ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Em Pauta

Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente

Mário Sérgio Lorenzetto | 21/07/2015 08:00
Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente

O grande conciliador brasileiro. O mito de Tancredo Neves.

Há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente civil, depois de 21 anos de ditadura. Mesmo privado do voto, o povo participou ativamente da campanha, alçando Tancredo Neves à condição de redentor do país. Um dia antes de tomar posse ele foi hospitalizado. Durante um mês foi submetido a várias cirurgias. Porém, no dia 21 de abril veio a falecer. O Brasil perplexo assiste à posse de José Sarney. O que era vidro se quebrou estilhaçado pela roda da história. Mas há muito de mitológico em sua história.

Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente
Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente

Tancredo conseguiu a façanha de se tornar uma quase unanimidade no país e um mito se criou.

A história avalia, contextuaria e julga aqueles que a fizeram. Por que sua memória desperta veneração? Por que raríssimas vezes, pensadores escreveram contestando-o? Quando era deputado federal, por conta de uma defesa que fez de Getúlio Vargas na Câmara, Tancredo começa ter encontros frequentes com o presidente Vargas, e em 1953 é nomeado para o Ministério da Justiça. Acaba se destacando e fica encarregado da articulação política. Tancredo tem uma participação fundamental nos acontecimentos que levaram Getúlio Vargas ao suicídio.

Fiel ao presidente, foi o único dos ministros que defendeu que o governo resistisse e pusesse os tanques na rua contra o movimento que buscava derrubar Vargas. Essa história de fracasso como conciliador e mais, de beligerância ardorosa, praticamente desapareceu, como que por encanto, dos livros e jornais. Poucos a contam. Conciliador? Nem sempre.

Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente
Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente

Um sul-mato-grossense é enganado por Tancredo.

O Brasil vivia mais um impasse. Tal como nos dias de hoje, o país estava à beira de uma explosão. Jânio Quadros havia governado o país por apenas 8 meses e renunciara ao poder. Quem o substituiria seria o "esquerdista" vice- presidente Jango Goulart. Todavia, as forças armadas e parcela expressiva da sociedade não admitiam o direito de Jango de assumir a presidência. Brizola, governador do Rio Grande do Sul, inicia um movimento em defesa da Constituição e pela investidura de Jango na presidência. O Exército gaúcho adere ao movimento, contrário ao exército de outras regiões.

Surge, tal como agora, a proposta de implantar o parlamentarismo como solução para pacificar o país. Tancredo Neves é escolhido para encontrar com Jango no Uruguai para convencê-lo a aceitar o parlamentarismo. Todavia, o PTB exigiu que junto com Tancredo viajasse o deputado sul-mato-grossense Wilson Fadul (ex-prefeito de Campo Grande). Fadul portava uma carta em que o PTB se declarava terminantemente contra essa saída para a crise política. Tancredo Neves, através de uma artimanha, adianta o voo para que Fadul não conseguisse embarcar e segue sozinho.

Brizola queria prender Tancredo para que ele não conversasse com Jango. O avião que desceria em Porto Alegre (aterrissagem e prisão imediata) segue para o Uruguai devido a ordem de Tancredo que desconfiava de Brizola. Como chegar ao poder: pela via pacífica ou com as botas manchadas de sangue? Esse o argumento final de Tancredo para convencer Jango Goulart a aceitar o parlamentarismo e se tornar uma figura politicamente frágil. Tancredo era antes de tudo um excelente argumentador e desconfiado de tudo e de todos soube chegar ao mais alto posto de comando brasileiro. Conciliador?

Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente
Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente

Mais tempo na cozinha.

Há um crescente interesse dos brasileiros pela culinária. Programas de televisão, os livros e os sites de culinária passaram a ser sinônimos de boas receitas. Receitas financeiras. Até há pouco havia a ideia de que existiria uma relação entre países mais ricos e menos tempo na cozinha. Uma recente pesquisa realizada pela empresa alemã GfK mostrou que essa relação não existe. Os países que dedicam mais horas semanais à culinária são a Índia (13 horas), a Ucrânia (13 horas) e a Itália (7 horas). O Brasil toma parte de um bloco intermediário de horas semanais na cozinha com os EUA, China, França e México. Todos com 5 horas de cozinha por semana. Quem, definitivamente, não gosta de cozinha são os coreanos - apenas 3 horas semanais.

Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente
Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente

O que leva uma empresa de Corumbá doar R$700.000 a Eduardo Cunha?

A relação de doadores de campanha de Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados Federais e proprietário da pauta política brasileira, é clara: foram arrecadados R$ 6.832.480, contribuições de uma dezena de empresas nacionais. A gigante Ambev doou R$ 1 milhão. O que desperta no mínimo curiosidade é de uma empresa de médio porte, situada em Corumbá, ocupar a quarta posição na lista de doadores: a Mineração Corumbaense Reunida, destinou de seus cofres R$ 700.000 para a campanha do polêmico presidente. Estranho.

Depois de 21 anos de ditadura, há 30 anos o Brasil elegia o primeiro presidente
Nos siga no Google Notícias