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Em Pauta

Microsoft mantém ideia no princípio norteador de ‘companhia’ e dá exemplo

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/09/2013 07:30
Microsoft mantém ideia no princípio norteador de ‘companhia’ e dá exemplo

COMENDO PÃO JUNTOS...

Desde seu início, foi difícil definir ou até mesmo compreender a ideia de “companhia” – um grupo de indivíduos compartilhando responsabilidade comercial. Na Idade Média, quase todos os negócios eram realizados por indivíduos fazendo intercâmbio com outros, em feiras, nas ruas ou vendendo bens e serviços para os governantes. Alguns desses negócios se tornaram firmas familiares.

Na Itália, as firmas marítimas começaram a se autodenominar “compagnie”, cujos membros “comiam pão” uns com os outros (cum-panis). Este o princípio norteador das primeiras companhias – negociarem juntos e comerem o pão também juntos.

Qual a mais importante companhia do mundo atualmente? Vamos visitá-la.

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MUITO CHARME...

Não há nada de aparência industrial em almoçar na Microsoft, a empresa mais charmosa e famosa do mundo. Ao longo da Microsoft Way (estrada que leva a ela), em meio às florestas das proximidades de Seattle, não há edifícios altos, portão principal, nem sinal de guardas de segurança. Apenas grupos de prédios baixos, uniformemente da cor branca, envidraçados. Todos cercados por pinheiros e azaléias, dando um clima bucólico. Enormes estacionamentos lotados de carros. Parece uma universidade ou um sanatório de luxo.

O caminho que atravessa o gramado estava incrustado com placas de metal, como se fossem lápides. Em verdade, as placas eram comemorativas das principais realizações dessa companhia.

A placa mais interessante diz: “Cada produto despachado significa um passo mais próximo da visão: um computador em cada escrivaninha e em cada lar”.

O alegre restaurante self-service estava lotado de jovens funcionários. Fica a ideia de uma reunião de estudantes de pós-graduação. Todos os rostos do mundo e sotaques: chinês, japonês, indiano... Refrigerantes gratuitos. Sem bebida alcoólica.

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JOVENS, TRANQUILOS E... MILIONÁRIOS...

Os microsoftitas tinham, todos, a mesma aparência informal: camisetas, suéteres, jeans e moletons. Idade média de 32 anos. Quase a metade era de mulheres plenamente confiantes e tranquilas. Raros correspondiam à imagem batida do sujeito vidrado em computador, de típico nerd – óculos grosso, desajeitado e canetas no bolso. Todos pareciam viciados em seu trabalho. Talvez a maioria fosse de pessoas gordas...

Por dentro os prédios são austeros, com pequenos cubículos ligados a um computador. Qualquer funcionário pode se comunicar com o patrão. No campus não há nada que indique que centenas daqueles jovens funcionário já são milionários. Comeram o pão juntos e ultrapassaram a mirabolante quantia de US$ 100 milhões na conta bancária de cada um deles.

Não dão a impressão de se interessar por isso. Pelo contrário, só falam de computadores. Também não dão a impressão de estarem satisfeitos com a riqueza acumulada e muito menos com o ápice de fama que conquistaram. Simples e humildes. Raramente alguém sai dessa companhia para desfrutar a fortuna ou para alçar novos rumos.

DE OLHO NO FUTURO, MAS DE BRAÇOS DADOS COM AS ORIGENS!

Uma nova planta está sendo construída nessa companhia. O arquiteto entusiasmou a todos com um tipo de prédio medieval: as celas de monges e os jardins dos monastérios. Talvez os microsoftitas possam obter inspiração, tal como frades meditativos.

A Microsoft e sua imagem, seu estilo, seu conceito.

Sem dúvida é o modelo de companhia a ser perseguido por todos... ainda que estejamos tão distantes. Comer o pão juntos, patrões e funcionários, parece-me ser essencial.

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TRABALHO ESCRAVO ATUAL...

Adam Smith em “A riqueza das Nações”, livro maior do pensamento capitalista raciocinava: “o trabalho executado por homens livres sai mais barato no final do que quando feito por escravos”. Em um renomado estudo, Russel Menard, da Universidade de Minnesota fez os cálculos da afirmativa de Adam Smith e concluiu que o trabalho escravo era mais caro. Além de caros, o trabalho deles era ruim. Não falavam o idioma dos donos, nada entendiam da sociedade para onde eram levados e tinham de passar por longo treinamento. Para piorar, tinham total incentivo para fugir, sabotar ou até mesmo matar seus donos.

Existe alguma dúvida que a mesma história se repete em nossos dias com roupagem diferente? As empresas que remuneram mal seus funcionários ou os trata indignamente receberão bons frutos e lealdade desse trabalhador?

