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Em Pauta

Beleza em primeiro lugar – Brasil é a pátria da chapinha

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/11/2013 08:05
Beleza em primeiro lugar – Brasil é a pátria da chapinha

Cabelos lisos – a pátria da chapinha

Problemas com a companheira? Um vestido de presente pode resolver ou um saboroso e romântico jantar. Essa regra é válida no mundo todo. No Brasil existe um regalo que atinge muito mais o coração da companheira – ir ao cabeleireiro. Existem 342 mil salões de beleza. Dos mais chiques e exclusivos aos mais fuleiros, todos têm uma vasta clientela. É o maior “parque de diversões” das brasileiras.

Como a grande economia descobriu esse negócio? Foi a partir de uma novela policial e um enigma científico a resolver. Entre 2002 e 2003, um humilde salão de cabeleireiro carioca “inventou” uma fórmula química para alisar os cabelos de suas onduladas e crespas clientes. Nessa formulação, aparecia um alto teor de formol. É um produto químico comum. O formol é usado para a produção de resinas, como agente esterilizante e na embalsamação e conservação de cadáveres. Também é altamente tóxico.

As mulheres nem queriam ouvir falar dessas aplicações e perigo do formol. Foi um sucesso nacional. Em massa, elas saíam dos salões de beleza, acreditando nos poderes mágicos da fórmula química de alisamento. “A senhora ficará com os cabelos lisos por três meses, e é bem baratinho, só R$ 150,00”.

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Magia, correria e... intoxicação!

Milhares de mulheres foram intoxicadas. Algumas mortes escandalizaram e aterrorizaram o país. A mágica cobrou o preço com a morte. Foi banida dos salões de beleza. O enigma a ser resolvido: existiria uma fórmula que alisasse os ondulados e crespos cabelos das brasileiras sem intoxicar e matar? Encontraram saídas. Todos os cabeleireiros passaram a adotar uma fórmula que permitisse a escova progressiva sem o componente formol. Somos a Pátria da Chapinha.

Segundo o levantamento da consultoria Kantar, 25 milhões de brasileiras alisam o cabelo. Em 2015 seremos o maior mercado mundial de produtos para os cabelos, ultrapassando os EUA. Nos últimos dez anos, o crescimento do setor foi de, acreditem, 350%.

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De real em real, salões de beleza faturam R$ 40 bilhões ao ano

Elas gastam R$ 18 bilhões ao ano em shampoos, condicionadores, cremes e outros produtos para os cabelos. Outro número inacreditável: os 342 mil salões de beleza têm faturamento anual de R$ 40 bilhões.

Ainda não se convenceu da grandiosidade desse mercado? Então vamos comparar. No Brasil, mais de 90% das residências têm pelo menos shampoo e condicionador. Na Inglaterra 54% tem os dois produtos e na França o número de residências cai para 35%. Nenhum outro povo do mundo coloca tantos produtos químicos nos cabelos como as brasileiras.

A multinacional Procter&Gamble fez um estudo e concluiu que metade das brasileiras não sai de casa se não tiver tempo para arrumar os cabelos. Em tempos de dinheiro apertado, elas economizam na alimentação, no celular e nas roupas, mas não trocam o shampoo por um mais barato. Cabelo em primeiro lugar. Somos ou não somos uma Pátria da Chapinha?

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O Brasil de bota e chapéu – a nova cara da música nas rádios

É o que demonstra uma pesquisa do Ibope denominada “Tribos musicais – o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica”. O estudo retrata o ouvinte brasileiro e traz novidades. Para quem pensava que a MPB e o samba ainda resistiam, uma má notícia: os dois gêneros foram superados. A cara musical do país agora é outra.

A pesquisa partiu de uma base de dados de 20 mil ouvintes de rádio de todas as classes sociais e faixas etárias nas capitais brasileiras. O rádio é o meio de comunicação mais usado no país – 73% o escutam com frequência. A maioria ouve música, 93%. São 73% ouvindo notícias e 31% programas esportivos. Somente 21% vão de programas de humorísticos.

O gênero sertanejo, liderado por Michel Teló e Paula Fernandes assumiu posição hegemônica nos últimos anos. Só é minoritário na faixa dos 50 anos, quando o jazz, blues, erudita e religiosa são dividem o espaço.

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Uma verdade muito inconveniente – Edison não inventou a luz elétrica

Thomas Alva Edison é considerado o maior inventor de todos os tempos, com suas 2.332 patentes – de coisas úteis, como o gramofone, avô do toca-discos e do cinescópio, avô do cinema. Pelo menos uma criação atribuída a esse norte americano não é dele: a lâmpada elétrica.

Em 1840, sete anos antes do nascimento de Edison, um juiz britânico chamado William Grove, cientista nas horas vagas, muito interessado em eletricidade, criou uma lâmpada incandescente. O problema é que ela só conseguiu funcionar por algumas horas. Grove abandonou o projeto.

