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Em Pauta

Os milionários do Mato Grosso do Sul

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/01/2016 08:08
Os milionários do Mato Grosso do Sul

Uma pesquisa econômica, promovida há anos pela Secretaria da Fazenda do MS, mostrou que existia somente um nascido ou residente no estado dentre os 100 maiores pecuaristas do Mato Grosso do Sul. José Carlos Bumlai era a exceção que brilhava na lista elaborada. Todos os demais eram paulistas, paranaenses ou mineiros. A pecuária do Mato Grosso do Sul viu desaparecer seus milionários ao longo das últimas décadas. Hoje, os milionários da pecuária pertencem à história. Seu último filho afortunado, iludiu-se com o brilho do sucesso rápido petista e viu seu patrimônio desaparecer. Todavia, se o estado viu desaparecer centenas de milionários da pecuária, também presenciou o florescimento de outras atividades que criaram fortunas. Existem no Mato Grosso do Sul 1.211 milionários. Os dois maiores construíram suas fortunas no setor de serviços. Um na área de informática, com mais de 1.000 pontos de trabalho em todos os estados brasileiros, e outro com aluguel de imóveis empresariais, no Mato Grosso do Sul e em São Paulo. A grande massa dos milionários residentes no estado vem da agricultura e indústria. O setor de serviços, onde despontam os dois maiores, contribui com uma parcela menor de milionários.

Os milionários do Mato Grosso do Sul
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Terror em Istambul. Entre a liberdade e a segurança.

Nenhum país é tão dividido quanto a Turquia. Metade asiático e metade europeu. A Turquia continua, há décadas, a apregoar seu desejo de compor a União Europeia sem nunca efetivar a filiação. Há outras divisões turcas. Seu governo, liderado por Ahmet Davutoglu, divide os turcos entre os que os apoiam e os que vão às ruas pedir sua saída. Além disso, a Turquia é dívida por um povo de que não se ouve falar no Brasil - os curdos. Esse povo, efetivamente aliado dos europeus, luta por sua emancipação há anos, recebendo apenas prisões e mortes dos governantes turcos. A Turquia é cada vez menos previsível. Se não bastassem tão magníficos problemas, o governo turco também oscila entre a condenação ao Estado Islâmico e apoio dissimulado que derrubou um caça russo que bombardeava os terroristas. Vive em constante dubiedade.

O ataque a Istambul foi mais uma manifestação sanguinária, repulsiva e condenável. A Turquia foi a vítima mais recente da barbárie, o que poderá determinar uma nova posição que os afaste, definitivamente, do Estado Islâmico. Esse grupamento terrorista está impondo aos europeus - e agora aos turcos - a opção entre os valores da liberdade e da segurança. Muitos já falam abertamente em destruição da União Europeia pelos extremistas mulçumanos. Clamam pela coragem de seus governantes para trocar a liberdade pela segurança dos povos europeus. Essa é a esquina do mundo onde se encontram todos os extremistas, usando ternos ou turbantes, ocidentais ou asiáticos.

Os milionários do Mato Grosso do Sul
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O nascimento da moeda.

Hoje em dia a moeda parece ser uma coisa banal, mas sua invenção representou um avanço notável na história da humanidade. Antes do surgimento das moedas, todos viviam à procura de instrumentos que facilitassem as trocas. Os animais tinham papel de destaque nessas trocas pré-monetárias. Na Grécia faziam as contas tomando o boi como parâmetro: uma mulher valia de 20 a 40 cabeças de gado e um homem, valia cem cabeças de gado (o machismo é mais antigo do que muitos pensam). O sal também circulava em vários países com a função de moeda (daí o termo "salário"). Na Libéria (África), trezentos torrões de sal compravam um escravo. Entre os instrumentos de troca mais antigos, as conchas chegaram a servir de moeda em largas partes do mundo. Os cauris, um tipo de búzio, era um tipo de instrumento de troca internacional, comum na África e na Europa, chegou até o século XVIII d.C. com essa função. O amendoim era usado na Nigéria; o arroz na Índia, na China e no Japão; o bacalhau, na Islândia; o cacau, no México; tartarugas, nas Ilhas Marianas; papagaios, no Brasil...enfim, a lista é extensa. Todavia, o nascimento da moeda se dará na Lidia (uma parte da Turquia atual) ou na China. As disputas arqueológicas continuam a ser travadas pelo local que primeiro criou uma moeda. No momento, a Lidia está à frente.

