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Em Pauta

Criminalidade é a filha da proibição do aborto?

Mario Sergio Lorenzetto | 01/10/2013 07:00
Criminalidade é a filha da proibição do aborto?

Medo...

Qualquer pessoa que more no Brasil e preste um mínimo de atenção aos jornais e telejornais tem motivos para viver morto de medo. A vilã é a criminalidade, que vem em crescendo incessantemente. O gráfico mostrando a escalada dos índices de criminalidade assemelha-se a uma montanha com o pico indo em direção à lua. Parece prenunciar o fim do mundo.

Mortes provocadas por armas de fogo, intencionais ou não, roubo de carros, o tráfico de drogas, os assaltos e os estupros. A violência virou uma companheira funesta e constante.

A situação está prestes a piorar. A piorar e muito, afirmam os especialistas. A grande causa: o superpredador.

Quem é esse superpredador?

É um adolescente magricela da cidade grande, com uma arma barata na mão e muito ódio no coração. Dizem que existem milhares deles. Uma geração de criminosos prontos a mergulhar o país no mais profundo caos. Criminologistas, cientistas políticos e observadores, bem informados, preveem o mesmo futuro tenebroso. Esse quadro era o mesmo nos EUA de 1990.

Nos EUA, ao invés de subir, os índices de criminalidade começaram a baixar. A baixar e a continuar baixando. Foi persistente, caindo cada vez mais a cada ano. Caiu mais de 50% em cinco anos. Contrariando todas as previsões que indicavam aumentos variando de 15% até 100%.

Criminalidade é a filha da proibição do aborto?

Corrida à mesa de estudos...

Embora não tenham acertado, os especialistas correram para explicar tamanha queda. Uma das causas era de ordem econômica, o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA cresceu vertiginosamente nos anos que antecederam a queda da criminalidade. Também foi dado mérito às leis que controlaram o uso de armas. A inovação de Nova York, com o programa Tolerância Zero, onde os crimes caíram de 2.245 em 1990 para 596 em 2003. Teorias encorajadoras, pois atribuíam a queda da criminalidade a iniciativas humanas específicas. Essas teorias passaram, sem questionamentos, da boca dos especialistas para o ouvido dos jornalistas e daí para o público.

Só havia um problema: não estavam corretas...

Os estudos feitos por Steven Levitt e Stephen Dubner, pesquisadores com enorme currículo, desmentiriam essas hipóteses. Levitt tido como o jovem economista mais brilhante dos EUA foi precursor da nova tese.

Ele estudou e argumentou que quando se trata de criminalidade, nem todas as crianças nascem iguais e nem mesmo parecidas. Décadas de estudos demonstraram que uma criança nascida em um ambiente familiar adverso tem muito mais probabilidade que outras de se tornar um bandido. A mãe do superpredador é pobre, solteira e adolescente.

O que ocorreu de transformador foi o julgamento da Suprema Corte dos EUA do aborto, legalizando-o e assim impossibilitando o nascimento de uma nova geração de superpredadores. Eles simplesmente não nasceram.

Criminalidade é a filha da proibição do aborto?
Criminalidade é a filha da proibição do aborto?

Prevenir é o caminho!

Não discutindo o aborto no Brasil, passo difícil de ocorrer, mas atitudes governamentais simples e eficazes como distribuir preservativos em enorme quantidade nas escolas e universidades, bares e boates não seria fácil? Uma mera caixa contendo muitos preservativos com constante manutenção impediria o nascimento de mais uma geração de superpredadores?

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Endividamento...

Acreditem! Essa é uma das maiores dificuldades no mundo da economia, das finanças. Não existe solução fácil. Não existe decisão tranquila. Entendamos um pouco da complexidade.

Vivemos no capitalismo. Socialismo e comunismos acabaram no dia da queda do muro de Berlim. O que resta deles são escombros, memórias, rugidos de tigres de papel como a Coréia do Norte, divisão da miséria em Cuba. Então, por enquanto, não há alternativa factível que leve povos e massas a sonhar. Temos o capitalismo como única alternativa.

