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Em Pauta

Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/06/2015 08:59
Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção

Os políticos no reino dos dinossauros.

Ninguém sabe como os dinossauros surgiram e desapareceram da face do planeta. Existem apenas hipóteses. Teriam se diferenciado a partir de aves é a tese atual mais promissora para explicar o surgimento desses poderosos animais. Um grande cometa que teria caído na Terra teria extinguido todas as espécies de dinossauros que existiam. Chefes de clãs e de tribos teriam sido os primeiros políticos. A hipótese é a de que cumpriram um importante papel para evitar as guerras (e também declará-las) por questões minúsculas. Existiram guerras entre duas tribos pela disputa de um papagaio. Tal qual dinossauros, os políticos dominaram o planeta há milênios.

Inventaram os grupos, posteriormente denominados de partidos, para defender interesses em choque. Em uma grande reunião, de todos que não fossem escravos, quem se sentasse no lado esquerdo, seria "defensor do povo" e quem se sentasse à direita, defendia o "direito dos mandantes". Tudo indica que assim surgiram os conceitos de esquerda e direita ainda adotados. Foram se especializando. Deixaram de levantar as mãos para decidir as contendas, criaram um papelzinho denominado "voto". Criaram organizações que varam os séculos. A mais complexa é apelidada de "sistema". Lutaram muito e criaram os sistemas capitalista e socialista (comunista é apenas uma ideia, nunca foi implementado).

Mas o mundo mudou. E a quase totalidade deles resiste em não perceber tais mudanças. Os jovens, finalmente, começaram a perceber que o voto pode transformar a realidade. Relutaram muito, mas enfim perceberam o poder do voto. Passaram a atirar, e matar, com seus votos. Já não suportam a "sacrossanta e eterna corrupção". Não se refugiam nas drogas e bebidas alcoólicas. Deixaram de se alienar da política, mesmo com o crescimento vertiginoso das drogas e do álcool. Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção. Já não contam com a fé coletiva e nem mesmo com o respeito de seus filhos.

Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção
Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção

Jô Soares, "O Anarquista da Madrugada".

No melhor estilo "Groucho Marx", um dos mais famosos comediantes norte-americanos, Jô Soares volta à ribalta. Seu retorno é decorrente de uma entrevista em tom cordial com a presidenta Dilma Roussef. Pelas redes sociais seu público o criticou com veemência. Jô se defendeu dizendo que quando entrevista um tucano, vira um petista e quando entrevista um petista, vira um tucano. Também afirmou que em verdade, intelectualmente é um anarquista. Para quem o acompanhou no transcurso dos decênios, o Programa do Jô está há 15 anos nas telas, a postura anárquica é a que melhor define seu trabalho. Sem dúvida, é o "Anarquista da Madrugada".

No passado, não tão remoto, uma parcela expressiva da sociedade brasileira praticava a "caça às bruxas" a todos aqueles que não apoiassem Lula. Artistas de renome e importância foram perseguidos. Hoje, a caça volta-se contra os antigos caçadores - são os petistas a serem apupados. O exagero e intolerância praticada pelos petistas virou um boomerang.

Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção
Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção

Os kamikazes foram retratados como fanáticos desejando destruição, morte e glória. Essa imagem não é válida para todos.

As imagens falam por si. Alunas japonesas acenam com flores de cerejeira ao se despedirem dos pilotos kamikazes indo para a guerra. Há outra também comum - um jovenzinho kamikaze coloca seu "hachimaki", uma bandana com a bandeira da marinha imperial japonesa, usado como um símbolo de patriotismo e coragem. Não foi bem assim. Muitos kamikazes entraram nos aviões pela última vez devastados pelo medo, confusão e raiva por seu destino. Os kamikazes eram, em sua maioria, jovenzinhos que tinham visto o interior de um avião pela primeira vez pouco tempo antes da sua última e fatídica missão.
Quase 4 mil kamikazes transformaram aviões japoneses em mísseis explosivos guiados. No Ocidente venderam a imagem de fanatismo e desumanidade. No Japão, a palavra "kamikaze" foi inventada pelos militares para relembrar os "ventos divinos" que milagrosamente salvaram o Japão da investida chinesa no ano 1200.

Mas os diários, cartas e poemas de muitos desses jovens pilotos, traduzidos recentemente para o inglês, contam uma história diferente. Elas contam histórias de desespero, de coação por parte de seus pais, professores, líderes religiosos e filósofos. Até os primeiros psicoterapeutas do Japão se envolveram; lamentavam "a degeneração do individualismo ocidental que teria gerado um egoísmo doentio".

