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Em Pauta

Para onde vamos? Depois de milhares de anos ainda estamos evoluindo

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/06/2015 08:23
Para onde vamos? Depois de milhares de anos ainda estamos evoluindo

Para onde vamos? Depois de todo esse tempo, ainda estamos evoluindo.

Há 30 mil anos nossa espécie vem mudando em ritmo espantosamente rápido. Há cerca de onze mil anos, quando as pessoas começaram a fazer a transição de caça e coleta para a agricultura e a arte de cozinhar, a anatomia humana mudou. Há 10 mil anos, por exemplo, os dentes das pessoas eram mais de 10% maiores que atualmente. Quando nossos ancestrais começaram a consumir alimentos cozidos mais macios, que exigiam menos mastigação, seus dentes e mandíbulas encolheram pouco a pouco a cada geração.

Estudos de genética tornaram visíveis os alvos recentes da seleção. Ficou claro, por exemplo, que descendentes de agricultores são muito mais propensos à maior produção de amilase salivar, uma enzima fundamental que decompõe amidos em alimentos.

Outra adaptação na dieta é um dos exemplos mais estudados da evolução humana recente: a tolerância à lactose. Quase todas as crianças do mundo nascem com a capacidade de produzir a enzima lactase, que decompõe a lactose, o açúcar presente no leite, facilitando a extração de energia do alimento, essencial para a sobrevivência de lactentes. A maioria das pessoas perdia essa capacidade na idade adulta. Em nosso passado evolutivo recente, quando as pessoas começaram a descobrir laticínios, surgiu uma mutação genética para prolongar a atividade do gene da lactase.

Para onde vamos? Depois de milhares de anos ainda estamos evoluindo
Para onde vamos? Depois de milhares de anos ainda estamos evoluindo

As características físicas completamente novas na anatomia humana. Olhos azuis surgiram ontem.

O que talvez seja mais extraordinário em relação à nossa evolução recente é o número de características físicas comuns completamente novas na anatomia humana. O cabelo preto, espesso e liso, compartilhado pela maioria dos asiáticos orientais, por exemplo, só surgiu nos últimos 30 mil anos, graças a uma mutação em um gene chamado EDAR, indispensável para orientar o desenvolvimento precoce da pele, dos cabelos, dentes e unhas.

De fato, a história evolutiva geral da pele, cabelos e pigmentação dos olhos humanos é surpreendentemente superficial. Nos estágios mais primitivos de nossa evolução, todos nossos ancestrais provavelmente tinham pele, cabelos e olhos escuros.

Olhos azuis parecem ter aparecido em pessoas somente há nove mil anos, o que equivale a dizer que foi ontem. A cor da pele, dos cabelos e dos olhos evoluiu com velocidade impressionante. Elas são consideradas fáceis de estudar. Mas há outras características difíceis de estudar e estranhas. Uma delas é o tipo de cerume (cera do ouvido). Atualmente, a maioria das pessoas no mundo tem um cerume pegajoso. Em contraste, muitos asiáticos orientais têm um cerume seco, em flocos, que não gruda. O cerume seco é resultante de uma mutação relativamente nova. Data de apenas algo como 20 mil anos e essa mutação também afeta as glândulas apócrinas (produtoras de suor). Então, se você tem axilas malcheirosas e cerume pegajoso, tem genes muito antigos. Agora, se tiver cera seca e precisar de menos desodorante, provavelmente tem a mutação mais recente.

Para onde vamos? Depois de milhares de anos ainda estamos evoluindo
Para onde vamos? Depois de milhares de anos ainda estamos evoluindo

Qual o nosso futuro evolutivo?

Qual o aspecto da futura evolução humana? Quais as características anatômicas que serão preservadas? Ao que parece, continuaremos a preservar todos os genes diferentes que hoje se fazem presentes. Ou pelo menos a maioria deles. Tudo indica que não seremos uma massa inexpressiva de povos "café-com-leite".

Com um índice tão elevado de mistura genética, pode parecer razoável esperar que características se tornarão cada vez mais mescladas em futuras populações humanas. Poderíamos estar olhando para um futuro humano em que seremos uma massa homogênea, em vez de uma mistura colorida de variabilidade? A resposta é não. Muitas das características que diferem entre populações humanas não são aditivas. Até a pigmentação dificilmente é tão simples, como se pode verificar em populações miscigenadas como a do Brasil, do México ou dos Estados Unidos. Em vez de uma massa de café-com-leite, já estamos começando a ver uma gloriosa diversidade de matizes. Pessoas de pele escura, loiras sardentas e impressionantes combinações de olhos verdes e de peles intermediárias ou morenas. Cada um de nossos descendentes será um mosaico vivo da história humana.

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Vai ser dada a largada da Fórmula Elétrica.

A primeira série de carros de corria totalmente elétricos do mundo, a Fórmula E, está marcada para largar em 13 de setembro em Pequim. Os carros foram testados em várias cidades do mundo em corridas que chegaram a durar até 10 horas. Eles conseguem acelerar de 0 a 100 km/h em 3 segundos e viajam a 225 km/h.

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