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Em Pauta

Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/10/2013 07:00
Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?

Um click e....

O renomado jornal The Washington Post foi recentemente vendido, Donald Graham entregou as chaves a Jeff Bezos, proprietário da Amazon. A setentona Newsweek passou de mão três vezes em três anos. A Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo e a Editora Abril cortam os dedos para salvar as mãos e o mais interessante: todos ficam sabendo da agonia dos jornais em papel pela internet. Segundo novas pesquisas, os clientes das notícias não querem saber de fidelidade nem de marcas vetustas. Consomem informações como comem um salgadinho.

Os anunciantes estão aprendendo o caminho. Por que caçar o consumidor eventual nas páginas de jornais e revistas, quando se pode alvejá-los com precisão de mira a laser pelos algoritmos dos sites da internet? Com atraso, os jornais impressos estão indo atrás dos internautas, mas, como venderam barato seu conteúdo digital, a conta não fecha.

Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?

As lições da Mídia Ninja...

Quem viu o Roda Viva da TV Cultura de São Paulo no mês passado, teve uma noção da realidade. O programa promoveu o encontro de graduados jornalistas com dois jovens do Mídia Ninja, coletivo de ativistas que ganhou holofotes ao narrar ao vivo a onda de manifestações no país e deixou bem clara que a evolução da espécie dos jornalista pede passagem para os novos tempos. Mais interessante foi a fotomontagem que rodou a web depois. Na imagem, a cabeça branca dos graduados jornalistas entrevistadores na TV Cultura foi trocada por cabeças de dinossauro. “A ideia é perder o controle”, afirmou Pablo Capilé idealizador e “frasista” do Mídia Ninja. A outra frase de efeito dele foi: “Em vez da mídia de massa é a massa de mídias”. O som é bonito, mas significa o quê? Talvez Deus saiba.

Fundamentais nas manifestações...

...mergulharam com disposição e adrenalina na multidão, ao contrário dos jornais impressos. Foram eles que nos mostraram o despreparo dos policiais para lidar com manifestações. A mídia impressa foi atrás. Puxaram as orelhas da imprensa que demorou a valorizar o ronco das ruas.

Temos de entender que a solução para essa profissão dificilmente passará pelo anarco-jornalismo, com a narração sem cortes e a transmissão sem desenho. Ao jornalista cabe explicar e não militar, ainda que a neutralidade não exista. Desdenhar a experiência e atropelar o discernimento abre caminhos para equívocos. A melhor piada conta que Jeff Bezos teria arrematado The Washington Post sem querer, acionando o ícone de compra de uma só clicada que ele inventou na Amazon. Sinto que ainda não inventaram um botão para tirar do coma o jornalão.

Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?

Prioridades...

A limitação de tempo não está entre os únicos obstáculos para a manutenção dos jornais impressos. Os custos são elevadíssimos. O exemplo mais recente e próximo da crise vem da Venezuela, onde desde o dia 1º, o jornal centenário El Impulso, passou a publicar uma edição mais curta devido à falta de papel para impressão, tinta e chapas. Em editorial publicado no dia 29 de setembro, os responsáveis explicavam que há 11 menos aguardavam aprovação do governo para importar o material necessário à publicação. E a crise não está somente com eles. Outra publicação, o Barquisimeto, não usa cor na impressão como forma de economizar e manter a informação aos leitores. Naquele país, os meios de comunicação atuam no limite e, além dos custos, precisam absorver a política de falta de liberdade de imprensa e sete encerraram as atividades. "Se o governo (Venezuela) deixou o hospital sem gaze, os supermercados sem farinha ou papel higiênico e as farmácias sem remédios, o que se poderia esperar de materiais essenciais para editar jornais, revistas e livros", afirma o editorial do El Impulso. E no Brasil, quantos jornais impressos fecharam? O carioca Jornal do Brasil foi o primeiro. Muitos seguem caminho semelhante.

Jornalista que fizer trabalho repetitivo perderá o emprego...