Antes de Edison ainda houve um que tentou implantar o projeto

Um jovem farmacêutico de Newcastle, Joseph Swan, viu uma demonstração da lâmpada de Grove e seguiu adiante. Criou um sistema de iluminação em 1877, pelo menos oito meses antes da primeira lâmpada de Edison. Sean iluminou a própria casa e a de um amigo, Lord Kelvin, o cientista do zero absoluto. Ele só não seguiu iluminando outras casas. Edison cabeou um bairro de Manhattan, próximo a Wall Street, criou uma pequena usina elétrica e, entre 1881 e 1882 iluminou a região. Edison era famoso pela falta de escrúpulos, como roubar patentes e subornar jornalistas para obter reportagens favoráveis. Um contemporâneo de Edison disse sobre ele: “Há um vazio onde sua consciência deveria estar”.

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O primeiro milho híbrido e a fábrica de ovos de Henry Wallace, o visionário do New Deal

A história do New Deal é geralmente narrada da seguinte forma: os Estados Unidos enfrentavam a grande depressão no início do século XX e empregaram medidas econômicas e reformas políticas para “salvar” o país. A figura mais proeminente do New Deal é o presidente Franklin D. Roosevelt, que adotou os três “erres”: socorro/alívio (relief) para os desempregados; recuperação (recovery) da economia; e reforma (reform) do sistema financeiro para prevenir a grande depressão. Contudo, Henry Wallace, o vice-presidente não é tão conhecido perante o resto do mundo, apesar de ser tratado como um dos mais famosos quase-presidentes ao lado de Al Gore, não têm muita fama, mas foi figura de proa no período da Depressão dos EUA.

Wallace iniciou sua carreira em Washington como secretario da agricultura. Disciplinado e visionário, foi um dos líderes do New Deal ajudando a restaurar a economia rural do país. Dentro dos bastidores, seus pares zombavam de seu fascínio pela genética das plantas. Em 1940, a tecnologia genética engatinhava. Wallace foi vice-presidente de Roosevelt em seu segundo mandato. Foi nomeado em 1945, secretário do comércio e, em 1946, demitido por outro presidente, Truman que substituiu Roosevelt depois de seu falecimento.

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Partido Progressista entra na disputa pela primeira vez perdendo

Wallace criou o Partido Progressista, perdendo as eleições em 1948. Diferentes interpretações são feitas de Wallace, aqueles que o defendem dizem que não teria existido a corrida nuclear e a Guerra Fria, outros que o observam como idealista afirmam que, se tivesse virado presidente, teria transformado os EUA em comunista.

O pai de Wallace já havia ocupado o cargo de Secretário da Agricultura em 1921. Wallace estudou agricultura em Iowa e, em 1922, desenvolveu o primeiro milho híbrido comercializável. Com o dinheiro de sua esposa, abriu uma empresa de sementes híbridas. Como secretário da agricultura tinha poderes, podendo regular preços e conseguindo produzir excedentes.

Na década de 1930 já tinha lampejos ecológicos. Criticava exploração do capitalismo aos recursos naturais de maneira descontrolada. Foi escolhido em 1944 para chefiar uma missão diplomática para a União Soviética e China. Na sequência, perdeu as eleições internas do partido democrata e a presidência para Truman. A relação de Wallace com o comunismo é uma polêmica sem fim. Sua campanha de 1948 misturava forças e ideias. Matinha a retórica do New Deal, criticava os excessos do capitalismo e acreditava na boa vontade das nações do mundo.

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De comunista a ex-comunista, um político cheio de incoerências

Embora Wallace não tivesse interesse no comunismo, seus apoiadores lhe forneciam material comunista. Wallace foi um efetivo progressista quando teve poder. Apoiou na vice-presidência os movimentos favoráveis aos direitos civis. Ainda na campanha de 1948, inovou ao viajar com uma equipe multirracial e não aceitar falar em lugares que promoviam a segregação. Os negros, apesar de apoiarem sua postura, acabaram votando em Truman. Com sua derrota para a presidência, afastou-se de seus aliados comunistas e de seu partido. Apoiou a Guerra da Coréia e, em 1952, publicou um artigo afirmando que o comunismo era ruim. Passou a apoiar Republicanos como Eisenhower e Nixon. No geral, evitava a política, passou a se dedicar às pesquisas na agricultura até a sua morte. Wallace foi um político incoerente.

As empresas que ajudou a fundar se tornaram gigantes, Pioneer Hi-Bred (milho) Hy-LinePoultryFarms (galinha). Quarenta por cento dos ovos do mundo são produzidos por galinhas cuja genética é derivada da empresa Hy-Line. Ou seja, se você comeu ovos hoje, tem alguma chance de eles terem sido produzidos pela genética desenvolvida pela empresa de Wallace.

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Aprender línguas jogando e sem gastar

Gratuito e com cara de game, o site Duolingo reúne 12 milhões de interessados em aprender idiomas. Ao acessar o Duolingo pela primeira vez, o usuário é recebido por um design colorido, quase infantil. A mascote uma coruja verde com um olhara assustador, explica as regras do jogo. O aprendizado da língua é dividido em uma série de conceitos – animais, cores e tempos verbais. Eles se subdividem em diversas lições. Cada lição é uma fase. Para superá-la e passar para a próxima, é preciso completar 20 exercícios consecutivos de tradução sem esgotar suas vidas.

Funciona como um game, com vidas e troféus de mentirinha. Podendo competir com os amigos. Por enquanto, para quem quer aprender/jogar em português, apenas o curso de inglês está disponível.

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