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Em Pauta

Aprenda diferenciar os sintomas da Zika, dengue e chikungunya

Mário Sérgio Lorenzetto | 05/02/2016 07:38
Aprenda diferenciar os sintomas da Zika, dengue e chikungunya
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Culinária. A primeira receita escrita surgiu em Veneza.
Duas coleções de receitas manuscritas e completas, ambas anônimas, competem pela honra de ser o livro de cozinha mais antigo escrito. Um é em toscano, a língua natal de Dante e o outro em veneziano, que falava Marco Polo. O "Libro per cuoco, para cocineros" é difícil de ser datado com exatidão, mas com certeza, foi escrito em meados do século XIV. Suas receitas estão utilmente organizadas por ordem alfabética e numeradas da 1 até a 135.

Isso denota que ele foi escrito para ser consultado de maneira habitual. Em outras palavras: foi criado para servir a pessoas que verdadeiramente cozinhavam. São receitas bem claras, ao contrário do livro de receitas toscano, e fáceis de serem reproduzidas na atualidade, pois especificam com exatidão a quantidade de ingredientes a ser usada.

A receita 73 é uma das mais breves:
LXXIII - Finas especiarias para tudo
Misture uma onça de pimenta, uma onça de canela, uma onça de gengibre, um oitavo de onça de cravo e um quarto de onça de açafrão. A onça é uma medida antiga, lhe era atribuída um valor ligeiramente diferente em cada cidade italiana, mas em média, ela valia trinta gramas.

A receita 74 também é interessante:
LXXIV - Especiarias doces para muitas coisas boas e refinadas
Misture uma onça de canela, uma onça de gengibre, um oitavo de onça de cravo e patchuli a gosto (o patchuli é uma erva da Índia usada atualmente em perfumaria).

E agora, uma receita específica para fazer um molho para peixes de água doce (a anterior, 74, também era usada em peixes):
LXXV - Especiarias negras fortes
Misture duas onças de pimenta com duas nozes moscadas, um oitavo de onça de cravo e duas onças de pimenta larga (uma variedade mais aromática da Índia). Saboreiem a antiga novidade.

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Nova política econômica de Brasília: liberação de créditos para imóveis preocupa.

A economia dos países mais ricos ainda não resolveu seus próprios problemas. Quase dez anos depois da crise, metade desses países não recuperou nem a renda per capita de 2007. Muito do que conseguiram foi só o resultado do imenso bombeamento de dinheiro de seus bancos centrais. Uma das mais temerosas tentativas de sair da crise está sendo praticada pela Inglaterra, a maioria dos analistas, vê como perigosa a liberação de créditos para imóveis. Por lá ainda acrescentaram desonerações de impostos para o setor e subsídios. Estariam recriando um novo boom imobiliário, que foi um dos motivos da crise inglesa, tal como nos demais países.

No Brasil, ainda que os números e mesmo tão somente os olhos enxerguem algo semelhante a um boom imobiliário ocorrido há pouquíssimo tempo, o governo federal premido pela vã tentativa de dar condições para seu partido vencer as eleições que se avizinham, acaba de propagandear uma imensa liberação de crédito para o setor. Não se sabe de onde tiraram essa ideia. Um dos maiores problemas do brasileiro é seu excessivo endividamento, onde encontrarão condições para comprar dinheiro que possa ser utilizado na aquisição da casa própria? Não existem compradores de dinheiro no país.

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O perigo de uma nova crise na economia mundial.

O nascedouro do ano só trouxe notícias funestas. Os mercados de ações nos Estados Unidos e nos países europeus estão excessivamente inflados. Criaram outra bolha especulativa, já que não estavam dispostos a reestruturar a economia e crescer de modo mais sólido. Pode não acontecer em 2016, mas haverá outra crise financeira.

O maior problema, é que passam a sensação de que há alguns sinais de saída da crise surgida em 2008, mas em verdade criaram outra bolha financeira. Na maioria dos países os juros estão quase na casa do zero e muitos governos estão sobrecarregados de dívidas. Não podem fazer políticas keynesianas - bombear recursos governamentais para o setor privado. Tudo muito semelhante ao que vem ocorrendo no Brasil. Com uma distinção: esses países podem se ver em apuros ainda maiores do que o nosso. O problema brasileiro é mais financeiro do que estrutural. A falta de credibilidade do governo é fator decisivo, foi ela que determinou aos investidores pararem de colocar seu dinheiro em atividades produtivas. Foi essa falta de credibilidade que colocou as pessoas na defensiva, parando de gastar o dinheiro que poderá levá-los a uma penúria intolerável.

