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Em Pauta

O Brasil Grande da ditadura militar e o Brasil Maior da era petista

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/03/2014 08:15
O Brasil Grande da ditadura militar e o Brasil Maior da era petista

A manipulação nos preços está de volta e inflação já, já chega

Meio século. 50 anos depois. Após o golpe militar de 1964, alguns fantasmas da política econômica do regime militar voltam a rondar o país. Voltamos a ter manipulação de preços, especialmente na energia e nos combustíveis, que adia apenas uma inflação represada que logo mais irá estourar nos bolsos dos cidadãos. Também voltamos a ter uma estratégia industrial de escolha de "campeãs" nacionais, com forte incentivo governamental, repetindo, em parte, a fórmula usada pelos governos militares para segurar o custo de vida e puxar o crescimento econômico.

Se hoje o Ministro da Fazenda segura preços de combustíveis e de energia, o regime militar manipulou a coleta de informações nos índices oficiais de inflação, para mantê-los artificialmente baixos.

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Invenções de antes e de agora

Todos os especialistas, menos os ligados à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e ao governo do Estado de São Paulo, lembram que a atual política industrial que exige a produção com "conteúdo local" que emergem da falsa "guerra dos portos", guarda inspiração no primeiro e no segundo PND (Plano Nacional de Desenvolvimento), dos governos Médici e Geisel. Não por acaso, a política emanada do Ministério da Fazenda do atual governo ganhou o nome de Brasil Maior. O dos militares era Brasil Grande.

A grande diferença está no salário dos trabalhadores. Os trabalhadores viram seus salários serem devorados pelos índices inflacionários galopantes do período ditatorial e pela fórmula de reajuste dos militares: embutia-se a metade da inflação prevista sobre o salário médio dos últimos 24 meses, mais a taxa de produtividade. Em outras palavras, arrocho salarial. No período petista, a massa salarial chegou a patamares históricos nunca conquistados. Vivemos uma época de enormes ganhos salariais para todas as categorias. Foi criada uma nova classe média. Algo de impensável pelos governos militares.

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Dois czares na economia brasileira

Um foi o ministro mais poderoso da área econômica durante o regime militar, época do Milagre Econômico, que levou os brasileiros a um breve período de bonança e a muitos anos de forte arrocho salarial. Delfim Netto, o primeiro czar.

O outro está à beira de um recorde no Ministério da Fazenda. Completará oito anos à frente da pasta, sob críticas contundentes aqui e lá fora. Só duas vozes se ouvem em sua defesa: a de seu "padrinho" Lula e a de seu mestre e mentor, Delfim Netto. O dândi, com comportamento "low profile", é educado e não reage agressivamente às críticas, mas é o ministro que perdeu o relógio, não soube a hora de inverter a política anticíclica usada na crise de 2008. Guido Mantega é pupilo e o seguidor da cartilha de Delfim Netto, o segundo czar.

Delfim tinha apenas 38 anos quando foi convidado para ser Ministro da Fazenda. Foram 7 anos no cargo. Sustentou-se nos governos Costa e Silva e Médici, período marcado por grandes obras e crescimento acelerado do PIB. Feito à custa de muito arrocho salarial, endividamento externo e manipulação de preços. O Brasil do "ame-o ou deixe-o". Vangloria-se de: "Nunca entrou no meu gabinete um oficial fardado. Nunca, nunca houve a menor interferência militar na administração civil".

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Semelhanças entre comandantes, infelizmente

Seu pupilo Mantega foi um curinga no começo do governo do PT. Inicialmente, comandou o Planejamento, de onde saiu em 2004, para apagar um incêndio no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Em março de 2006, Mantega deixou o Banco para assumir a Fazenda, depois que Antônio Palocci, querido do empresariado, se envolveu em denúncias de corrupção.

Os dois são muito estudiosos. Os dois são muito disciplinados. Os dois são áulicos dos mandatários. Mantega chega a declarar-se corinthiano, embora não saiba a diferença de uma trave para a marca de pênalti. A grande diferença entre os dois czares está no salário dos trabalhadores. Delfim propugna pelo arrocho, Mantega luta pelo crescimento salarial, ainda que desordenado.

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Respiração em suspenso: Standard and Poors anuncia mais rebaixamentos

Menos de um dia após a Standard and Poors anunciar a mudança na classificação da Petrobras, Eletrobras e Samarco, já disse haverá outros rebaixamentos. Vai acontecer nos próximos dias, avisou a diretora para América Latina da agência, Lisa Schineller, mas já causou todo tipo de reação no governo. A agência afirma que a nota do Brasil caiu porque a política fiscal enfraqueceu por conta da falta de transparência. É um reflexo não calculado sobre caso Petrobras.

Muito cedo, o Banco Central emitiu uma nota afirmando que “independentemente da avaliação da agência de rating Standard & Poors, que reclassificou o risco do País, o Brasil tem respondido e continuará respondendo de forma clássica e robusta aos desafios que se colocam no novo quadro internacional”.

O Banco Central ainda chamou de austera a condução da política macroeconômica, justamente o ponto mais criticado pela agência. Ao fim da nota, afirmou algo que assusta: “a qualidade das políticas em vigor deve manter o País bem preparado para o novo cenário internacional que se desenha”.

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Enquanto isso, na agência oficial de notícias do governo federal...

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Incremento no closet fica em R$ 810,84 neste ano

Ao menos é o que a maioria pretende gastar com roupas neste ano, conforme o Ibope. No ano passado, a intenção de consumo com roupas ficou em R$ 786. Até o fim do ano, o setor vestuário vai movimentar cerca de R$ 138 bilhões, injetados, principalmente pelas classes C e B com 41% e 40% do potencial de consumo, respectivamente. Traduzido em reais, a classe C tem potencial de consumir R$ 56,2 bilhões e a B, R$ 54,9 bilhões. Somente a classe A deve injetar R$ 15,1 bilhões, que significa 11% do consumo do total do país. Já a estimativa para as classes D e E representa 8%, com R$ 11,6 bilhões.

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Compra de bilhetes para Nova York cresce 120% ao fim do carnaval

Isso porque, para muitos, as férias são possíveis somente após o carnaval. Levantamento da ViajaNet aponta que a quantidade de brasileiros em Nova York vai dobrar nas próximas semanas. O aumento na venda de passagens corresponde a 120% mais. A tendência de alta permanece até as férias escolares, quando o destino preferido muda para Orlando, considerando que as famílias querem levar os filhos à Disney. Miami, contudo, foi preterida e a queda na compra de passagens chega a 75%. Para quem prefere a Europa, disparam na preferência, Londres, Madri e Lisboa, nesta ordem. Está démodé ir a Paris, houve baixa de 2% nas vendas de bilhetes para a Cidade Luz.

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