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Em Pauta

O marketing encarcerado

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/02/2016 07:59
O marketing encarcerado

Primeiro foi Duda Mendonça. Agora, João Santana. Os grandes marqueteiros do país estão sendo acusados de algo muito pequeno - evasão de divisas para o exterior. Se for apenas isso, estão acompanhados por milhares de outros milionários. Evasão de divisas... um diminuto, quase insignificante problema que causaram ao país. A verdade é que eles são os protagonistas, os criadores de um país de pernas para o ar - um país ao revés. Criaram um país de mentiras, criaram Alices no País das Maravilhas.

Foram muitas mentiras inventadas pelos marqueteiros, mas a última mais afamada foi colocar na boca da então candidata Dilma dizendo que, se o Banco Central tivesse independência, faltaria comida na mesa dos brasileiros. É incrível que o país vote em absurdos como esse. É ainda mais incrível que seu criador vá para a cadeia para se defender de uma acusação frouxa.

Não há crime mais absurdo que enganar a maioria da população com um discurso raso. Os marqueteiros desde o tempo da vitória de Collor de Mello para a presidência da República se assenhoraram de parte significativa do país. Sequestraram a democracia. As eleições viraram sucursais fajutas do Oscar - concorrem apenas os melhores programas e vinhetas. Os debates necessários desapareceram de todas as eleições. Saúde? Tome vídeos e vinhetas com idiotices, como a que presenciamos, de marcar consultas médicas em farmácias. Educação? Tantos outros vídeos e vinhetas para falar muito e dizer nada. Segurança? Os donos do Brasil, também denominados marqueteiros, dizem que basta mais tropa nas ruas. Tropa mal organizada e mal formada não combate nem mosquito.

Os marqueteiros lembram a famosa entrevista de Al Capone ao jornalista Cornelius Vanderbilt Jr.: "Hoje em dia as pessoas não respeitam nada. Antes, colocávamos num pedestal a virtude, a honra, a verdade e a lei..."disse o chefe da máfia. Um mundo de pernas pro ar. Um mundo ao revés.

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O marketing encarcerado

Usinas de cana-de-açúcar voltaram ao azul.

Foram anos de resultados ruins, mas as usinas parecem ter virado a página com a forte recuperação do etanol e do açúcar. Desde setembro de 2015 estão trabalhando no azul, com lucros. Pelo menos para as empresas que divulgaram seus balanços o lucro tornou-se real. Não é para menos, entre setembro e dezembro, o preço médio do álcool subiu 60% e o do açúcar ficou em 73%.

O marketing encarcerado
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O tempo em Campo Grande.

Em Campo Grande, o tempo conta-se de outra forma. Aqui o tempo não anda, mas também não corre. Dizer que o tempo é dinheiro também não serve. Aqui nunca se pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem. Mas aqui todos sabemos que há um tempo para tudo: um tempo para idealizar, um tempo para projetar, um tempo para experimentar, um tempo para construir, um tempo para destruir, para reconstruir. Um tempo para seduzir, um tempo para envolver e convencer, um tempo para partilhar e fazer acontecer. Mas para trazer o caos, a balbúrdia.

Estes foram os tempos que marcaram os três anos da falta de administração da prefeitura de Campo Grande. Muitos sonhos, muitas vontades, mas muito, muito mais decepções. Nenhum sucesso, nenhuma realização. Só venderam, com sucesso, o espírito de perseguição. Três anos vividos a um ritmo vertiginoso, em um ambiente altamente contagioso para o qual não fomos vacinados. Mas esse também foi o tempo em que todo um ecossistema murchou, tornou-se incapaz, mostrou-se doentio e podre. Mas, queiramos ou não, este é o nosso tempo. O tempo de afirmar Campo Grande como uma cidade empreendedora, aberta, cosmopolita, criativa e inovadora. Tempo de deletar nossos erros e fantasias. Tempo de verdadeiras mudanças e não de permanecermos fora do tempo.

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O folhetim da ópera bufa brasileira: o governo meio quebrado...

Se não fossem as boas reservas do governo brasileiro de, aproximadamente, US$ 340 bilhões, certamente o mundo estaria afirmando que ele estaria quebrado. A verdade que ninguém diz é essa: economicamente o governo está se aguentando exclusivamente por essas reservas. O resto é "vender o almoço para pagar a janta", apenas rolamos as necessidades. Apenas postergamos a resolução das dívidas. É claro, os governos reagem como cegos no ringue, "espancam" a tudo e a todos elevando impostos, como se não existissem limites. Que fique claro, ultrapassamos todos os limites para a elevação de impostos. E o resultado dessa cegueira começa a surgir: a indústria está a fechar portas por não suportar tamanho absurdo. Não se deixem enganar pela conversa hermética de economistas e governantes. Para o lado do brasileiro a situação é ainda pior, não há reservas para a maioria da população.

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.... e o brasileiro muito endividado.

Assim como a taxa Selic, que passou de 11,75% para 14,24% ao longo de 2015, a inadimplência também subiu no Brasil. Uma das causas dessa alta é justamente a Selic. No Centro-Oeste, o número de cidadãos inadimplentes subiu 6,24% no último ano. Mais de meio milhão de pessoas passaram a dever em nossa região. Para aqueles que entraram em 2016 com boa parte da renda comprometida com dívidas, o horizonte só adiciona pessimismo.

A taxa média anual de juros do cartão de crédito aumentou 206 pontos percentuais. Apenas em 2015 a taxa de juros média do mercado foi 399,8%. Os juros do cheque especial subiram 96 pontos percentuais, alcançando 240,8% na média cobrada pelos bancos. Assim, tal como os governos brasileiros, só resta uma saída - redobrar a cautela com os gastos - ou virar um superendividado.

A definição usual do superendividado é daquele endividado que não percebe e vai pedindo empréstimo de um banco para saldar a dívida que tem em outro banco. Também pode ser definido como todo aquele que acreditou na política do governo Lula que dizia: "compre que o governo garante". "Compre seu desejado carrinho que não perderá teu emprego", "compre tua sonhada casa que nada mudará no país", " entre nas lojas de eletrodomésticos e compre tudo que lhe der vontade". Tal como o governo, esse cidadão, hoje, só posterga a resolução de suas dívidas.

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