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Em Pauta

Evitar gastança em 2014 vale para contas públicas e pessoais

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/12/2013 08:17
Evitar gastança em 2014 vale para contas públicas e pessoais

Destaquem o aviso de Dilma: “Em 2014 não haverá gastança”

Reduzir o endividamento deve ser a estratégia das empresas no curto prazo. Com o nível de atividade mais fraco que o esperado e a previsão de crescimento um pouco menor para 2014, muitos planos de investimento foram adiados e a demanda por crédito diminuiu. Os projetos em andamento serão bancados preferencialmente com o caixa próprio. Novos recursos serão tomados apenas se forem mais baratos ou mais longos.

As empresas adaptam-se assim às novas condições do mercado financeiro que promete dinheiro mais caro e escasso. É um cenário desafiador para as empresas, com juros mais elevados, correção cambial mais alta e menor fluxo de dinheiro.

Se essa tendência for confirmada, será a reversão da trajetória de maior endividamento que as empresas vinham assumindo para financiar os investimentos, detectada por estudo que acaba de ser divulgado pelo IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Ele mostra que no final do primeiro semestre, os investimentos eram bancados por 51,2% de recursos próprios e o restante por dívida.

Em 2011, os recursos próprios financiavam 62,9% dos investimentos. O destaque nesse período foi o aumento do aporte de recursos do BNDES, que diminuirão no próximo ano. A virada começou a tomar forma no segundo semestre, depois que os Estados Unidos indicaram a intenção de desmontar a política de afrouxamento monetário.

Evitar gastança em 2014 vale para contas públicas e pessoais
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Reversão da política de estímulos monetários dos EUA enxugará a oferta de recursos aos mercados emergentes

O fluxo de capital estrangeiro para investimentos no Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru ficava ao redor de US$ 6 bilhões por ano, antes da crise internacional, entre 2005 e 2007. O volume saltou para US$ 95 bilhões por ano depois que as economias avançadas lançaram os estímulos monetários, entre 2010 e 2012. Agora, a tendência é de refluxo, à medida que os estímulos monetários forem sendo reduzidos.

Outra face da mesma realidade é a redução da dívida das companhias brasileiras. As empresas estão preferindo resgatar os títulos e não tomar novos créditos. A Fibria, por exemplo, de janeiro a setembro, recomprou US$ 900 milhões em bônus que venceriam em 2020 e 2021. Assim como ela, o JBS também agiu e tantas outras empresas nacionais, aproveitando o caixa disponível para quitar compromissos financeiros.

Diante desse panorama, o governo federal sinalizou algumas mudanças destinadas a melhorar os resultados fiscais na tentativa de reconquistar a confiança dos mercados e não criar turbulência na campanha eleitoral já em andamento. “Em 2014 não haverá gastança”, afirmou a presidenta Dilma Roussef em entrevista no fim de novembro.

Evitar gastança em 2014 vale para contas públicas e pessoais
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Cai o investimento em inovação na indústria

A Pintec (Pesquisa de Inovação Tecnológica) divulgada pelo IBGE mostrou em números o que todos imaginavam: no período de 2009 a 2011 o número de indústrias que investiu em inovação caiu para 35% do universo pesquisado. O levantamento anterior, que cobriu o período 2006 a 2008, totalizava 38% das indústrias instaladas no Brasil investindo em inovação. Esta é o primeiro resultado decrescente desde 1998.

Nessa pesquisa, o número mais desanimador é de quanto de suas receitas as empresas canalizam para a inovação, apenas 2,37% da receita líquida, o menor percentual em dez anos. Outro número ruim é o de investimento em atividades internas de pesquisa e desenvolvimento – P&D com apenas 0,71%. A aquisição externa de P&D e a introdução de inovações tecnológicas no mercado ficaram cada uma com apenas 0,11% da receita líquida.

As indústrias informaram que o principal problema par investir em inovação é o custo elevado – 81,7%, a falta de pessoal qualificado com 72,5% e a escassez de fontes de financiamento foram indicadas por 63,1% das indústrias. Caminhamos rumo à máquina a vapor?