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Regra básica do sistema capitalista – risco!

Quem não arriscar não entrará no mundo dos poderosos. Nem ganhando na loteria (ela desaparecerá rápida ou lentamente). Onde reside o maior risco capitalista? Na contratação de empréstimos. Não tenham dúvida. Primeiro falemos a verdade. Não contraímos empréstimos. Compramos dinheiro. Sim! Essa é a verdade que não querem nos deixar enxergar. Compramos dinheiro porque ele também é uma mercadoria.

Quando entramos nas Lojas Bahia ou Magazines Luiza da vida para comprar uma geladeira “a prazo”, em verdade, compramos o eletrodoméstico e uma quantidade de dinheiro. Em suma, a geladeira é barata e a mercadoria dinheiro é cara. Pior para quem precisa de cuidados médico-hospitalares. Ninguém vacila. Compramos o tratamento necessário e entramos nas belas portas da fantasia – os bancos.

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Para uns é mais difícil, mas funciona assim...

A equação fica ainda mais complicada para os agricultores. Dependem das nuances das nuvens. Não adianta fazer cálculos e mais cálculos. Apostar na meteorologia (também conhecida popularmente como mentirologia). Comprar dinheiro para o agricultor poderá auxiliá-lo a uma realização e acelerar o crescimento.

O primeiro elemento de uma dívida a ser bem definido é o seu propósito. Para onde irá o dinheiro comprado? Custeio de uma safra? Estoque para entressafra? Silos? Abertura de área e correção do solo? Coloquem no papel. Estudem bem o propósito da compra de dinheiro.

Avalie!

Depois, virá a estrutura do financiamento. Quais os prazos e fluxos de pagamento? Qual a moeda e a garantia? Se for para financiar o cultivo de uma safra. O dinheiro comprado deve ser pago nesse período. Esse período deve ser contabilizado desde o dia da aquisição dos insumos até a data de comercialização da lavoura – algo como 500 a 550 dias. Nem um mês a mais.

Não comprem dinheiro em excesso. Quanto mais dinheiro comprado, uma parte maior de seu lucro irá para o banco e não para seu bolso. Em suma, comprar dinheiro pode levar ao crescimento, mas também ao desmoronamento. Coisas do capitalismo!

Criminalidade é a filha da proibição do aborto?
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A agropecuária cresceu. Viva!

A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) apresentou sua previsão anual. A entidade diz que obteremos em 2013 - 7,3% de crescimento no VBP (Valor Bruto da Produção). Um belo crescimento. Saindo R$ 390 bilhões para R$ 419 bilhões. Soja, cana-de-açúcar, milho, frango, leite e suínos estão todos com VBP em crescimento. Dentre os principais produtos do campo, encontramos somente o bovino com queda de 2,2% no VBP.

Parabéns a São Gabriel do Oeste!

O resultado do primeiro IDR (Índice de Desenvolvimento), recém-criado, coloca a sul mato-grossense São Gabriel do Oeste em quarto lugar no cômputo geral. Como nasceu o IDR rural? A CNA (Confederação Nacional da Agricultura) encomendou à FGV (Fundação Getúlio Vargas) um estudo com quatro componentes: social, econômica, demográfica e ambiental.

As notas para cada município vão de zero a um. São Gabriel recebeu nota 0,824. A nota melhor foi para a goiana Chapadão do Céu, vizinha da nossa Chapadão do Sul.

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A JBS – Friboi está cheia da grana!

Eles informaram aos credores que desejam recomprar antecipadamente os papéis que vencerão em 2014. Conseguiram a adesão de 65,7% do volume dos bônus de 2014. Para quem vendeu seus papéis até o dia 16 de setembro, a JBS pagará U$1.067,79 para cada U$1 mil. Quem aderiu até ontem, 30 de setembro, receberia U$1.047,79 para cada U$1.000. As notas com vencimento em 2016 recebem cupom de 11,625%.

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