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Em Pauta

O transe partidário. Passamos a ter uma longa lista de candidatáveis

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/06/2015 07:24
O transe partidário. Passamos a ter uma longa lista de candidatáveis

O transe partidário. A estridência do clã político dos Trad.

Com o esgarçamento da força política de Alcides Bernal os partidos entraram em transe. Todos acreditam que podem ocupar a principal cadeira da Avenida Afonso Pena, a do prefeito da Capital do Mato Grosso do Sul. Há um segundo fator que leva tantos a aspirar por candidatura: a vitória de André Puccinelli saindo da pequena Fátima do Sul para Campo Grande. E para completar o enredo, ainda vivenciamos a derrota vitoriosa de Reinaldo Azambuja, saindo de Marcajú. Passamos a ter uma longa lista de candidatáveis. O transe tomou conta dos partidos, desde os pequenos aos maiores. Em quase todos há disputas. A mais renhida é a do clã político dos Trad com o PMDB.

Em sua origem mais próxima, o clã era composto por Nelsinho, Fabinho, Marquinhos, Mandetta, Antonieta, Paulo Siufi e Otávio. Saíram dois membros. Mandetta foi disputar uma vaga na Câmara Federal com Fabinho. Antonieta disputou com Marquinhos vaga na Assembleia Legislativa. O clã em ascensão enfraqueceu. Nelsinho, seu virtual comandante, não mostrava liderança, era a imagem da falta de vontade. Havia perdido a garra e determinação nos dois últimos anos de seu mandato na Prefeitura de Campo Grande.

Um longo e difícil percurso havia percorrido. Conquistara as graças de André Puccinelli como o candidato a presidente da Câmara de Vereadores. Uma disputa acirradíssima e vitoriosa. André conquistou os votos para Nelsinho no último minuto. Passara pela prova do embate com inúmeros candidatos a Deputado Estadual. Novamente conseguiu o apoio de André como o candidato a vencer ou vencer. Saiu das urnas ovacionado com uma estupenda vitória. Passou à terceira disputa - a cadeira de Prefeito da Capital.

André saia da Prefeitura com 92% de aceitação. Um feito inigualável. O mundo político sabia que quem conquistasse seu apoio teria pavimentada a corrida para substituí-lo. Nelsinho disputou dia após dia a preferência de André, dessa vez contra Girotto. Tinha tão somente o apoio de um secretário, contra todos os demais. Tinha de enfrentar a quase totalidade dos vereadores labutando por Girotto. Mas tinha as pesquisas demonstrando sua alta densidade eleitoral. André optou por Nelsinho.

Ele fez uma boa administração em seu primeiro mandato. Não repetiu a performance no segundo. Os dois últimos anos na Prefeitura criaram uma imagem do desinteresse, da falta de vontade. Nesses anos, pavimentou a derrota futura. Aferrou-se às palavras. Mostrava na imprensa seu desejo pela candidatura a Governador. Mas foi um candidato malemolente. Em nenhum momento demonstrou vigor. Pior que a derrota para governador, a derrota sofrida em seu principal reduto eleitoral - Campo Grande - fez levantar uma gigantesca interrogação sobre as possibilidades de retomar uma carreira política. Sairá candidato à Prefeitura em 2016?

Para responder a essa interrogação terá de mostrar ascendência sobre seu irmão Marquinhos, fato nunca ocorrido. Dificilmente o clã político dos Trad deixará de disputar as eleições de 2016. São fortes, mas podem ser batidos com facilidade sem apoios importantes. A estridência do momento se postando contra André e o PMDB serve a uma estratégia previamente dimensionada. Em primeiro lugar galgar o apoio de Azambuja (que vê em seu PSDB duas candidaturas em disputa, ambas com nome a ser construído). Sonham em ser os escolhidos de Azambuja e ter o respaldo de uma máquina forte, como outrora fora a Prefeitura comandada por André. Como todos os derrotados, desejam encontrar motivações exteriores as suas vontades - culpam outros. Assim como Delcídio culpa o Lava Jato e o PT, Nelsinho culpa André e o PMDB. Mas a verdade é que o clã sempre esteve com as malas prontas para a viagem de saída do PMDB. Essa é a natureza dos três grandes partidos brasileiros - PT, PMDB e PSDB. Ganham e perdem adeptos ano após ano.

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O namoro morreu?

Se não morreu, está em coma. São raros os namoros. Agora ficam. O verbo ficar substituiu o namorar. Eis o fracasso maior do nosso tempo. E para piorar inventaram o relacionamento virtual. Mas que mané amor líquido, chega dessa desculpinha de filosofia barata. Só o encontro educa o homem. Só o encontro tira faísca. O que vale é o embeiçamento e o cheiro. Que o amor tenha a mesma intensidade, independentemente do calendário. Os machos estão desaparecendo. Eles se tornaram fracos. É a própria imagem da virtualidade e do pouco comparecimento. O cubano Pedro Juan Gutiérrez está cheio de razão: "Transem mais, vivam mais intensamente, dramaticamente, não se tornem escravos da virtualidade".

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O futuro dos relacionamentos: nova monogamia ou relações múltiplas?

São vários os pensadores que estudam como as pessoas se relacionam hoje, mas nem todos acham que está pior do que já foi. Uma das vertentes desses estudos diz que vivemos uma "nova monogamia", semelhante à existente na pré-história. De acordo com essa corrente, estamos vendo o retorno de comportamentos cotidianos que tínhamos há 500 mil anos. As mulheres vão para o trabalho todos os dias, há um aumento da sexualidade feminina, bem como do acesso à educação e empregos, e também do índice de divórcios. Estamos voltando a padrões de igualdade entre os sexos, família de renda dupla, alto índice de divórcios e de novos casamentos, e menor natalidade. Isso é ótimo para mulheres e homens: elas ficam mais livres, e eles têm uma parceira educada, saudável e que não depende deles. Mas, há o polo oposto dessa turma de pensadores - os que acham que vivemos uma era de relações múltiplas. A tese é a de que o amor é uma construção social que em cada época se apresenta de um jeito. Daqui a algumas décadas menos pessoas vão se fechar em uma relação a dois e mais gente vai querer ter relações múltiplas.

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Transportar e armazenar alimentos é o maior desafio tecnológico.

Um estudo patrocinado pela FAO estima que, na América do Norte e Oceania, até 60% das raízes e tubérculos se perdem no caminho do campo ao consumidor. No norte e centro da África, o desperdício de frutas chega a 55%. O Brasil joga no lixo mais de 26 milhões de toneladas de alimentos, 45% deles são hortifrútis.

Para desenvolver redes de transporte e cadeias de frio é necessário investir muito dinheiro. Mas essa não é a única solução possível. Quanto mais próximas das áreas de consumo, mais eficientes e menos custosas são as produções. Talvez a solução seja que os agricultores devam priorizar o abastecimento das populações em suas zonas de origem.
Tecnologias como a de fazendas urbanas poderiam impulsionar esse movimento, mas trata-se acima de tudo de uma questão de hábitos de consumo. No mundo desenvolvido, a maior parte das perdas ocorre nos frigoríficos e durante a distribuição.

Muitas frutas e verduras, sobretudo, são jogadas fora porque não atendem aos critérios de beleza e qualidade exigidos pelos consumidores. É um erro da humanidade. A tecnologia pode ajudar a produzir frutas mais bonitas, mas também possivelmente seja uma questão de educar o consumidor para que não queira uma fruta perfeita a todo momento. A França acaba de proibir seus supermercados a despejarem os alimentos no lixo e promove uma imensa campanha para convencer os franceses a comprarem alimentos "feios".

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