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Em Pauta

Liberais orgulhosos do Instituto Millenium e suas ideias

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/04/2014 07:11
Liberais orgulhosos do Instituto Millenium e suas ideias

Instituto Millenium – o centro nervoso das ideias liberais brasileiras

Assistiu ao filme – Os homens que não amavam as mulheres? Nesse filme de 2009, uma jovem – Harriet Vanger - desapareceu por 36 anos, sem deixar pistas, em uma ilha da Suécia. A polícia jamais conseguiu descobrir o que aconteceu com a jovem, que tinha 16 anos na época do sumiço. Seu tio continuou a procura e contratou um jornalista polêmico, proprietário da revista Millenium, para trabalhar no caso. Também contratou uma investigadora particular incontrolável e antissocial. Após muitas reviravoltas, e soluções de misteriosos assassinatos de mulheres por todas as regiões suecas, encontraram a desaparecida.

Tal qual o desaparecido pensamento liberal no Brasil, Harriet Vanger é encontrada passando bem e com muito estilo. As ideias liberais continuam a vicejar. Seu centro nervoso está no Instituto Millenium onde se reúnem intelectuais e empresas como a Gerdau, Editora Abril e a Localiza. O Instituto foi criado, em 2005, pela economista Patrícia Carlos de Andrade, filha de um diretor da Rede Globo que contou com a adesão de Ives Gandra, Raul Velloso, Jorge Gerdau, João Roberto Marinho, Gustavo Franco, Armínio Fraga e Henrique Meirelles.

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Defendem que há um vácuo de representação política para as ideias liberais no país

Afirmam que FHC e Lula passaram 16 anos no poder mesclando medidas pró-mercado e pró-Estado e que até hoje nenhum dos dois bate no peito para se gabar de políticas tomadas para beneficiar investidores ou elevar a competitividade das empresas. Ambos patrocinaram muitas medidas liberais. Na verdade, eles preferem colocar sob holofote os avanços na área social – como os ganhos da população com o controle da inflação ou as políticas de redistribuição de renda. A frustração dos liberais se aprofundou sob Dilma, que tem feito um governo acusado de intervencionista, centralizador e avesso ao lucro. Tudo que FHC e Lula não foram.

Também afirmam que no Brasil, ninguém se elege sendo arauto de ideias liberais, das liberdades individuais, da defesa do contribuinte e da crença de que é o indivíduo, e não o Estado, quem gera riqueza. De acordo com os membros do Millenium quem vence eleições no Brasil promete grandes resoluções que passam pelo Estado.

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Enfrentamento contra o governo, não!

O Instituto Millenium faz questão de dizer que não incentiva votos no PSDB ou em agremiações de direita, não tem inclinação partidária, não é contra Dilma nem assume postura de enfrentamento com o governo. Um de seus membros mais ativos, Marco Antonio Villa, professor aposentado da UFSCar, autor de um livro sobre o mensalão é um dos mais importantes críticos da pretensa corrupção petista.

Ele costuma dizer que Lula gastou R$ 5 bilhões na transposição do Rio São Francisco para nada. Questiona o dinheiro que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) enterrou em Eike Batista e afirma que se o Brasil tivesse uma oposição política como a antiga UDN, a refinaria Abreu e Lima – da Petrobras, em Pernambuco, que inicialmente deveria custar R$ 5bilhões, mas vai sair por R$ 40 bilhões – poderia derrubar um governo. Enfim, o centro do pensamento liberal brasileiro, realmente é apartidário?

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Europa intensifica ‘faxina’ contra a profissão mais antiga do mundo

São nove horas da noite e algumas ruas de Estocolmo, na Suécia, célebres por serem ruas da prostituição, estão mortas. Há poucos anos, as vias estavam repletas de mulheres. Hoje, contudo, é difícil ver alguma trabalhadora sexual.

Segundo o governo sueco, foi reduzido drasticamente o tráfico de pessoas e a prostituição mediante a proibição da compra de serviços sexuais, medida que priva as trabalhadoras sexuais de seus meios de subsistência e as tornam mais vulneráveis à violência segundo a ONG WUNRN, defensora dos direitos femininos.

A venda de serviços sexuais continua sendo legal naquele país, a compra e intermediação de serviços sexuais se classificaram como delito. Isto é, prendem os homens e deixam livres as mulheres.

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Contra tudo e contra quase todos, mas será?

A lei sueca, primeira em seu tipo no mundo todo, estabelece um máximo de 6 anos de prisão para os proxenetas, vulgarmente conhecidos como cafetões e até 10 anos de prisão para os traficantes de mulheres.

Criaram até uma unidade policial dedicada à luta contra os “Johns”, nome que eles dão a quem compra os serviços das trabalhadoras sexuais. Os opositores à lei, com as prostitutas encabeçando o movimento, argumentam que tal proibição tornou a vida mais difícil para as mulheres que trabalham com esse serviço. A WUNRN apresenta, em seu site, vários testemunhos de trabalhadoras sexuais argumentando contra a lei.

Uma diz que: “é difícil trabalhar nestas condições. Os clientes têm medo de ser apanhados, por isso agora aceito ter relações sexuais nos seus automóveis por 55 euros (antes da lei a taxa média era de 100 euros), e também estou disposta a ir com homens rudes, com quem não quer usar camisinha, porque necessito do dinheiro”, diz Johanna de 35 anos. Para Lisa, uma mulher de 38 anos que trabalha nas ruas há 12 anos, “o negócio se tornou mais duro e mais perigoso, há mais concorrência e mais violência”.

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A proibição legal não ficou restrita à Suécia

A França copiou a legislação sueca. Quem for flagrado contratando serviços de uma prostituta pagará pelo menos R$ 4,9 mil (1.500 euros). A Noruega está com projeto de lei tramitando no seu Congresso e o tema está em debate efervescente na Dinamarca.

Se alguns tentam proibir outros tentam legalizar. Em nosso país e na nossa Capital, os movimentos de apoio à prostituição, mesmo que timidamente, pensam no caminho inverso. De acordo com alguns deles, atender clientes nos carros e sem segurança atenta contra a saúde e expõe mais aos perigos da violência. Cobrar menos pelos seus serviços, que têm por média R$ 200, é o que mais as apavora.

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