Algum economista se dispõe a trilhar o caminho de Russel Menard? Fazer as contas e deixar provado que o trabalhador bem remunerado e tratado dignamente rende maiores lucros ao patrão?

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DESPOTAS MIRINS!

Em 2011, o canal de TV Nickelodeon fez uma pesquisa com crianças de 11 países, o Brasil inclusive. Constatou-se que em 49% das vezes, as crianças tomam a decisão sobre as compras da casa. Entre os entrevistados, 91% dos pais afirmam que são as próprias crianças que iniciam o diálogo sobre essas decisões. Outros 51% dizem que são eles pais que têm o poder de decisão, mas não sem antes ouvir os filhos. “Quem manda são eles”, conta a autora do livro “Déspotas Mirins – O Poder nas Novas Famílias”, a campograndense Márcia Neder que trabalha na USP. “Para mim a grande vitoriosa dessas lutas (do século atual) foi a criança”. Márcia Neder cunhou o termo “pedocracia” para mostrar o poder de compra das crianças e de decisão.

Nossos comerciantes já aprenderam quem compra? Brinquedos nas lojas, palhaços são divertidos e promovem venda.

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UTOPIA PIRATA!

O Ministério da Fazenda vem incentivando Estados e Municípios a contrair vultosos empréstimos com o aval do Governo Federal. Entende ser essa uma das principais estratégias para não permitir a evolução da crise mundial. Parece não ter fim.

Imaginem um mundo no qual todos emprestam, todos devem. Todos são devedores, todos são emprestadores. Oh! Quanta harmonia.

Nenhuma demanda, nenhuma guerra, nenhuma disputa. Ninguém será avarento, nem sovina, nem recusante.

Todos serão bons, todos serão belos, todos serão juntos.

Será que o Ministro acordará algum dia?

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QUERO MEUS 11 DIAS DE VOLTA!

Em 1752, quando o Império Britânico adotou o Calendário Gregoriano, o mês de setembro perdeu 11 dias. A correção causou revolta: protestantes clamaram pelos dias perdidos. Se fossem no Brasil e esses 11 dias fossem úteis, em dias de trabalho ocorreria Carnaval!

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SUPER MARIO BROS!

O primeiro da série chegou às lojas no dia 13 de setembro de 1985. Foi a primeira franquia de games a chegar ao cinema, lançado em 1993. Um fracasso financeiro e de crítica.

Agora virou ópera. O músico norte-americano Jonathan Mann acaba de transformar a saga do encanador e da princesa Peach em musical. The Mario Opera acaba de estrear em Nova York. E tem gente que ainda acredita que é coisa de criança.

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ALTERNATIVA POSITIVA...

Situação comum. Um estudante que tem renda familiar razoável não pode se candidatar ao ProUni (Programa Universidade para Todos) que empresta dinheiro para os jovens, mas por outro lado a renda familiar é baixa para contrair empréstimo bancário.

A solução começou com a EduKar, um negócio recentemente aberto em São Paulo que se propõe a resolver esse tipo de impasse.

No modelo governamental a dívida é parcelada com juros fixos. Na proposta da EduKar, o aluno paga um percentual de sua renda – até 12% quando encontrar emprego.

Brecha preenchida. Bom para os investidores da EduKar e também para os estudantes.

Alguém se habilita a montar uma empresa similar?

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A BARREIRA DA LÍNGUA...

A insuficiência da língua estrangeira está entre as principais barreiras para o aproveitamento das bolsas oferecidas pelo governo brasileiro e países parceiros. Para o programa Brasil Sem Fronteiras, o Ministério da Educação criou um curso on-line direcionado aos candidatos e contemplados. Aos que tentarão outras bolsas, porém, não faltam opções. Há, na internet, uma infinidade de cursos on-line que suavizam a barreira da língua. Entre os destaques está o Livermocha (www.livermocha.com). É gratuito e de qualidade.

LÍNGUA, LANGUE, LANGUAGE, SPRACHE!

Aprender um segundo idioma sozinho é, às vezes, tarefa complicada cujo sucesso só pode ser alcançado com muita dedicação. Há quem desista na primeira investida. A boa notícia é que existem cursos gratuitos ou com valores muito abaixo do mercado oferecidos por universidades públicas e privadas de Mato Grosso do Sul. Além dos acadêmicos, os cursos também são destinados à comunidade. É preciso consultar os sites e ficar atento às datas e horários. Para saber mais: www.ufms.br, www.uems.br, www.uniderp.br e www.ufgd.edu.br. Estudar é, ainda, uma das formas mais seguras de garantir um futuro sólido.

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