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Entramos na era dos metais raros.

À medida que mais e mais pessoas compram celulares e outros aparelhos sem fio, estamos na verdade devorando quantidades cada vez maiores de um grupo de metais das denominadas terras-raras, usados em magnetos e baterias que dão funcionalidade ao toque nas telas e fornecem energia aos aparelhos. A maioria de nós não tem ciência dos materiais que passam pela palma de nossas mãos. Ainda assim, nosso futuro parece cada vez mais baseado no uso intensivo de recursos minerais: os celulares contêm mais metais do que nunca, assim como os painéis solares e as turbinas eólicas. Pode-se afirmar, sem nenhum espaço para dúvida, que os metais raros serão as grandes fortunas de um futuro muito próximo.

As terras raras são 17 elementos químicos muito parecidos e levam nomes complicados: lantânio, neodímio, cério, praseodímio, samário, európio, térbio, gadolínio, disprósio, ólmio, érbio, túlio, itérmio, escândio e lutécio. É provável que o Brasil tenha um dos maiores depósitos de metais raros do planeta.

Hoje, por incrível que pareça, praticamente não os explora. Estimativa do USGS (Serviços Geológicos dos Estados Unidos) aponta que as reservas brasileiras podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas de terras raras. Há alguns centros estudando esses metais em Santa Catarina e no Rio de Janeiro. Esse é um mercado inteiramente dominado pela China, responsável por 95% da produção, e dona de 36% das reservas conhecidas.

O valor do mercado mundial de terras raras é da ordem de US$ 5 bilhões anuais. Mas há muitos metais raros entrando em uma enorme rede de contrabando mundial, o que fez decrescer seu valor. Em Seis Lagos, na Amazônia, há uma reserva comprovada por estudos geológicos de 2,9 bilhões de toneladas de terras raras. Em Araxá, Minas Gerais, em uma mina explorada pela Vale, haveria o segundo maior depósito brasileiro: 450 milhões de toneladas de terras raras. Existe terra rara no Mato Grosso do Sul? Existem suspeitas da existência de jazidas de metais valorizados na região de Jardim, Guia Lopes e Bonito. Estudos necessitam ser levados a cabo para verificar a existência de terras raras em nosso Estado.

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Gente barata e gente cara. O atraso do Brasil e a riqueza dos EUA.

Ao longo de quase cinco séculos, o Brasil se tornou uma máquina de produzir gente "barata"- trabalhadores em número abundante, pouco qualificados e que custavam pouco. Esses trabalhadores haviam sido, antes de tudo, importados da África. Mas não só. Importantes arranjos políticos e institucionais - como a restrição ao acesso à terra, no século XIX, e o incentivo à imigração de trabalhadores europeus com baixa escolaridade - foram providenciados para que o mecanismo voltasse a funcionar, mesmo depois da escravidão. Sem poder comprar um pequeno pedaço de terra com facilidade - e nele produzir -os trabalhadores europeus que chegavam tinham poucas alternativas senão vender barato sua força de trabalho.

Esse modelo contrastava radicalmente com a experiência norte-americana, que produzira o inverso: terra farta e muito barata para os imigrantes que lá chegavam, e, assim, gente relativamente "cara" - os donos de indústrias e de terras, para contratar assalariados, tinham que oferecer uma renda pelo menos igual ao que essa mão de obra poderia ganhar por conta própria na agricultura. Os salários eram as nos EUA.

Essa é a análise inovadora de um brasilianista, um estudioso da Universidade Columbia (N.York), denominado Nathaniel Hyman Leff, estudou e escreveu quando residia no Brasil nos anos 1960 e que publicou com o título "Subdesenvolvimento e Desenvolvimento no Brasil". Uma análise em tudo diferente das encontradas nas obras clássicas da formação econômica brasileira, de Caio Prado Jr., Celso Furtado e Fernando Novais. Em vez de buscar o atraso brasileiro em suas relações com a Europa - nas trocas comerciais que beneficiariam a metrópole em detrimento dos proprietários de terra locais -, Leff chama a atenção para problemas internos da economia brasileira e decisões da elite política que mantiveram (e continuam mantendo) a renda per capita baixa e a desigualdade, alta. Uma leitura importante para todos que desejarem entender os motivos de estarmos tão atrasados.

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