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Em Pauta

Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo

Mário Sérgio Lorenzetto | 29/01/2016 08:10
Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo

O que corre em janeiro, corre o ano inteiro. O velho adagio popular há muito deixou de fazer sentido. Deixou? A primeira grande notícia do ano vem da China. As bolsas despencaram e o governo chinês teve de sair correndo para impedir um desastre. Mas não dá para não entender que essa queda não é um grito dos investidores.

O mundo enfrenta desafios econômicos em várias frentes e a expectativa de muitos economistas é a de que os problemas atuais possam vir a agravar ainda mais. A China lidera, sem dúvida, o rol das preocupações. Dela dependemos. Mas está longe de ser o único fator de instabilidade global. Brasil, África do Sul, Turquia, Portugal, Espanha e Grécia estão nas bolsas de apostas dos investidores com critério negativo. Em dezembro de 2016, pela primeira vez em muitos anos, os investidores retiraram mais dinheiro do Brasil do que colocaram. Como se não bastasse, os Estados Unidos, e a sua FED, deram início a um ciclo de alta de juros, como ainda se desconhece o real impacto econômico da imensa crise dos refugiados, um desafio sem precedentes à capacidade de resposta da União Europeia. E ainda, pelos lados europeus, há a possibilidade de o Reino Unido sair da União Europeia, uma estocada nas veias do projeto europeu.

No Brasil há a crise do "saco cheio". Todos estamos nos sentido sufocados pela gravidade da crise econômica, que os plutocratas de Brasília insistem em desrespeitar. Só pensam em seus podres poderes. Se todo esse terremoto não bastasse, o prefeito de Campo Grande nos leva à mais abjeta miséria administrativa. As previsões são o que se sabe, mas também sobre o que não se sabe de quando estourará uma nova crise, mas não será difícil fazer apostas sobre onde tudo poderá ocorrer muito mal. Resta-nos o fato, e talvez o fado, de ainda faltar muito ano para contrariar os piores cenários. Mas, 2016 não será calmo.

Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo
Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo

A Suíça é o paraíso dos idosos.

Para um brasileiro visitar a Suíça terá de fazer um esforço financeiro elevado. Ela custa os olhos da cara para os visitantes. Mas seus moradores idosos não têm do que reclamar. Segundo o estudo feito pela Global Age Watch que analisou as condições socioeconômicas de pessoas acima de 60 anos em 96 países, o país alpino é o melhor do mundo para essa faixa etária. O Brasil não está muito bem nesse ranking, ocupa a posição 56. Todavia, quando se trata de renda dos idosos, avançamos muito - ocupamos o posto 13. Atualmente, 86% dos idosos brasileiros obtêm boa renda, quando equiparada aos demais países, em pensões e aposentadorias. Há um forte temor de regredirmos devido à crise econômica. Obviamente as taxas decepcionantes são as de segurança, acesso a transportes públicos e educação.

Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo
Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo
Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo

Um comunista agraciado com o prêmio "Racista do Ano".

Fernando Luiz Ribeiro Furtado, um senhor de 60 anos de idade, é deputado estadual no Maranhão, eleito pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B). Ele acaba de ser reconhecido pela organização Survival Internacional com o título de "Racista do Ano". Em uma audiência pública fez um discurso antológico que passará para os anais da imbecilidade brasileira: "Lá em Brasília, o Arnaldo viu os índios tudo de camisetinha, tudo arrumadinho, com flechinha, tudo um bando de viadinho, que tinha uns três que eram viado, que eu tenho certeza, viado. Eu não sabia que tinha índio viado, fui saber naquele dia em Brasília...Tudo viado. Então é desse jeito que tá, como é que índio já consegue ser viado, boiola, e não consegue trabalhar e produzir? Negativo!". O comunista se referia aos Awá-Guajá, considerados um dos povos mais vulneráveis do planeta. O comunista concorreu pelo título de "Racista do Ano" com outro deputado. Luiz Carlos Heinze é deputado federal do Rio Grande do Sul, eleito pelo PP. Sua declaração também é antológica e merecedora de figurar nos anais da truculência: "O governo está aninhado com quilombolas, índios, gays e lésbicas, tudo que não presta". Os sul-mato-grossenses, Deputado Federal Luiz Henrique Mandetta e a Deputada Estadual Mara Caseiro, efetivamente não merecem o prêmio de "Racistas do Ano". Mandetta, usando de seus "conhecimentos" médicos, garantiu que um índio recentemente assassinado estaria morto há muito tempo. Mara Caseiro criou uma CPI para perseguir defensores de indígenas. Esforçaram-se, mas não subiram no pódio da intolerância.

Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo
Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo

A CPI dos combustíveis e a sugestão de um legado.

A Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul está em vias de criar mais um desperdício de dinheiro público: a CPI dos combustíveis. As malfadadas CPIs servem tão somente para divulgar o nome dos deputados participantes e não apresentam resposta alguma para a população. Desta vez, pretende demonstrar que os postos de combustíveis oneram em demasia os consumidores.

Um tema recorrente e infrutífero. Os proprietários dos postos de combustíveis formariam um cartel. Talvez, mas nunca demonstrável ou comprovável. Apenas uma presunção, uma lenda urbana, como tantas outras. Todavia, algo de útil poderia ser criado por essa CPI em convênio com o governo do Estado. Um site e um aplicativo para que todos pudéssemos acompanhar a variação diária dos preços de combustíveis, em cada posto, no território do Mato Grosso do Sul. Checaríamos os que cobram preços mais baratos, o tipo de combustível e a localização geográfica pretendida. Dinheiro público gasto para o bem público.

Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo
Em 2016 tudo pode acontecer, mas não será calmo

O político da moda é Justin Trudeau, novo primeiro-ministro do Canadá. Ele foi maconheiro, strip-teaser, boxeador e ator de cinema.

Trudeau é um político fora do convencional. Não pode ser colocado em nenhuma "casinha", em nenhum molde, em nenhum estereótipo. Diz abertamente que já fumou maconha "cinco ou seis vezes" e defende seu plantio e comercialização. Por motivos beneficentes aceitou fazer strip-tease, ainda que tenha tirado apenas a gravata, o paletó e a camisa (as moçoilas deliraram com seu porte atlético). Também por motivações filantrópicas entrou em ringue de boxe para esmurrar o nariz de outro político - ganhou a luta e transformou o nariz do oponente em um tomate. A última "loucura" de Trudeau foi a de protagonizar um general, herói da primeira guerra mundial, na série de TV "The Great War". Trudeau também teve sua imagem realçada por usar uma tatuagem de um corvo em homenagem aos indígenas de uma região canadense - Columbia. Ele vem catapultando a imagem do Canadá como a terra do século XXI, onde os políticos profissionais não têm vez, ainda que ele seja filho do mais importante político canadense do século passado (Pierre Trudeau).

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