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Em Pauta

Eduardo Campos conseguirá se vender ao eleitorado como uma novidade?

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/07/2014 07:46
Eduardo Campos conseguirá se vender ao eleitorado como uma novidade?

Eduardo Campos conseguirá se vender ao eleitorado como uma novidade?

Eduardo Campos é parte de uma oligarquia. Assim como Aécio Neves. Nesse ponto são idênticos. Nunca tiveram um emprego, viveram da política, da herança política dos avós - Miguel Arraes e Tancredo Neves - e dos velhos hábitos de manutenção do poder.

Com frequência, Campos é chamado de "coronel", menção que ele julga preconceituosa pelo fato de ser um político nordestino. No trabalho, os adjetivos usados por quem já esteve sob sua batuta são mais contundentes: "exigente", "obcecado", "centralizador" e "autoritário". Em seu mandato de deputado federal, era conhecido como soberbo articulador político, ótimo conciliador de ânimos e pela excelente relação com jornalistas de Brasília. É um político de nascença.

É neto de Miguel Arraes, três vezes governador de Pernambuco, uma das maiores lideranças de esquerda do Brasil. Como homem nascido em berço esquerdista, durante 11 anos, Eduardo Campos esteve alinhado com o governo petista. Desde que se declarou na briga pelo Palácio do Planalto, adotou uma postura mercurial contra Dilma. Mas sabe agradar o centro e a direita.

No começo de 2014, Eduardo Campos e Aécio Neves haviam combinado apoio mútuo em Minas e Pernambuco com vistas a um eventual segundo turno. Recentemente o tom mudou.

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Os eleitores não conseguem diferenciar os dois

Campos diz que a diferença entre ambos é estrutural: "A origem política dele é mais conservadora que a minha". Tal como Aécio Neves, Eduardo Campos se iniciou na política como assessor do avô. Arraes foi eleito governador e Campos se tornou Secretário da Fazenda. Era considerado o "primeiro-ministro" do terceiro governo Arraes. A dupla funcionava. Eduardo, o temido. Arraes, o amado. As finanças estaduais estouraram.

O remédio empregado, também em Mato Grosso do Sul na época de gestores incompetentes, foi a emissão de títulos da dívida pública estaduais, com autorização do Banco Central, para o pagamento de precatórios. Foi montada uma CPI contra sua gestão na Secretaria de Fazenda, a CPI dos Precatórios. Ele foi acusado de favorecer bancos e de usar o dinheiro dos títulos para o pagamento de fornecedores e de salários atrasados. O escândalo arrebentou a reputação de Arraes. Campos recuperou-se da CPI. E, em 2003, ele foi inocentado pelo STF.

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Em 2004, Lula o nomeou no Ministério da Ciência e Tecnologia

Arraes, seu avô, se opôs. À frente da pasta, revisou os programas espacial e nuclear e conseguiu aprovar as pesquisas com células-tronco mesmo com a igreja católica se opondo. Criou a Olimpíada Brasileira de Matemática com excelentes resultados.

Foi eleito Governador de Pernambuco. Campos atraiu investimentos privados, colocou gerentes para cuidar de hospitais, criou a avaliação de desempenho dos servidores e ampliou escolas de tempo integral. Os resultados apareceram. Redução do número de homicídios, forte crescimento do Estado e duplicação do PIB estadual. Mas os petistas levaram R$ 30 bilhões do PAC para Pernambuco. Ele nega os bons resultados ligados ao saco de bondades do governo federal.

Apesar dos avanços econômicos, os problemas sociais persistem em sua terra. Pobreza elevada. Décima nona posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano - IDH e educação com índices abaixo da média nacional. "O Brasil parou de melhorar e começou a piorar" é o seu bordão na campanha eleitoral. Ele já declarou que miraria a meta de inflação em 3% e cortaria pela metade o número de ministérios. Mas não tem muito a dizer sobre o assunto: ele aumentou as secretarias do governo pernambucano de 18 para 28. Ainda nessa área, ele é acusado de nepotismo - empregou em seu governo 20 parentes entre tios, primos, genro e cunhados. Eduardo Campos se apresenta aos brasileiros que quase nada sabem a seu respeito. Conseguirá se vender como uma alternativa nova?

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O nascedouro da seleção e a elite branca

Não, não é a torcida constituída pela elite branca. É a seleção mesmo, os jogadores e os jogos. Deveríamos estar comemorando o centenário da seleção brasileira, mas depois do massacre quem se dispõe a fazer festa? Rio de Janeiro, estádio das Laranjeiras, zona Sul. Esse estádio da elite branca carioca não recebe jogos, de seu proprietário, o Fluminense, há 11 anos. Mas esse espaço, obsoleto como tudo no Fluminense inclusive as ações de seus advogados, guarda a memória de partidas históricas. "Aqui nasceu a Seleção Brasileira", lembra, em tipos garrafais, uma faixa verde e amarela pendurada na arquibancada vazia.

Localizado no bairro homônimo da Zona Sul do Rio de Janeiro, o estádio foi a casa do escrete (essa palavra também é obsoleta) nacional até 1932. Lá tivemos 13 vitórias e cinco empates. O jogo de estreia da Seleção foi realizado em 21 de julho de 1914. Naquela longínqua terça-feira de inverno, um combinado de atletas que atuavam no Rio de Janeiro e em São Paulo entrou em campo para enfrentar o Exeter City Football Club, descrito como um esquadrão profissional da terceira divisão da Inglaterra.

