ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Em Pauta

Capoeira, berimbau e navalha

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/03/2016 10:07
Capoeira, berimbau e navalha

Há pouco mais de um ano, a roda de capoeira recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural e Imaterial da Humanidade. Com o título, a prática cultural afro-brasileira que é ao mesmo tempo, luta, dança, esporte e arte, reuniu-se ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano, à Arte Kusima - Pintura Corporal do Amapá, ao Frevo de Pernambuco e ao Círio de Nazaré do Pará, que já haviam sido reconhecidos como Patrimônios Culturais pela mesma entidade ligada à ONU (é de estranhar que a arte Guaicuru - Kadiwéu não figure nessa lista).
Originada no século XVII, no período escravista, a capoeira desenvolveu-se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos. Uma estratégia para lidar com o controle e a violência. A capoeira acontece dentro de um círculo. O círculo é uma das grandes imagens primordiais da humanidade. Traz, em si, os mistérios do universo, em qualquer ponto pode ser o começo ou o fim. Para sair da condição de escravos, os africanos utilizaram seus corpos e criaram, com eles, uma forma de defesa. Essa luta não poderia ser mostrada ao senhor de escravos e, por isso, precisava ser disfarçada em uma dança. Foi o recurso para iludir o senhor. Com a abolição da escravatura, eles levaram a capoeira para a margem da sociedade - onde viviam. Eram livres, mas desempregados. Viviam nas ruas. Ganharam mais habilidades. O berimbau, que tinha a função de avisar a aproximação da polícia e de funcionar como uma foice para enfrentar os guardas, ganhou um anexo - a navalha. Somente na era Vargas, a capoeira virou arte e esporte nacional. Agora livre, lança seu corpo no espaço e vive em harmonia e é admirado pela sociedade. Uma grande conquista.

Capoeira, berimbau e navalha

O tédio é um excelente aliado da criatividade.

A espécie humana já teria desaparecido da face da Terra se não fosse o medo. É o medo, dizem os cientistas, que nos coloca em estado de alerta e nos prepara para lutar ou fugir diante de uma ameaça. Mas e o tédio? Para que serve? A Universidade de Lancashire, na Inglaterra, afirma que "Se o medo nos ajuda a evitar o perigo, o tédio nos encoraja a explorar novos territórios. Se nossos antepassados não tivessem sentido tédio, a humanidade não teria realizado inúmeras façanhas". Os pesquisadores dessa universidade promoveram um experimento para demonstrar a assertiva à respeito do tédio. Primeiro, submeteu um grupo de 40 voluntários a uma atividade para lá de maçante: copiar, por 15 minutos, uma extensa lista de números telefônicos. Um segundo grupo, com a mesma quantidade de participantes, foi poupado dessa tarefa inglória. Depois, solicitaram às duas turmas que pensassem o maior número possível de usos para dois prosaicos copos de plástico. Resultado: o grupo submetido à tarefa enfadonha saiu-se melhor no teste.

Capoeira, berimbau e navalha

Quem defenderá os devedores?

O perdão periódico das dívidas pode evitar as armadilhas do excesso de endividamento na economia. Ainda que de modo desorganizado, o perdão das dívidas já vem ocorrendo. Basta ir a um banco para confirmar a ideia. Ou pode ser um estudante endividado com o crédito governamental que lhe foi concedido para estudar. O fato é que criaram instituições e organizações para defender os credores. O FMI e o Banco Mundial são as mais espetaculares organizações burocráticas projetadas para defender os credores dos devedores. Os políticos de qualquer coloração defendem exclusivamente os credores. Mas quem defenderá os devedores da sanha dos credores, dos absurdos juros que são cobrados?

Nos siga no Google Notícias