O foco dos militares estava nos jovens universitários. Poucos deles conseguiram transformar sua aversão à guerra em algum tipo de oposição. A "polícia do pensamento" japonesa era notoriamente persuasiva - se conversas não surtissem efeito apelavam para a tortura e mortes "acidentais" em prisões.
O método para "conquistar" voluntários deixa claro o verdadeiro teor desse "suicídio em massa". Retiravam os universitários das salas de aula e levavam aos salões do exército ou marinha. Perguntavam se queriam se voluntariar para o corpo de kamikazes. Alguns davam um passo à frente. Os demais eram levados para salas onde apareciam seus nomes em listas previamente montadas como se fossem voluntários. No final, todos eram "voluntários". Por bem ou na marra.

Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção
Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção

Os radicais mulçumanos são as forças que colocam em dúvida a sobrevivência do Ocidente.

O Exército Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS) também conhecido somente como Estado Islâmico (EI) tem hierarquias definidas, pessoal capacitado e treinado e faz o uso massivo da propaganda institucional e de recrutamento. Também apostaram em um conflito prolongado.
No Ocidente, os reflexos dessa guerra são todos negativos. Não se obtém vitórias persuasivas, crescem as vítimas e os gastos públicos para sua manutenção. Surgem novos movimentos pacifistas e pressões políticas para a retirada dos esforços de guerra na região.

Há outros fatores que podem ser classificados como alarmantes. São aqueles que apontam para a subversão dos valores, costumes e tradições ocidentais. O uso continuado da decapitação - prática ritualística que remonta ao século VII - somadas às crucificações, apedrejamentos, estupros e sepultamentos em vida. Promovem a desumanização do inimigo, ou seja, a desvalorização da vida humana, que é a base da Doutrina dos Direitos Humanos. A resposta também fere essa fundamental doutrina, tortura em interrogatórios, prisões ilegais, execuções sumárias por drones, da qual se têm recorrido com frequência. A cada episódio de ação cruel do EI, aumentam as chances do Ocidente de imitá-lo.

O outro objetivo do EI é o de fomentar sentimentos de discriminação e estigma no Ocidente em relação às comunidades mulçumanas espalhadas em todos os países, na tentativa de integrá-las em sua luta radical. Essa tática pretende conferir uma dimensão maior ao conflito que, hoje, é regionalizado. Crescem as discriminações e preconceitos ao islamismo. Desencadeiam sentimento de revolta, exclusão e um maior isolamento destas comunidades.

Como efeito colateral, ocorre o esfacelamento do multiculturalismo. Começa a ser entendido como uma política fracassada, embora tenha sido uma das características mais importantes do Ocidente, e fator de seu desenvolvimento.
Recrudescem as leis anti-imigração, diminuem as vagas para estrangeiros de qualquer parte do mundo em universidades conceituadas e crescem as ações de vigilância e controle dos cidadãos, com reflexos diretos na intimidade e na vida privada. Cresce a cada momento o sentimento de medo, bem como da irracionalidade.

Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção
Os atuais políticos, saibam ou não, são uma espécie em extinção

O dilema das bibliotecas: virar pó ou "cozinha" do saber e prazer.

Depósito de livros. Esse é o significado da palavra biblioteca. Mas, em verdade e por mais estranho que pareça, elas surgiram antes dos livros. Milênios antes da era cristã, os egípcios já produziam documentos escritos, bem como os sumérios, assírios e babilônios também possuíam em placas de argila, arquivos com variadas informações. Elas evoluíram e se tornaram muito semelhantes às hoje existentes ainda na Antiguidade. Podemos afirmar que o modelo atual já fez aniversário de mais de 2.000 anos. É tem demais para uma ideia com pequenas transformações. Por mais lutas que sejam travadas, as bibliotecas tendem a "virar pó". De "palácios do saber" a "prédios vazios". Todos os estudos demonstram que a criança que é educada para frequentá-las desaparece de seus corredores quando adulta.

Há inovações que estão obtendo sucesso. A mais famosa é a estabelecida em Helsinque, capital finlandesa. Você pode tocar guitarra, ler deitado em uma rede, fazer negócios e até dançar. Tornou-se um espaço multiuso. Como seu gestor a define: "Uma cozinha, onde cada um traz seus ingredientes e a cada dia sai um cardápio diferente".

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