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O futebol no Brasil vivia seus dias de amadorismo elitista

Os jogadores não recebiam salários e tinham outros empregos. Coube à Federação Brasileira de Sports - FBS, que mais tarde se transformaria na famigerada CBD, depois na ultra-famigerada CBF - convocar na véspera do jogo os atletas que defenderiam o Brasil.

De uniforme branco, a seleção entrou em campo com Mendonça, Píndaro, e Nery; Lagreca, Rubens Salles e Rolando; Abelardo, Oswaldo Gomes, Friedenreich, Osman e Formiga. Apenas Friedenreich, o craque do time, era mulato. As arquibancadas encheram-se de ricos e brancos.

Aos 15 minutos, Oswaldo Gomes do Fluminense, marcou o primeiro gol da Seleção. As senhoras e senhoritas agitavam os lenços e gritavam "hurrahs" à equipe brasileira. Aos 36 minutos do segundo tempo, Osman fez o segundo gol e selou o placar final - 2 x 0. Durante a partida, a habilidade dos brasileiros se sobressaiu ao profissionalismo dos ingleses, que abusaram da força: Friedreich perdeu dois dentes.

Nessa tarde o brasileiro se identificou com o futebol e falou: "Nisso nós somos bons". É verdade, nisso nós fomos bons.

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Não vai ter Olimpíada

Substituição tripla. Sai "Não vai ter Copa"; entra "Eu sou brasileiro, com muito orgulho...". Sai cartolina com frase "Copa pra quem?"; entra controle remoto. Sai o vinagre da alma e entra a cerveja da alegria. A chama revolucionária-oportunista sucumbiu? O processo anti-revolucionário foi vertiginoso. Mas Guevara já dizia que um revolucionário-oportunista precisa de um pouco de distração antes das grandes pelejas. Carregar baterias para a grande revolução. Claro que o jovem revolucionário deseja mesmo é substituir o Zé Dirceu no Palácio do Planalto. E mandar o Ministro Barbosa, aquele do STF, para o paredão.

O revolucionário não aguentou: comprou um álbum de figurinhas. Usou seus conhecimentos de clandestinidade para funcionar o maior esquema de trocas de figurinhas. Entre um Iniesta e um Cristiano Ronaldo, o revolucionário tramou a queda da civilização ocidental nas horas vagas.

Mas vem aí a Olimpíada. Não perdem por esperar. Bancos e concessionárias de automóveis, me aguardem. Verão a maior quebradeira de todos os tempos, pois um filho teu não foge à luta. Chega de circo. Mais terra e pão. Mas se montarem o circo da Olimpíada, o revolucionário suportará ver uma garrafa de cerveja bem geladinha?

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Método sócio-interacionista para elevar a qualidade da educação

Desde janeiro de 1998, Campo Grande recebeu uma nova proposta de educação. A escola do Sesc (Serviço Social do Comércio) é direcionada a comerciários, oferecendo Educação Infantil e Ensino Fundamental. Conforme a assessoria de imprensa do Sesc, o atendimento ocorre na unidade do Horto, com 328 estudantes na Educação Infantil sob a orientação de 11 professores e um coordenador. As duas etapas do Ensino Fundamental são compostas por 829 alunos atendidos por 38 professores e dois coordenadores.

Números que se refletem em uma proposta pedagógica que trabalha a metodologia sócio-interacionista tendo o professor como figura essencial no processo de ensino-aprendizagem. Por meio da assessoria de imprensa, a direção informa que os currículos são elaborados conforme as disposições da Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional para cada uma das etapas da educação básica. Dentro do método utilizado, o professor é o elo intermediário entre o aluno e o conhecimento disponível no meio ambiente. Assim, segundo a assessoria de imprensa, o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio de interação social envolvendo professores e alunos em troca de experiências, ideias, conhecimento e aprendizagem significativa.

Entre os fatores relevantes para o sucesso do método está a capacitação dos professores, que ocorre por meio de formação continuada oferecida em cursos, consultorias e jornadas pedagógicas.

Hoje, o Sesc em Campo Grande não conta com a oferta do Ensino Médio, mas todo os anos, seis estudantes sul-mato-grossenses são encaminhados para a unidade do Rio de Janeiro e, por aqui, são oferecidos cursos preparatórios para a prova e palestras aos candidatos.

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Pagamento do abono salarial PIS/Pasep começa nesta terça-feira

O valor é de um salário mínimo (R$ 724). Têm direito ao abono salarial os trabalhadores que ganham em média até dois salários mínimos por mês em 2013. Para receber é preciso: ter cadastro no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos, ter trabalhado com carteira assinada ou ter sido nomeado efetivamente em cargo público por pelo menos 30 dias no ano passado para empregadores contribuintes do PIS/Pasep. O prazo final é 31 de outubro. Até lá, 23 milhões de trabalhadores devem retirar o benefício, totalizando R$ 17 bilhões. Os pagamentos são liberados em agências da Caixa Econômica Federais.

Confira o calendário:

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