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Em Pauta

Enquanto no Brasil a corrupção escandaliza a vida pública, nos EUA é o sexo

Mário Sérgio Lorenzetto | 15/10/2014 09:38
Enquanto no Brasil a corrupção escandaliza a vida pública, nos EUA é o sexo

Brasil e Estados Unidos vivem bipartidarismo enfraquecido

Ainda subsiste no Brasil uma forte influência dos modos e costumes dos norte-americanos. No mundo da política partidária não é diferente. Há 20 anos, os brasileiros escolhem seus presidentes da república entre o PT e o PSDB. Esta é a oitava rodada de disputas entre eles. Tal qual nos Estados Unidos, que escolhem seus presidentes entre Democratas e Republicanos (23% apoiam republicanos e 35% são seguidores dos democratas).

Mas semelhanças não param nesse quesito. No Brasil, atualmente, funcionam (a quase totalidade apenas nos cartórios eleitorais) 32 partidos e há possibilidades de escolha para todas as crenças, para todas as ideologias e para dogmas. Por mais desconhecidos dos brasileiros, nos EUA funcionam 76 partidos. Também por lá o espectro ideológico é muito amplo. Para surpresa de muitos, existem quatro partidos comunistas, sete partidos disputando a primazia da luta socialista, três partidos que lutam pela independência de alguma região (Alaska, Havaí e Porto Rico) e muitos outros, "exóticos" para nosso entendimento (Partido Reacionário, Partido das Oligarquias e o Partido das Proibições).

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Coalizões lá e cá são necessárias

Agora, o mais interessante é que pela terra do Tio Sam também anda um Partido dos Trabalhadores. Pois lá também, como em terras tupiniquins, os dois partidos que trocam os embates e acusações necessitam de governos de coalizão, são frágeis. Vários partidos compõem os governos quando os democratas são os vencedores, assim como quando os republicanos alternam no poder. A diferença mais visível está nos escândalos. Na terra dos biquínis e nudez, o que vale é a corrupção. Na dos puritanos, o que vale são os escândalos de ordem sexual.

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Novos endereços do poder

Se eleita, Dilma, deverá integralmente sua reeleição a Lula. No dia 1º de janeiro, o governo sairá de Brasília e passará a funcionar na Avenida Prestes Maia, 1.501, Condomínio Hill House, São Bernardo do Campo.

Caso contrário, se Aécio for o vencedor, também deverá seu mandato ao Governador de São Paulo, Alckmin. O governo passará a funcionar na cidade de São Paulo, no Morumbi, endereço do Palácio dos Bandeirantes.

No Mato Grosso do Sul, o comando sairá do Parque dos Poderes. Na alternativa de Delcídio se sagrar vencedor, o novo endereço do poder estará atrás do Novotel. Na possibilidade de Reinaldo ser ungido pelas urnas, o novo endereço do poder se deslocará para a Avenida Calógeras, 356.

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Iluminação pública para mulheres

O Brasil, país cujas cidades têm 89 milhões de mulheres e 82 milhões de homens, enfrenta um sério problema de violência contra as mulheres. Pesquisa do DataSenado de 2013 estimou que mais de 13,5 milhões de mulheres (19% da população feminina com mais de 16 anos) já sofreram algum tipo de agressão. A precariedade de serviços públicos oferecidos nas cidades aumenta a sensação de insegurança das mulheres e as torna mais vulneráveis à violência. Para 98% das mulheres ouvidas em uma pesquisa, a iluminação dá mais segurança nas ruas. Vale lembrar que Campo Grande voltou a ser uma cidade mal iluminada. Das 98% de mulheres que se sentem inseguras, 74% já desviaram de caminhos por onde passariam porque determinado trecho era escuro.

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Procuram-se vereadoras dispostas a lutar

Outro dado revelador é que menos as paradas de ônibus também são foco de insegurança. Becos e praças são considerados perigosos. Para ruas escuras, pedem universalização da iluminação. Para ônibus e pontos inseguros, iluminação e vigilância contra assédios. Para o policiamento despreparado, sugerem a humanização dos agentes de segurança para lidar com o problema da violência contra as mulheres. Não é apenas a violência doméstica que tem de ser combatida, a das ruas é tão ou mais grave ainda. Será

que existem mulheres na Câmara de Vereadores dispostas a lutar pelos direitos femininos ou preferem reuniões de rococó (nesse caso, temas leves e sentimentais)?

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Conectados no banheiro

A escova de dentes interativa, lançada pela Oral-B, ocupará lugar de destaque: ela interage - sem fio - com nosso celular enquanto, na tela, um aplicativo acompanha, segundo a segundo, a escovação. À medida que formos escovando, o aplicativo indicará a parte da nossa boca que seria merecedora de maior atenção. Além disso, como exibe orgulhosamente seu site, essa escova conectada "converteu as atividades de escovação em um conjunto de dados que você pode exibir sob a forma de gráficos ou partilhar com seu dentista".

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Corrida maluca pelo nosso dia-a-dia

A súbita tomada de consciência de que os dados pessoais gravados pelo mais banal dos aparelhos domésticos - da escova dental às privadas inteligentes, passando pelas geladeiras - podiam se transformar em ouro, despertou uma corrida maluca. As empresas que estão construindo os novos aparelhos que denominam de "internet das coisas" estão mais preocupadas em vender os bilhões de dados coletados pelo uso diário das novidades que em procurar aperfeiçoá-los para melhorar sua utilidade. Querem vender os dados da escovação dentária para fabricantes de pasta de dentes. Mas esses dados são nossos, são privativos e esse debate começa a ganhar vulto. A Oral-B pode vender, sem nossa autorização, os dados de escovação? Pois saibam que o Facebook, Google e tantos outros menos famosos estão correndo na mesma trilha.

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