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Em Pauta

A receita científica para ser feliz

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/07/2016 07:08
A receita científica para ser feliz

Dan Gilbert, cientista norte-americano, professor de Harvard, é uma das maiores estrelas do TED - plataforma de conhecimentos científicos mais acessada do mundo. Sua ciência é a da busca da felicidade. Ele diz, sem rodeios, que sua receita é infalível. Gilbert está dentro de uma indústria milionária, abarrotada de charlatães. São palestrantes, autores de auto ajuda, cursos de coaching... O que o torna diferente é que ele é um pesquisador com trabalhos publicados nas melhores revistas científicas do mundo. Ele afirma que todo padre, todo rabino, todo taxista, todos os garçons, têm uma opinião a dar sobre a felicidade. Quais opiniões são corretas? Só existe uma forma de diferenciá-las: a ciência. As pesquisas de Gilbert medem os sentimentos de milhares de pessoas e, algumas vezes, desmontam afirmações sobre a felicidade tidas como verdadeiras.

Em uma de suas palestras mais acessadas ele toma os ensinamentos tradicionais de uma mãe para seu filho. A mãe sempre recomenda que o filho case, ganhe dinheiro com um bom emprego e tenha filhos. Gilbert derruba esses três ingredientes. Ele confirma que as pessoas casadas são, em média, mais felizes que as solteiras. Mas o divórcio dá um adicional de alegria. A felicidade do homem dispara logo após a separação. E a das mulheres, após algum tempo, também cresce vertiginosamente.

O segundo pressuposto da felicidade é o dinheiro. Ele não compra a felicidade? A resposta de Gilbert é direta: "Sim, ele compra". Mas há diferenças. Quando se é pobre, um pouco de dinheiro gera uma felicidade imensa. Para um milionário, haverá a necessidade de ganhar uma quantia imensa de dinheiro a mais para que ocorra um pequeno aumento na sua felicidade. Existe um ponto em que ganhar mais dinheiro não nos torna mais felizes.

A explicação de Gilbert agita a plateia. As quatro atividades cotidianas que nos trazem felicidade são gratuitas: fazer sexo, fazer exercícios, ouvir música e conversar. A campeã, longe do segundo lugar, é fazer sexo.

No final da palestra vem a receita científica para ser feliz. "A felicidade é uma questão de química cerebral. A genética influencia, mas as circunstâncias também. Tentar ser mais feliz é como perder peso. Não existe nenhum segredo para se perder peso- comer menos e fazer mais exercícios. Com a felicidade, é a mesma coisa. Há algumas poucas coisas que se pode fazer e que, se as fazemos todos os dias, religiosamente, a média de felicidade vai aumentando. Por exemplo, passar mais tempo com a família e com os amigos". Sexo, exercício e rock and roll.

A receita científica para ser feliz
A receita científica para ser feliz

TED, a maior e melhor plataforma de conhecimento do mundo.

No ano passado o TED alcançou 1 bilhão de visitas. Esse número joga por terra o argumento de que o mundo digital é apenas um parque de diversões para a futilidade, a banalidade e o tribalismo gerador de ódios. Há milhares de pessoas interessadas em usar seu tempo na rede para aprender, expandir suas mentes e não apenas ver vídeos de gatinhos fofos.

É difícil pensar em comunicação de ideias contemporâneas sem falar do TED e da revolução implantada pelo norte-americano Chris Anderson. As palestras do TED são de 18 minutos, no formato de vídeos digitais, ofertadas gratuitamente na rede. Essas conferencias tornaram-se sinônimo de troca de conhecimento relevante de forma leve e, ao mesmo tempo, profunda.

Dentre as centenas de TED Talks sensacionais, Anderson escolheu cinco de sua preferencia. O de Richard Turere que fala de um menino Masaii (grupo étnico do Quênia e da Tanzânia) de 12 anos que aprendeu eletrônica por conta própria e usou seus conhecimentos de forma original. O de Eleanor Longden, cuja história incrível tem a capacidade de fazer você repensar a esquizofrenia. O de David Deutsch, que explica o pensamento científico de forma inventiva e profunda.

O de Steven Pinker, sobre a diminuição da violência no planeta. E o de Don Hoffman, especialista em percepção visual, que oferece uma maneira diferente de se pensar a consciência humana. Entre os brasileiros que estão no TED, temos Juliana Machado Ferreira (bióloga) e Tasso Azevedo (engenheiro florestal). São as dicas de Anderson. Aliás, se você só dispor de apenas 18 minutos por dia para receber novos conhecimentos, preferencie uma palestra do TED. Deixe de ler até esta coluna, mas garanta os conhecimentos que estão nessa estupenda plataforma.

A receita científica para ser feliz

No futuro aprenderemos idiomas tomando pílulas.

Há 30 anos, Nicholas Negroponte, subiu em um auditório armado com um punhado de papéis amarelentos e um projetor de slides. Com esses elementos tão pouco tecnológicos arriscou sua carreira ao lançar várias predições sobre como seria nosso futuro depois dos computadores pessoais. Afirmou que existiriam telas tácteis, livros eletrônicos e teleconferências. Três coisas que soavam a ficção científica e que hoje, estão no bolso de qualquer pessoa com o advento dos celulares.

Aquela conferencia aconteceu, em 1984, um ano antes de Negroponte fundar o "MIT Media Lab", do Instituto Tecnológico de Massachusetts (EUA). Um laboratório interdisciplinar que é considerado como um dos principais centros de inovação do mundo. A internet não seria tal como a conhecemos sem as inúmeras contribuições dos cientistas que passaram por esse laboratório. Na atualidade, o laboratório teve ampliado seu campo de atuação a outras disciplinas como a neurobiologia, a robótica e as cidades inteligentes.

Assim, cada vez que Nicholas Negroponte decide falar sobre o futuro, é melhor prestar atenção porque ele sabe o que se passa no MIT Media Lab. Aos 72 anos, segue sua formidável carreira e garante algo surpreendente: "a melhor maneira de chegar a nosso cérebro é através da corrente sanguínea com nanorobôs, assim poderemos aprender idiomas tomando pílulas". Negroponte é um defensor incansável da educação e da inteligência coletiva, dois grandes conceitos que foram potencializados pela internet.

A receita científica para ser feliz

Você é um "saco sem fundo"? A culpa é da grelina.

Lembra da sensação de querer comer tudo que encontra pela frente após um longo período sem se alimentar? O responsável por isso é um hormônio denominado grelina. É ele que age no cérebro ativando a sensação de fome. Depois das refeições, há uma diminuição na liberação desse hormônio, o que leva à saciedade. Agora ficou fácil, quando te acusarem de ser um "saco sem fundo", basta dizer que o culpado é a grelina.

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