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Em Pauta

A realidade na política e os classificados desesperados

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/03/2016 08:00
A realidade na política e os classificados desesperados
A realidade na política e os classificados desesperados
A realidade na política e os classificados desesperados
A realidade na política e os classificados desesperados

Os novos candidatos que emergirão das passeatas.

O MBL (Movimento Brasil Livre), um dos mais importantes agrupamentos de inspiração liberal, responsável pela organização de vários atos contra o governo, lançará pelo menos 140 candidatos a vereador entre São Paulo e Rio de Janeiro. Não pretendem criar um novo partido e estão em fase de conversas com o DEM, PSC e o PPS, partidos que hoje ocupam o espectro mais à direita do arco partidário na visão desse movimento.
Não é diferente em Campo Grande. Um dos mais influentes e endinheirados grupamentos que vêm organizando as manifestações contrárias aos petistas, também pretendem lançar candidatos. Pelo menos duas pessoas estariam articulando suas candidaturas em conexão com uma igreja evangélica. Novas passeatas, novos políticos.
Uma candidata, que ainda deseja se manter incógnita, afirmou a esta coluna: "Não queremos ir para os partidos da base da Dilma e nem para a oposição comandada pelos tucanos. No fundo, são "farinha do mesmo saco". A ideia era sair pelo PSC, mas ficou difícil". Instada a responder o motivo das dificuldades, não quis responder. Respondendo à pergunta sobre uma vereadora que teve a oportunidade de usar os microfones na passeata, foi incisiva: "Sabemos com quem ela é casada, o passado dela a inocenta, mas o do marido é o pior que existe". E concluiu: "Ficamos no impasse e acabamos deixando que ela falasse".

A realidade na política e os classificados desesperados

A voz da periferia que não foi à passeata.

A revista inglesa "The Economist" denominou as passeatas contra os petistas de "revolução da cashmere". Os petistas apelidaram essa parcela da população que frequenta as passeatas que lhes são contrários de "coxinhas". A conotação é clara, continuariam a existir dois Brasis políticos - o dos ricos - contrários aos petistas (atualmente, contra todos os políticos) e o dos pobres - defendidos pelos petistas. Enquanto eles discutem, esta coluna ouviu as pessoas da periferia, a imensa maioria da população de Campo Grande que não compareceu à passeata.
A primeira constatação é similar à encontrada pelas pesquisas de opinião: os petistas e seus apoiadores sumiram. Mesmo os que votaram em Dilma estão com dificuldade de admitir e são os mais raivosos.
Carol, faxineira, diz: "Quero que Dilma se exploda". "Odeio essa mulher, votei nela para ela destruir o pouquinho que eu tinha". Ela explica o que os intelectuais não entenderam: "Como ir à passeata? Custa caro e quem cuidará do meu filho?". Antonina, secretária, também reclama. Sua reclamação é a outra parte da explicação das passeatas se manterem elitizadas: "Não tenho roupa para ir na passeata, é só para gente chic". Roberto, auxiliar de vendas, também é contra Dilma: "Votei nela por ser mulher. Não entendo de política e nem tenho tempo de acompanhar. Sei que está tudo ruim e que daria na mesma ter a Dilma ou o Aécio. O que importa é que o feijão ficou caro, a luz é só para a turma da passeata e a passagem de ônibus só dá para comprar uma por semana, para visitar minha mãe".
Orlando, o garapeiro, foi o único que resolveu tecer comentários elogiosos para os petistas. A referência é o passado recente. "Eles defenderam nós pobres mas se lambuzaram, ficaram mais "docinhos" que minha garapa. Na época do Lula tudo estava indo bem, vendia bem, ganhei casa, a luz era baratinha, a comida tinha carne duas vezes por semana". "Tudo acabou, sinto saudade do Lula, mas aquele juiz do Paraná diz que até o Lula ficou "docinho" ". Respondendo à indagação se ele irá à passeata do PT, Orlando pergunta: "É uma boa ideia, vou vender garapa para o pessoal. Tenho camiseta do PT. Mas preciso fazer a conta para não perder dinheiro".

A realidade na política e os classificados desesperados

Pequenas empresas. Falta gestão financeira.

O brasileiro é considerado um dos povos mais empreendedores do mundo. Mas precisam ter uma boa gestão financeira para ter sucesso no difícil e concorrido mundo dos negócios. Tudo necessita ser milimetricamente calculado. Senão fecha. Segundo dados do "Empresômetro" de janeiro deste ano, o país possui 18 milhões de empresas registradas, mais de 90% delas são de pequeno e médio porte. Destas, cerca de 70% não possuem organização financeira.

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