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Em Pauta

Onde as mulheres são sempre culpadas e os homens inocentes

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/04/2014 07:50
Onde as mulheres são sempre culpadas e os homens inocentes

A ameaça à segurança das mulheres nos remete à Idade da Pedra

"O Apedrejamento de Soraya M." é um filme que narra a história real e angustiante de uma mulher condenada à morte depois de ser acusada, falsamente, pelo marido por lhe ser infiel com um vizinho viúvo. Soraya, em verdade, era regularmente abusada, insultada e espancada pelo marido que queria se casar com uma menina de 14 anos de idade. Soraya quando é apedrejada tinha 33 anos de idade e quatro filhos - duas meninas e duas meninas. O filme é baseado no livro do franco-iraniano Friedoune Sahebjam.

É um filme muito difícil de ser assistido. Por ser baseado em uma história verdadeira, o diretor mostra a imensa crueldade dos homens e de algumas mulheres do pequeno povoado do Irã que julga e apedreja Soraya. É difícil dormir depois das cenas mostrando Soraya ser enterrada deixando o tronco e a cabeça de fora e brutalmente apedrejada até a morte por uma multidão de homens, que inclui seu próprio pai, marido e os dois filhos.

Ele pode ser considerado uma narrativa coletiva, isto é, o autor descreve o drama de Soraya a partir do que ele ouviu de Zahra - tia da vítima. Zahra fala de Soraya e sobre Soraya, assim como representa a cultura da pequena comunidade iraniana. Tanto no livro como no filme, Zahra é vista sobre um ponto de vista político - ela fala e representa todas as mulheres abusadas moral, física e psicologicamente, em qualquer país ou religião. Toma posição contra os chamados "crimes de honra".

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A expressão máxima da violência contra a mulher é a morte

Essas mortes são denominadas "feminicídios". Os parceiros íntimos são os principais assassinos de mulheres. Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. Elas dormem com o assassino. Em contraste, essa proporção é próxima a 6% entre os homens assassinados por suas parceiras. No Brasil, no período de 2001 a 2011, estima-se que ocorreram mais de 50 mil feminicídios. Algo como 5 mil mulheres assassinadas por seus parceiros por ano.

No ano passado o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão do governo federal, apresentou um estudo onde aparece o Espírito Santo como o estado onde ocorre a maior taxa de feminicídios, acompanhado pela Bahia e Alagoas. Essa taxa é construída com o número de assassinatos de mulheres dividido por 100 mil mulheres. O Brasil tem uma taxa de 5,82 assassinatos para 100 mil mulheres e o Mato Grosso do Sul está em décimo quarto lugar com a taxa de 6,44. Bem claro, no Mato Grosso do Sul assassinam um pouco mais de seis mulheres para cada grupo de 100 mil mulheres.

Outra informação fornecida pelo estudo do Ipea é a de que durante o período compreendido entre 2009 e 2011, foram assassinadas 237 mulheres no Mato Grosso do Sul. O Estado em que ocorreram mais assassinatos de mulheres foi o de São Paulo - 2.377 em quase 17 mil assassinatos no país. É inaceitável que alguém seja condenado a ser apedrejado até a morte. Mas é ainda mais inaceitável que apenas as mulheres seja condenadas a esse castigo. Triste que as relações entre homens e mulheres em todas as religiões e civilizações, ainda reduzem a mulher a uma posição subalterna, sendo espancadas, assediadas, torturadas e mortas pelos crimes de honra. Em muitos aspectos ainda estamos na "Idade da Pedra Lascada".

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Relações Brasil-EUA nos agronegócios: entre tapas e beijos

Quando o assunto é algodão, tapas sobram nas nossas relações com os gringos. Já na pecuária, vivemos a expectativa de muitos bons negócios e beijos. Há um longo e tormentoso impasse nas relações entre os cotonicultores dos dois países. Os brasileiros cobram do nosso governo uma retaliação aos EUA, por causa da nova lei agrícola aprovada em Washington. As novas regras norte americanas poderão provocar uma distorção nos preços do algodão de até 6,5%.

Em outro balcão, o da carne, um projeto que há muitas décadas dormia nas gavetas dos engravatados está prestes a acontecer - a exportação de carne in natura para os Estados Unidos. Lá, eles consultam os produtores sobre o pedido dos brasileiros para vender carne. São eles que dirão às autoridades norte-americanas se existe algum risco para a produção com essa abertura. Essa consulta terminaria em fevereiro, o prazo foi prorrogado para abril. Os estudos feitos apontaram que não existirão impactos econômicos minimamente importantes nessa possível abertura de mercado. Caso aprovado, os EUA definirão uma cota de compra de carne dos brasileiros. Estaremos sob os auspícios das cotas. Tapas e beijos de verdade no horizonte.

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Os problemas dos estoques de milho no Brasil

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduziu as estimativas da colheita de milho para a safra 2013/2014, de 78,9 milhões de toneladas, para 75,4 milhões de toneladas. Poderemos ter problemas com a queda. Temos um estoque de 16 milhões de toneladas no máximo. O estoque e a nova safra terão de ser muito bem manejados. É quase certo que o consumo interno aumentará de 52 milhões de toneladas para 55 milhões de toneladas. A demanda da indústria está aumentando muito. Outra frente de consumo do milho está nas novas usinas produtoras de etanol com um consumo ainda indeterminado para este ano.

Além disso, o Brasil exporta para mais de 100 países e ocorrerá aumento de envio do grão para a China. Não podemos interromper esse processo de crescimento no mercado internacional. A demanda por milho será cada vez maior e precisamos de grandes safras para aproveitar o árduo trabalho feito para a conquista dos mercados. A conquista e preservação de mercados é mais importante que preços altos, baixos ou estabilizados. Eles sempre flutuarão. Os mercados não.

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Preço do frete pode cair, assim acredita a ANTT

A estimativa de queda no valor do frete é de até 30% para o usuário final, segundo técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres. Isso só vai ocorrer, contudo, se for aplicado na totalidade o novo modelo de ferrovias denominado “open access” – também conhecido como modelo horizontal. O assunto de debatido em audiência pública na última semana e as contribuições serão analisadas a partir de hoje. O novo modelo será explorado em 100% pela Valec. Assim, o usuário vai pagar somente o trecho que utiliza e a capacidade ociosa ficará a cargo do governo federal, responsável pela revenda às empresas. Já o concessionário será responsável pela construção e manutenção das vias.

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Defeitos nos freios atingem 37% dos caminhões que trafegam nas estradas brasileiras

O perigo foi identificado por meio de trabalho independente desenvolvido pelo GMA (Grupo de Manutenção Automotiva) entre 2010 e 2013. Entre 2.001 caminhões inspecionados, 740 tinham algum tipo de defeito nos frios. O programa 100% Caminhão apontou que o outro problema muito comum nos veículos é o vazamento de motor, com 25%. Há, ainda, problemas nos cubos – 20% - e excesso de emissão de poluentes, registrado em 5% dos veículos inspecionados.

Os problemas foram identificados em caminhões que trafegam por todo o país e que passaram, no período de avaliação, pelas rodovias Presidente Dutra e Castello Branco, em São Paulo. Por meio do programa, os caminhões foram checados e os motoristas orientados a corrigir os problemas. Caminhões com freios desgastados têm menor estabilidade e a eficiência reduzida.

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