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Em Pauta

Bolsonaro é racista? O mito é maior que a realidade

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/09/2016 08:00
Bolsonaro é racista? O mito é maior que a realidade

Bolsonaro odeia. Um ódio sem quartel ou trincheira. Abomina Lula, Dilma, Fidel Castro, o PT, MST, Cuba, comunistas e qualquer pensamento ou postura que possa ser remotamente identificado com a esquerda.

Suas posições, e a maneira como as exprime, já lhe renderam acusações de ser racista, terrorista, xenófobo, misógino e homofóbico. Ele diz rindo: "Se bobear, sou até gordofóbico". O ex-capitão do Exército, Jair Messias Bolsonaro, de 61 anos, está em seu sétimo mandato legislativo. Com 464 mil votos, foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro. São 28 anos no mundo político. Acumula mais tempo na vida política do que no quartel. Ele faz jus a seu nome. É o novo "Messias" dos conservadores. Especialmente de policiais, militares e alguns segmentos evangélicos.

Na última pesquisa Datafolha, Bolsonaro disputa a terceira colocação com os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra. No entanto, não tem eleitores nas faixas mais pobres e menos instruídas da população. Mas tem 13% (deve odiar esse número) dos votos de pessoas com nível superior. E lidera na faixa dos eleitores com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos - chega a 20% dos votos. É preciso desconstruir os mitos que o cercam. Tanto os favoráveis como os que lhe pesam nos ombros. Um dos mais importantes é que Bolsonaro é racista.

O programa humorístico CQC marcou, a ferro e fogo, seu possível racismo. Em um quadro desse programa a cantora Preta Gil, filha de Gilberto Gil, perguntou-lhe se ele se importaria que um de seus filhos se casasse com uma negra. E ele teria respondido: "Preta, meus filhos foram muito bem educados e não fariam essa promiscuidade. Não foram criados num ambiente como o seu". O caso virou um escândalo nacional. Bolsonaro nega que tenha dado essa resposta. E completa:

"Como eu posso ser racista se a minha segunda mulher é filha de Paulo Negão, que, como o nome diz, é um negro?"

A história, segundo a versão de Bolsonaro, se deu da seguinte maneira: à pergunta de Preta Gil, gravada previamente, o CQC teria colado a resposta que o deputado deu para outra questão, também gravada com antecedência - o entrevistado permitiria que um de seus filhos cassasse com um gay? Ao fazer sua defesa no STF, Bolsonaro requereu a fita bruta da gravação, que, segundo ele, comprovaria que a resposta foi editada. O programa alegou que a fita havia sido destruída. O processo foi arquivado. Mas a pecha de racista o acompanha.

Bolsonaro é racista? O mito é maior que a realidade

Bolsonaro planejou colocar bomba no quartel? É terrorista?

O Messias da nova direita brasileira foi mandado para a reserva por ter liderado um movimento em defesa do aumento do soldo dos militares. Em 1987, uma reportagem da revista Veja revelou que o então capitão Jair Messias Bolsonaro planejara colocar bombas, de baixa potência, na Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio de Janeiro. A ideia era chamar a atenção para os baixos salários da tropa. Bolsonaro teria contado o plano para a revista. Mas negou quando a história veio à tona. A revista entregou ao general Leônidas P.Gonçalves, então ministro do Exército, todo o material, inclusive um mapa desenhado pelo capitão, contendo os locais onde seriam colocadas as bombas. O general acreditou na revista e Bolsonaro, aos 32 anos, só não foi expulso porque o STM - Superior Tribunal Militar - considerou o material "inconclusivo".

Se todos os indícios levam a crer que Bolsonaro não é racista, há um forte cheiro de pólvora em seus passado. Restem quaisquer dúvidas a respeito de Bolsonaro. O fato é que ele trouxe para a luz do dia, longe da escuridão da caserna, o pensamento mais conservador. Bolsonaro vive na democracia. Só tem espaço fora do ranço autoritário. O general da ditadura, encarregado da transição democrática, o odiou. Bolsonaro é o Messias do ódio.

Bolsonaro é racista? O mito é maior que a realidade

"Pago em lixo". Há uma nova moeda no mundo

O "Pago em lixo" é uma campanha que vem sendo divulgada na Europa. Explicita o que sabemos há tempos: latas de alumínio, papelão e garrafas deixaram de ser "descartáveis", passaram a ter valor pecuniário para todos. Em Curitiba, o "lixo" passou a valer passe de ônibus. Na Europa pode valer pão, leite e uma infinidade de produtos e, também, vale dinheiro.

A ideia do "Pago em lixo" passa por educar a população acerca da importância do despejo consciente do lixo e da separação do mesmo. Também é importante para a higiene das ruas da cidade. Basta lembrar da crise do lixo em nossa capital, quando baratas e ratos corriam livres e alegres, empesteando as ruas.

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