Os milionários do Mato Grosso do Sul
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A primeira moeda turca tinha um cervo em uma das faces.

As últimas descobertas arqueológicas dão a primazia da primeira moeda à Lídia (Turquia). Os reis lídios emitiram as primeiras moedas no fim do século VII a.C.. Descobertas há poucos anos, possuem o aspecto de pequenas pepitas ou grãos e foram feitas do eletro, também conhecido como ouro branco ou ouro brilhante. Chamamos de "eletro" a esse ouro branco por influência de Roma. Os romanos designavam com essa palavra tanto a liga de ouro com prata, como a resina solidificada que conhecemos como âmbar. O lado principal dessa moeda turca levava uma estampa de um cervo (um veado do tamanho de um boi). Em seu reverso havia apenas duas ou três marcas de meros golpes de ferramenta. Esses golpes eram dados para demonstrar ao usuário a boa qualidade do metal. As primeiras moedas de eletro se caracterizavam por uma grande precisão no peso e na liga de ouro e prata. Essa precisão era vital para sua circulação, pois unida ao respaldo do governo da Lídia, pretendia conferir à moeda um valor fixo superior ao do metal que continha.

Por que fizeram as moedas? A invenção das moedas coincidiu, não por casualidade, com o surgimento no mar Egeu das primeiras cidades-estados gregas e turcas, caracterizadas por práticas igualitárias tanto em sua forma de atuar como de legislar. É verdade que essas "polis", cidades antigas, exigiam de seus cidadãos diversos serviços que não eram pagos, mas eles também entendiam que alguns dos trabalhos que demandavam eram onerosos ou inapropriados. Sabe-se que Atenas pagava com moedas de pequeno valor a todos aqueles que participavam de suas constantes assembleias políticas ou dos julgamentos, como forma de agraciar todos que abandonavam suas tarefas nas lavouras para participar dessas reuniões. Também recebiam moedas os remadores das frotas de guerra ateniense, cidadãos pobres que não tinham a obrigação de defender a cidade. Diferente dos "hoplitas", os guerreiros que pertenciam a grupos sociais superiores e eram obrigados a lutar sem receber as moedas, mas, em troca, recebiam parte dos ricos "botins", despojos tomados dos perdedores nas frequentes guerras.

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Quem se queima com leite vê uma vaca e chora.

Até 2007, a indústria brasileira conseguiu acompanhar o boom de demanda aumentando a produção. A partir da crise de 2008, nossa indústria sucumbiu à concorrência internacional, aos aumentos de custos de produção em reais - principalmente dos salários - e à forte apreciação de nossa moeda. A demanda por bens industriais foi quase toda suprida por importações. O empresário industrial brasileiro passou a ser, em parte, importador, montador ou fechou as portas. Houve enorme perda de produção industrial no país. O Mato Grosso do Sul, com a implantação de centenas de indústrias, principalmente de transformação, tornou-se quase um oásis de ganhos não só em número de plantas industriais, mas, principalmente, em ganhos na complexidade produtiva de sua economia. Enquanto a produtividade total da economia brasileira caiu - e continuará caindo - a do Mato Grosso do Sul poderá ser ainda mais aquecida com o aumento explosivo das "papeleiras", as indústrias de transformação do eucalipto. Todavia, não se vislumbra o aumento ou até mesmo a manutenção de ganhos na complexidade produtiva. E é esse aumento na complexidade que determinou um imenso avanço na economia do estado. Bancos, marketing, design, logística, transporte e advocacia são os setores que sofrem os efeitos mais imediatos em uma mudança na complexidade de uma economia.
O quadro para o futuro é deprimente, pois a reconstrução do tecido produtivo brasileiro será lenta e dolorosa. Enquanto a mera manutenção do tecido produtivo estadual será tão ou ainda mais difícil.

Aquele que se queima com leite vê uma vaca e chora. Será muito difícil convencer os empresários brasileiros a voltarem a investir no setor industrial. E, sem investimentos, não ocorrerá aumento de produtividade e complexidade. O resultado é claro: nossa renda per capita mal se conservará nos atuais patamares nos próximos anos. A conta corrente brasileira está passando por uma melhora significativa, mas o ajuste está sendo feito pela via da enorme retração da demanda doméstica em 2015 e 2016. Tudo indica que não teremos uma melhoria no crescimento. Sem volta do crescimento não haverá melhora na arrecadação de impostos e os governantes terão de se sujeitar aos verdadeiros ajustes que mal esboçaram em 2015.

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