginar tenha nos colocado na posição de superiores. Éramos, indubitavelmente inferiores. Somos mal projetados, pois somos lentos. Somos mal planejados, pois temos pouca agilidade. Somos mal preparados, pois só temos um estômago e dentes francos. Somos mal equilibrados, pois não temos caudas. Ficamos atrás em quase tudo quando comparados a outros animais, mas temos a capacidade intelectual da antecipação-imaginação.

A publicação de salários nos portais da transparência é sempre uma arma
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O futuro dos relacionamentos: nova monogamia ou relações múltiplas?

São vários os pensadores que estudam como as pessoas se relacionam hoje, mas nem todos acham que está pior do que já foi. Uma das vertentes desses estudos diz que vivemos uma "nova monogamia", semelhante à existente na pré-história. De acordo com essa corrente, estamos vendo o retorno de comportamentos cotidianos que tínhamos a 500 mil anos. As mulheres vão para o trabalho todos os dias, há um aumento da sexualidade feminina, bem como do acesso à educação e empregos, e também do índice de divórcios. Estamos voltando a padrões de igualdade entre os sexos, família de renda dupla, alto índice de divórcios e de novos casamentos, e menor natalidade. Isso é ótimo para mulheres e homens: elas ficam mais livres, e eles têm uma parceira educada, saudável e que não depende deles. Mas, há o polo oposto dessa turma de pensadores - os que acham que vivemos uma era de relações múltiplas. A tese é a de que o amor é uma construção social que em cada época se apresenta de um jeito. Daqui a algumas décadas menos pessoas vão se fechar em uma relação a dois e mais gente vai querer ter relações múltiplas.

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