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Em Pauta

Mais impostos municipais? Os números têm versões

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/09/2016 08:00
Mais impostos municipais? Os números têm versões

No seu clássico "1984", George Orwell inventou o termo "doublethink" (algo como "duplo pensamento"), para descrever a capacidade de aceitar duas realidades completamente opostas. Para Orwell, isto é particularmente presente no discurso político. O seu expoente é o totalitarismo. Entendia que por mais claro que fosse o totalitarismo, a sua narrativa permitia duas ou mais versões. Algumas abrandavam a face do terror do totalitarismo, chegavam mesmo a torná-lo desejável. A propaganda, a gestão do discurso político está presente todos os dias em nossas vidas. Basta ligar a televisão, o computador ou ler jornais para nos depararmos com as versões do mundo da política. Para uma minoria, o atual prefeito é bom ou ótimo, porque existe uma máquina de propaganda que "vende" sua imagem de vítima. Para a maioria, temos o pior prefeito da história em suas duas versões: Bernal e Olarte são as duas faces da mesma incompetência. Essa maioria também é susceptível a outra máquina de propaganda. E assim se dá o jogo e as versões políticas.
Os números da Prefeitura de Campo Grande não estão imunes a essas tentativas. Pelo contrário, suas medições carregam ambiguidades. São bastante susceptíveis a manipulações. Nas contas públicas o combate político é mais vivo, como também há uma tensão constante entre alvos e realidade. As discussões sobre os números da Prefeitura ainda não encontraram um caudal desejável. Esta é a hora de expô-los à compreensão pública e ao debate. São eles que balizam o que pode haver de verdadeiro no que prometem os candidatos. São esses péssimos números que mostram a inutilidade das promessas. Elas não serão cumpridas. A Prefeitura está quebrada. Tudo que foi construído ao longo de 20 anos foi destruído em 6 anos.
Os números importam. Tal como no livro de Orwell, às vezes temos de prestar muita atenção para relembrar que 2 + 2 são 4, por mais que os candidatos digam que são 5. Quem for eleito nos apresentará um tipo de remédio para a falência da Prefeitura. Não importa qual deles será usado. É muito provável que pensem em aumento de impostos. Qualquer remédio terá gosto amargo, muito amargo. O resto é "doublethink", marketing, enrolação... mentira.

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O jornalismo virou cinema. Uma Hollywood do jornalismo.

Filmes hollywoodianos inspirados em jornalismo não são novidade. "Argo", "O Informante", "Os Gritos do Silêncio" e "Um Dia de Cão" são alguns dos títulos mais conhecidos e premiados. A demanda por histórias de impacto, emocionantes e provocadoras tem encontrado bons jornalistas para saciar a sede da meca ocidental do cinema.
Joshua Davis e Joshuah Bearman entenderam esse caminho. Criaram uma revista digital com essa finalidade. Escrever textos jornalísticos com mercado no cinema. Concebida como plataforma para histórias reais com potencial de adaptação, "Epic", foi lançada há três anos. Veio na esteira do sucesso de "Argos", artigo escrito por Joshuah Bearman. É isso, o sensacional "Argos" é da lavra de um jornalista. O site traz alguns artigos, lidos gratuitamente, no endereço: epicmagazine.com
Mais de 25 artigos da dupla já ganharam adaptações. Eles não vendem assinaturas ou espaço publicitário. O acervo é visto em primeira mão pelo estúdio de cinema Fox e para a TV, pelo anal A&E. Um bom casamento que vem abrindo um novo espaço para filmes que vão além da diversão. Há um público que deseja se sentir engajado com o mundo real, sempre aprendendo e sentindo.

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Índio faz cinema.

Vídeo nas Aldeias é o nome do grupo que estreará na próxima Bienal Internacional de São Paulo. Composto por profissionais do cinema e índios, o grupo é conhecido não só por registrar etnias pelo Brasil, como também por prestar oficinas de cinema às comunidades indígenas que, assim, podem criar seus próprios filmes.
O Vídeo nas Aldeias apresentará "Brasil dos Índios: Um Arquivo Aberto", com cerca de 30 filmes registrados ao longo de três décadas com vinte povos, entre eles guarani, xavante e ianomâmi. Exibem rituais espirituais feitos espontaneamente ou encenados, massacres e até ficções roteirizadas e registradas por índios.

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