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Em Pauta

O grande trunfo de um governo Temer está no calendário

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/04/2016 08:14
O grande trunfo de um governo Temer está no calendário

Em 1992, quando Itamar Franco assumiu a presidência, foram necessários seis meses até que Fernando Henrique Cardoso tomasse as rédeas da economia nacional. A situação atual não é muito diferente, ainda que pese a necessidade de imprimir grande velocidade às mudanças. Caso Temer venha a assumir a presidência em maio, o processo de impeachment ainda estará correndo no Senado em sua segunda fase, bem mais difícil que a primeira (todos, menos o PT e seus satélites, acreditam que na primeira fase ocorrerá outra derrota de Dilma).
Nesse período, Temer, sem dúvida, lembrará a todos que ainda não é o presidente de fato, apenas um interino. Com isso, terá pelo menos 3 meses de trégua. É o tempo que ele necessita para chegar às Olimpíadas. Na sequencia, virão as eleições municipais que galvanizarão o país pelo brado de "Fora PT". Daí, até o final do ano, é um pulo. Chegar em fevereiro sem maiores problemas faz parte dos costumes brasileiros.

O grande trunfo de um governo Temer está no calendário

A baixa expectativa é um trunfo para um possível governo Temer.

Paradoxalmente, a baixa expectativa é um trunfo para um possível governo Temer. Ninguém espera muita coisa de seu governo. Isso faz com que o período inicial de trégua, menos com o PT e seus satélites, possa ser usado para uma boa organização interna dos ministérios e da relação com o Congresso Nacional. O caráter de tudo ou nada que teve o primeiro round, e, neste momento, aparentemente, o round decisivo, indica um cansaço considerável das forças que foram às ruas, contra e a favor. É verdade que a enorme brutalidade do desemprego mina o apoio a qualquer governo, mas, ao mesmo tempo, contribui para a diminuição de greves.

O grande trunfo de um governo Temer está no calendário

Eduardo Cunha não será vice-presidente. Há diferença entre substituição e sucessão.

O malvado predileto da maioria dos brasileiros não será o vice-presidente da República. O artigo 79 da Constituição define que: "substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Presidente". Isso significa que apenas o Vice-Presidente eleito pode ser sucessor para a vaga presidencial.
A sucessão não ocorre como presidente da Câmara, nem com o presidente do Senado ou com o do Supremo Tribunal Federal. Logo, se Temer se tornar presidente, Eduardo Cunha poderá substituí-lo em caso de viagem, mas se Temer for cassado, Cunha não assumirá a presidência da República. Ele seria apenas o substituto até as eleições que teriam de ser marcadas em 90 dias ( enquanto faltarem mais de dois anos para o fim do mandato). Se a vaga ocorrer nos dois últimos anos do mandato, será realizada, em 30 dias, eleições indiretas pelo Congresso Nacional.

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Ranking. Os países do mundo com mais presidiários.

O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo. Segundo o Ministério da Justiça, em 14 anos, o número de presos no Brasil cresceu mais de 160%, dez vezes mais que o aumento da população. Em média, são 6 pessoas a mais por cela. 41% dos presidiários, até hoje, não foram julgados, o Brasil só perde para a Líbia, onde 90% de seus 6.187 presos também não foram a julgamento. E mais da metade tem entre 18 e 29 anos.
O crime mais comum, que leva as pessoas ao encarceramento, continua a ser o tráfico de drogas. Mas há um dado inusitado, o país mais problemático para os estrangeiros é, sem dúvida, os Emirados Árabes Unidos, onde 92% das 11 mil pessoas detidas são de outras nacionalidades.

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