Evitar gastança em 2014 vale para contas públicas e pessoais
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59% dos engenheiros não trabalham em funções típicas

Ter um diploma nas áreas de ciência, tecnologia e engenharias garante maior sucesso quando o assunto é emprego ou ser empregador. A conclusão é de pesquisa divulgada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com base em dados do Censo Demográfico de 2010. De acordo com o estudo, 97,1% com nível superior em qualquer área se declararam ocupados aos investigadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quando a formação está entre os cursos citados, o índice sobe para 97,4%.

O estudo apontou ainda, que sete em cada dez profissionais de ciência, tecnologia e engenharias não ocupam postos de trabalhos típicos de suas áreas de formação. Entre os engenheiros, por exemplo, 59% trabalham em setores não típicos, como mercado financeiro e ensino. Entre os formados em ciências, matemáticas e computação, 21% ocupam os postos comuns à profissão. Os profissionais também figuram na indústria extrativa (47%), a atividade de informação e comunicação (43%), o setor de eletricidade e gás (41%), a agropecuária (39%), o setor de água e esgotos (36%) e a indústria de transformação (30%).

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Programa oferece bolsa para estudantes de pós na Europa

O projeto Erasmus Mundus é um velho conhecido do mundo acadêmico e ganha, cada vez mais, projeção entre os brasileiros. São vários os incentivos e, neste fim de ano, estão abertas as candidaturas a bolsas em universidades de Roma para acadêmicos de graduação, pós-graduação, pós-doutorado e staff nas áreas de engenharia e tecnologia e educação e formação de professores. O limite é 15 de fevereiro. Os detalhes estão no site www.bemundus.eu.

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Exoesqueleto robótico é esperança para voltar a andar

A qualidade nas rodovias está entre as principais expectativas sobre a privatização das rodovias federais, vivida agora por Mato Grosso do Sul por meio da BR-163. Além de comodidade, claro, a redução do número de acidentes está na pauta que vai do Ministério dos Transportes até o da Saúde. É incomensurável o gasto do SUS (Sistema Único de Saúde) com leitos comuns ou alta complexidade para as vítimas de acidentes de trânsito. Somente na Santa Casa de Campo Grande, 80% dos leitos do SUS estão à disposição de politraumatizados. Tratamento caro no hospital e fora dele, porque o acidentado ainda pressiona a Previdência, ficando encostado meses pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Recebendo pensão também não produz e puxa para baixo a eficiência econômica.

Descontando as lamentáveis mortes e as recuperações, há quem nunca vai deixar de exibir os efeitos catastróficos do trânsito. E investir para a reinserção dessas pessoas é caro, mas os lucros com quem decide aceitar o desafio também são elevados. Exatos 21 bilhões de euros por ano é o que planeja faturar a Cyberdyne Care Robotics, uma joint-venture alemã-japonesa que está testando o exoesqueleto. As pesquisas acontecem no Centro para Treinamento de Mobilidade Neuro-Robótica da clínica Bergmannsheil, da Universidade de Bochum, na Alemanha.

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Equipamento confere estabilidade perdida em acidente, mas prevenir ainda é melhor

O exoesqueleto robótico uma espécie de armadura externa que dá estabilidade ao paciente do quadril e às pernas. No equipamento existem sensores que reconhecem impulsos nervosos que chegam até a pele e permitem a execução do movimento. Pela rotina de estímulos, os impulsos fazem com que o paciente “reaprenda” a executar movimentos até andar novamente. A pesquisa está direcionada, ainda, na recuperação de pacientes com Parkinson e vítimas de acidente vascular cerebral.

Tudo ainda é experimental, claro, mas treinar com um equipamento desses custa 500 euros. São 500 por hora sob o monitoramento médicos, terapeutas e técnicos. Por enquanto são usados pela Cyberdyne Care Robotics 24 exoesqueletos robóticos que, juntos, valem 2,3 milhões de euros. Os robôs estão em clínicas europeias e 160 centros de reabilitação japoneses.

Mais que cara, a tecnologia ainda é experimental, ou seja, não tem garantia de sucesso. Até lá, para evitar sequelas permanentes causadas pelo trânsito, o investimento mais barato é a prevenção.

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