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Em Pauta

Eleições. Não sei por onde vou, sei que não vou por aí

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/04/2016 08:53
Eleições. Não sei por onde vou, sei que não vou por aí

Os dados da última sondagem do Datafolha criaram uma falsa esperança para os petistas e algum temor para oposicionistas. Aparentemente, Lula cresceu ou estagnou, conforme o olhar de cada leitor da pesquisa. Mas essa é uma ilusão de ótica. Lula lidera o lado negativo da pesquisa: 53% dos pesquisados afirmam que não votariam no ex-presidente em nenhuma circunstância.
Tecnicamente, o candidato que obtiver acima de 41% de rejeição não tem possibilidades de vencer. Esses 53%, uma maioria absoluta, no entanto, não sabem em quem votar. O drama do eleitor de oposição brasileiro é esse: não sei por onde vou, sei que não vou por ai.
Para um partido, ter mais do que um pré-candidato nunca é uma benção, é uma maldição. O PT tem Lula e mais ninguém. O PSDB tem Aécio Neves, candidato derrotado. Geraldo Alckmin, candidato derrotado. E José Serra, também derrotado. E mais: Fernando Henrique Cardoso é quem dita as regras e não será candidato, é um aposentado em franca atividade.
Marina Silva, em excelente posição nas pesquisas, é ex-PT, cheira PT e tem forte sotaque petista. Jair Bolsonaro, aclamado em alguns setores da sociedade, tem forte viés dos tempos truculentos da ditadura militar, defende a tortura e tem posições medievais sobre o homossexualismo. Ciro Gomes é outro derrotado. E não conta com o apoio de nenhum setor da sociedade. Ótimo para manusear ataques com seu estilo metralhadora, mas péssimo na articulação de apoios. Não há lideranças expoentes ou em crescimento no país.

Eleições. Não sei por onde vou, sei que não vou por aí

Eleições em Campo Grande. As indefinições comandam o processo.

Tal como no país, também em Campo Grande viceja a mesma perplexidade. Vale repetir que não sabemos por onde vamos, sabemos que não vamos com Bernal. O atual prefeito dispensa comentários e adjetivos. Sua incompetência passará para a história. Todas as análises mostram um quadro de decadência de votos. Perde eleitores como a água escorre pelas mãos. Já foi a época em que muitos o consideravam uma vítima de articulações que o defenestraram do poder.
Para os partidos administrados pelos irmãos Trad se dá a mesma desordem daquela enfrentada pelos tucanos nacionais: é um péssimo negócio ter mais de um candidato. Ninguém sabe se Nelsinho ou Marquinhos representará a família. Para piorar, a marca de sua rejeição é: "chega de Trad". Todavia, eles não se convencem da existência desse obstáculo, e o aumentam. Marquinhos concorre com Nelsinho para a prefeitura. Fabinho concorre com Ricardinho para o Tribunal de Justiça, ambos almejando uma cadeira de desembargador através da Ordem dos Advogados do Brasil. E ainda tem mais Trad esperançoso com algum cargo público: Otávio concorrerá por uma vaga na Câmara de Vereadores com a tia Maria Thereza, conhecida por pousar desnuda em uma revista.
Fenômeno semelhante ocorre para o lado dos tucanos e peemedebistas. O tempo passa e ninguém sabe se os tucanos concorrerão com Rose Modesto ou Eduardo Riedel. A vice governadora, apesar da imensa exposição, não cresce nas análises. Já Eduardo Riedel, o candidato preferido por 11 dentre 10 tucanos, não coloca sua candidatura nas ruas e é desconhecido de toda a população. Mas o quadro de maior indefinição é o representado pelo PMDB. No momento, não sabe se concorrerá com Moka ou Marum. São candidaturas frágeis. Talvez venham a apoiar Tereza Cristina, a provável candidata do PSB. Tal como outras candidaturas, Tereza também não é vista nem ouvida nos bairros da cidade. Para o PT o momento é de total consternação. Se já não bastassem as agruras nacionais e locais, o mais forte de seus candidatos, Antônio Carlos Biffi, vê sua provável candidatura preterida por Alex do PT e pelo Cabo Almi. Alguém vai por aí?

Eleições. Não sei por onde vou, sei que não vou por aí

Sem quebrar o código não haverá educação no futuro.

Repentinamente, Campo Grande entrou em uma máquina do tempo e voltou ao final do período medieval. O Renascimento trouxe as luzes da liberdade religiosa e política. O debate ora travado em nossa capital pertence a esse passado distante. Só quem nada sabe sobre essa época pode desejar a proibição da individualidade e decretar o fim da liberdade. Estamos discutindo se o Renascimento da humanidade está certo ou errado. Logo mais estaremos discutindo se um piteco ( um macaco) estava agindo corretamente ao descer da árvore, caminhar e conseguir o milagre de ter um cérebro privilegiado em comparação com os outros animais. Não tarda a aparecer algum político troglodita para discutir se devemos subir nas árvores, e nelas viver saltitantes.
O mundo exige de nossos professores o preparo para a Revolução 4.0, aquela onde haverá forte domínio das máquinas e dos sistemas de informática. A era dos robôs é o presente e o futuro. O presente de nossas crianças está perdido, mas só haverá futuro para elas com os ensinamentos de informática. E não podem ser quaisquer ensinamentos.
Hoje, ainda que de forma pouco visível e reconhecível para os cidadãos em geral, há uma batalha que está sendo travada no seio da revolução industrial 4.0: a batalha pela "literacia digital", que significa, a destreza com uma determinada linguagem, ela será a responsável pela vitória na batalha para resolver o código do século XXI. Essa batalha é, e continuará sendo, decisiva para os rumos de cada país. Ela exige, não há possibilidade de dúvida, que exista um excelente ensino de programação de sistemas computacionais desde o primeiro ano do ensino básico.
Seguindo os passos de países como Israel ( ano 2.000), Inglaterra (2014) e Austrália (2015) que resolveram pelo ensino de programação para as crianças. Mais do que simples utilizadores de alta tecnologia, as crianças e jovens desses países passaram a entender e criar essa tecnologia. Vencer essa batalha é absolutamente essencial para nos posicionarmos corretamente na revolução industrial 4.0.

Eleições. Não sei por onde vou, sei que não vou por aí

O sapo, novamente, se agiganta.

Fazer o sapo. Essa é uma prática conhecida, praticada por estelionatários e falsários. Quando precisam intimidar alguém, se agigantam perante o opositor, tal qual o sapo que, para melhorar a posição no combate, incha o papo e parece maior. No mundo animal existem somente duas formas de lutar: violência e simulação. Já no mundo dos humanos, felizmente, há outra via: a competência, ela exclui tanto a simulação quanto a violência. Somente com competência o sapo, especialmente o barbudo, será derrotado.

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