Começou uma época de enormes transformações. A automação de tarefas chegará a um nível sem precedentes. Acreditem, as máquinas conseguem escrever uma notícia automaticamente ao se conectar aos dados da bolsa de valores. É isso que está fazendo o algoritmo da empresa americana Narrative Sciences, criado na Universidade Northwestern. Ela alimenta o site da revista Forbes e de mais 30 outras revistas e jornais. Além de redigir notícias de economia, atende o caderno de esportes e também pode criar análises financeiras para grandes companhias. O que chamamos hoje de auditoria na contabilidade, será feito automaticamente por sistemas inteligentes analisando transações em tempo real. O fato de as máquinas cuidarem, cada vez mais, de processos de rotina que hoje nos tomam muito tempo, criará demandas por mais relações interpessoais. O trabalho ficará mais humanizado. O que sobrará para o ser humano será exatamente o que as máquinas ainda não podem fazer: atividades que requerem empatia e sociabilidade. As vagas de trabalho estão migrando rapidamente. Há menos emprego para funcionários que executam tarefas repetitivas.

Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?
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Café gourmet...

“Quente como o inferno, puro como um anjo e doce como o amor”. Essas são as definições para um bom café. A bebida está entre as preferidas no mundo e tem nos Brasil os principais produtores. Somente neste ano, o país deve embarcar para o exterior em média 2,5 milhões de sacas mensais, como prevê o CeCafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Quanto mais produz, mais é vendido e a novidade, agora, é o café gourmet. Assim a bebida de aroma e gosto marcantes tem sido chamada pelos espanhóis. Apreciado dessa forma, o café não passa somente a uma bebida que oferece vigor. É tratado, na verdade, como iguaria, com exigência de qualidade, sabor e ritual no momento de servir.

Na Espanha o caminho a ser trilhado é longo, contudo o novo comportamento veio pra ficar, como demonstra relatório da OMC (Organização Mundial do Comércio) divulgado em setembro deste ano. É a busca pelo café prestigiado, como já ocorre com o vinho. Ainda menos pomposo que a bebida fermentada, o café é alvo de campanhas educativas na rede hoteleira, uma forma de equiparar a Espanha aos demais países da Europa, adiantados uma década no assunto.

Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?

Prazer recente!

Os espanhóis estão redescobrindo o café, considerando que até 1980, era do estado o monopólio sobre as importações do grão. Após esse período, multinacionais do setor chegaram ao país e se depararam com a carência da tradição cafeeira. Tudo herança do pós-guerra que, entre tantas baixas, é apontada como a responsável por alguns atentados ao paladar, como a mistura do grão com chicória e a moagem com açúcar. Uma lástima, ainda bem que está mudando. Apesar das esquisitices, os números demonstram que o gosto dos espanhóis melhorou. Hoje, o país é o primeiro em clubes gourmet e tomar café na Espanha tornou-se um verdadeiro ato social.

Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?
Afinal, os jornais impressos estão com os dias contados?

Homens atenção – vejam o resultado das “cantadas” nas mulheres!

A revista Época foi buscar nas ruas brasileiras o depoimento das mulheres que receberam cantadas dos homens. A maioria esmagadora delas não quer ser abordadas nas ruas. “Princesa” e “delícia” são os galanteios mais comuns que acabam misturados a outros mais grosseiros. Por seu lado, os homens acreditam, e estão errados, que as mulheres gostam dessa atenção. Eles creem que elogios e convites de estranhos deixam as mulheres felizes. Nada mais falso.

A pesquisa revela que quase todas sofreram cantadas agressivas. Mais de dois terços foram atacadas ao revidar. Agora o pior: mais da metade foi tocada por estranhos nas ruas.

Elas sentem medo! Sentem-se humilhadas e assustadas. Evitam colocar roupa que chame a atenção. Mudam o roteiro para evitar o assédio. Gostariam de protestar, mas temem ser agredidas. Passou a hora de entender que não é um galanteio e sim uma agressão.

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