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Em Pauta

Empresários e governantes precisam consolidar o presente para poder ter futuro

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/09/2015 07:53
Empresários e governantes precisam consolidar o presente para poder ter futuro

O que mata empresas e governos? O caixa é a vida delas.

Por que as empresas e governos vão parar na UTI? A grande pergunta a ser feita é: como evitar esse estado de coisas? Há um guia prático de sobrevivência válido para empresas de qualquer porte e para governos: o principal problema dos empresários e governantes é a expectativa do futuro. Estar falido e não reconhecer é a fase da negação. Acreditar em algo de bom, um pagamento, uma decisão da justiça, sacar dinheiro preso na justiça, mudará tudo. Bobagem. O empresário e o governante precisam consolidar o presente para que possa ter futuro. E para tal, a primeira tarefa é controlar o caixa frouxo. Devem se tornar obcecados pelo caixa. Ele é a vida da empresa e do governo. Sem reverter um caixa negativo nada pode ser criado ou almejado. Quem controla o caixa é decisivo para a empresa ou governo. Não podem ser pessoas "simpáticas" e disponíveis para bons relacionamentos, dentro e fora da empresa ou governo. Os bons controladores são tidos e havidos como as pessoas mais "chatas" e "cri-cris". O fluxo de caixa tem de ser estudado todos os dias, caso contrário, o barco afunda.

Empresários e governantes precisam consolidar o presente para poder ter futuro
Empresários e governantes precisam consolidar o presente para poder ter futuro

O Bradesco tem pela frente um "oceano de possibilidades" ou de dúvidas?

Luis Carlos Trabuco, o presidente do Banco Bradesco que disse não à Dilma, deu sua maior tacada ao comprar as operações do HSBC no Brasil por US$5,2 bilhões. Todos entenderam o valor como exagerado. Cabe ao Trabuco convencer o mercado da precisão do lance. Desde o anúncio da aquisição, as ações do Bradesco só caíram. As perdas foram de mais de 12%.

O Bradesco passará a ter ativos de R$ 1,19 trilhões, 31 milhões de clientes e 9,5 mil agências. Ultrapassará a Caixa Econômica em total de recursos. Trabuco diz que a principal vantagem está na carteira dos clientes de alta renda do HSBC, estimada em 300 mil correntistas. "Temos um oceano de possiblidades", disse Trabuco. Com as agências do HSBC, o Bradesco encosta no Banco do Brasil, dono da maior rede do país. Por outro lado, a tendência mundial é diminuir o número de agências - uma operação cara - e aumentar investimentos nos canais digitais. No Brasil, as transações online já são mais de 50% do total. Há outra dúvida, Trabuco está de malas prontas da presidência do Bradesco, devido à idade, deverá assumir a presidência do conselho de administração do banco. Quem assumirá seu lugar?

Empresários e governantes precisam consolidar o presente para poder ter futuro
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A economia dos "bicos" e as duas classes trabalhadoras.

Viver de "bicos" não é uma novidade no Brasil. Pelo contrário, mesmo no auge do emprego ofertado pelas empresas, essa é uma atividade que sempre se encarregou de uma parcela importante da força de trabalho. Mas a economia do compartilhamento somada com a crise fez com que o "bico" crescesse ainda mais. Basta ver a explosão do Uber nos grandes centros (em Campo Grande o Uber ainda não mostrou força). Dezenas de milhares de taxista foram às ruas em uma imensa manifestação pelo fechamento do Uber.

A explosão das novas "profissões", como motorista do Uber, ganhou até um nome: "gig economy" ou "economia dos bicos". Sim, é uma prática antiga, mas foi turbinada pelas novas tecnologias. Se, por um lado, a tendência está ajudando a viver na crise, ela também cria um novo problema: duas classes de trabalhadores estão surgindo. Uma é minguante, mas conta com estabilidade e é protegida por leis e sindicatos. A outra cresce, mas sem nada disso. Não vai ser "bico" acomodar o velho mundo com o novo construído de bicos.

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Estado Islâmico: uma serpente entre as pedras.

Pelas lentes da mídia ocidental, o Estado Islâmico do Iraque e Levante (ISIS) aparece como um grupo irracional que age sem motivos políticos, movido apenas pelo ódio religioso. As imagens de vídeos com requintes técnicos e estéticos produzidos pelos próprios militantes decapitando reféns são narradas, à exaustão, pelos meios de comunicação como sendo combatentes furiosos que não poupam mulheres nem crianças. Eles são capazes de cometer as piores atrocidades.

O líder do ISIS, auto intitulado Califa Abu Bakr al-Baghdadi, descreveu a estratégia militar de seu grupo como "uma serpente que se move entre pedras" usando suas forças como tropas de assalto quando se trata de atingir alvos considerados frágeis, mas evitando se atolar em batalhas prolongadas quando a correlação de forças se equilibra. É importante acompanhar a serpente desde seu nascimento, desvendar quem a alimenta, como ela se move e quais são as condições ambientais que permitem com que se fortaleça e se prolifere.

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Os 100 dias que abalaram o Oriente Médio. E a Terra?

No verão de 2014, ao longo de 100 dias, o ISIS transformou a política do Oriente Médio. Combatentes combinaram fanatismo religioso e expertise militar para alcançar vitórias espetaculares e inesperadas contra forças da Síria, do Iraque e dos curdos. O ISIS chegou a controlar a oposição sunita aos governos de Bagdá e Damasco e se espalhou por toda parte. Durante essa rápida ascensão, agiu como que intoxicado por seus próprios triunfos. Não se preocupou com a expansão de sua lista de inimigos, que passou a incluir nações como os Estados Unidos e o Irã. A Arábia Saudita e as monarquias sunitas do Golfo Pérsico, aliaram-se aos ataques aéreos dos norte-americanos sobre o ISIS na síria, porque sentiram que o grupo representava ameça à sua própria sobrevivência. O Iraque e a Síria chegaram à beira da desintegração quando suas comunidades perceberam que precisavam lutar pela sua própria existência. O ISIS matou ou forçou a fuga de todos aqueles que mesmo mulçumanos foram acusados como sendo "apóstatas" ou "politeístas". Ou que simplesmente se colocaram contra seu domínio. Ei-los chegando à Europa e até ao Brasil. Os líderes do ISIS eram produtos de uma década de guerra na Síria e no Iraque, e o martírio deliberado, por meio de bombas suicidas, foi uma prática central entre suas táticas militares. A data crucial foi 10 de junho de 2014, quando o ISIS capturou Mosul, capital do norte do Iraque, após quatro dias de luta. Em 23 de setembro, os EUA ampliaram o uso de força militar na Síria, para prevenir a expansão do ISIS. Nos pouco mais de 100 dias que separaram os dois eventos, o ISIS avançou e derrotou com facilidade inimigos superiores em número e melhor equipados. Como seria de se esperar, atribuiu esses sucessos à intervenção divina. O governo iraquiano dispunha de um exército com 350 mil soldados, no qual havia investido US$ 41 bilhões. Essas forças derreteram. Logo a seguir, anunciaram a criação de um Califado, que avançava profundamente na Síria e no Iraque. Seu Líder, Abu Bakr al-Baghdadi, afirmou tratar-se de "um Estado onde árabes e não árabes, homens brancos e negros, orientais e ocidentais são todos irmãos...A Síria não é para os sírios e o Iraque não é para os iraquianos. A Terra é de Alá". Repetindo: "a Terra é de Alá". Entenderam o objetivo do ISIS?

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