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Em Pauta

EUA a proíbe, há algo errado com a Huawei?

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/01/2019 09:20
EUA a proíbe, há algo errado com a Huawei?

Criada a menos de 30 anos, essa gigante das comunicações conta com mais de 180.000 funcionários, 36 centros de inovação e 15 de pesquisa. O grande choque entre Estados Unidos e China não é pela soja ou pelo parafuso, é pela alta tecnologia de informação. A Huawei está no centro dessa disputa. Ela vem conquistando contratos –que estavam em posse de empresas norte americanas e inglesas– em, aproximadamente, 170 países. Ela já é a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo. Mas quais acusações estão sendo feitas para essa gigante que está próxima de conquistar o mundo, e que vem conquistando inclusive o Brasil?

EUA a proíbe, há algo errado com a Huawei?

A Huawei depende do governo chinês?

Nenhuma empresa chinesa é totalmente independente de seu governo. Bem, nenhuma empresa norte-americana também é totalmente independente do governo dos EUA. Até aí há um empate. Todavia, o governo chinês pode exigir de qualquer de suas empresas que o ajude na coleta de informações.

A Huawei tem como seu fundador Ren Zhengfei, ex-tecnológo do Exército Popular de Libertação. Leia-se, um patriota chinês. Agora uma teoria da conspiração que vem sendo usada pelos EUA: à medida que a Huawei crescia, cresceram as preocupações internacionais se os equipamentos da empresa poderiam ser usados para espionar empresas e governos em todo o mundo. Engana-se quem imagina que a próxima guerra será travada por metralhadoras ou tanques, o mundo guerreiro está sendo transferido para a estratosfera –entre 11 e 50 quilômetros de altitude.

EUA a proíbe, há algo errado com a Huawei?

As seis agências de inteligência dos EUA contra a Huawei.

Há menos de um ano, os seis chefes das agências de inteligência dos Estados Unidos disseram a um comitê do Senado que não confiavam na Huawei e nem na concorrente ZTE, também baseada na China. Foram além, recomendaram que os norte americanos não usassem os celulares dessas empresas e nem quaisquer outros equipamentos. É claro que a população não os ouviu. Todavia, o governo dos EUA aumentou sua preocupação. Especialmente com a conquista super acelerada de novos contratos que a Huawei estava tendo em todo o mundo, até mesmo em solo norte americano.

EUA a proíbe, há algo errado com a Huawei?

Cinco países de língua inglesa contra a Huawei.

Em 17 de julho, foi a vez dos chefes de inteligência dos EUA, Canadá, Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia se reunirem pessoalmente. Um dos ítens da pauta dessa região foi o temor dos equipamentos da Huawei. Essa reunião foi desmentida por porta-vozes de alguns desses governos, mas a saída foi uma elipse. Muito falaram e nada disseram. Não ficou claro se essa reunião existiu.

Mas, em 19 de julho, um laboratório do governo da Inglaterra, criado especificamente para analisar a Huawei, informou ter encontrado falhas nos processos de engenharia da Huawei, elevando os riscos de segurança. Em seguida, a Huawei concordou em gastar US$2 bilhões para sanar esses problemas.

Em meados de agosto, o governo dos EUA criou uma lei que proíbe especificamente a Huawei e a ZTE de vender equipamentos para suas agências. Uma semana depois, a Austrália emitiu a comunicação de uma proibição semelhante. E no final de novembro, a agência de inteligência da Nova Zelândia proibiu que a Huawei participasse do desenvolvimento do 5G.

A Huawei, em todos os casos, à exceção do inglês, emitiu notas afirmando que tais proibições não passavam de "preconceitos ideológicos". Mas a mais crítica situação veio quando os EUA determinaram ao Canadá que prendesse a vice-presidente da Huawei sob o argumento de furar as sanções comerciais que os EUA haviam imposto ao Irã. Afinal, essa é uma guerra "intergaláctica" –disputam até a chegada a Marte– econômica, ideológica ou um cuidado verdadeiro pela segurança de seus países?

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