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Em Pauta

Pasmem, a realidade do dinheiro nas contas públicas é muito pior do que apregoam

Mário Sérgio Lorenzetto | 03/07/2015 10:20
Pasmem, a realidade do dinheiro nas contas públicas é muito pior do que apregoam

A triste verdade das contas públicas de todos os governos brasileiros.

Há uma preocupação generalizada para que as contas públicas passem a ter um melhor equilíbrio. Todavia, esse ajuste não basta. Há um fator que não aparece (por enquanto) no noticiário geral e nem no especializado - o papel dos juros e sua influência nas contas públicas. O Brasil, diferentemente dos outros, tem uma taxa de juros incidindo sobre a dívida brasileira e essa dívida não aparece no rol das despesas. Pagamos, mas não noticiamos a dívida nacional, não discutimos sobre seu papel fundamental.

Quando se fala em ajuste, só se considera uma economia nas despesas nos governos e do outro lado, debatemos os tributos. Esse é o famoso, e pouco conhecido, superávit primário. Receita contra despesa. Fingem que não existem os juros. Vejamos. Você soma toda a arrecadação do setor público - União, estados e municípios, e ao mesmo tempo a soma todas as despesas deles. Subtrai um do outro e obtém o resultado primário das contas brasileiras. Só tem uma falsidade em sua conta, excluíram os juros e as receitas financeiras. A real conta pública, que não é divulgada, deveria incluir os juros e as receitas financeiras. O mesmo método é utilizado nas contas dos estados e municípios. Aliás, nesses últimos, alguns estão deixando de pagar a dívida com a União. E continuam a mostrar uma "saúde financeira invejável". Não passa de marketing e logo mais à frente a verdade transparecerá.

Todavia, há um fator fundamental - as contas públicas não são observadas por ninguém. O FMI, o Banco Mundial, o BID e as agências de classificação de risco observam apenas o resultado primário. Esse é o principal indicador observado pelas instituições financeiras. Interessa aos bancos para facilitar a venda de dinheiro. Todavia, vai dar um estouro nas contas públicas facílimo de prever. Acreditem, a realidade do dinheiro é muito pior do que apregoam. E essa afirmativa peremptória é válida para a União, para o governo de nosso estado e para a prefeitura da capital do Mato Grosso do Sul.

Pasmem, a realidade do dinheiro nas contas públicas é muito pior do que apregoam
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O dilema de países pobres: extrair suas riquezas ou destruir patrimônios?

Suponha que você preside um país pobre e subdesenvolvido, devastado por muitos anos de guerra e regimes totalitários e com uma economia que dependa em 90% da ajuda exterior. Esse é o caso de dezenas de países. Mas há um país onde essa "fotografia" é perfeita: o Afeganistão. Um país dominado por bandos mafiosos, terroristas talibãs e outros senhores da guerra do islamismo radical. Tem em sua mão uma só base: o país possui imensos recursos minerais. Os Estados Unidos (não manda suas tropas e armas apenas por motivos humanitários) os valoriza em um bilhão de dólares, mas outros especialistas estimam que deve valer três vezes mais. O que você faria?

O presidente do Afeganistão não teve dúvidas um só instante: colocou à venda os direitos de exploração das minas. Os chineses compraram a principal mina. Denominada "Mês Aynak" - "pequeno poço de cobre" - leva um nome que não condiz com a realidade. Segundo os geólogos, ela é a segunda maior mina de cobre sem explorar do mundo, e também de um dos mais puros, com uma concentração de mineral de 60%. Um filão em todos os sentidos, salvo por um inconveniente: o veio de cobre atravessa um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo, um imenso santuário budista com doze monastérios e dezenove pontos de exploração arqueológica. O que é mais urgente, explorar a mina ou preservar o patrimônio? A polêmica está posta. E é uma polêmica que é decisiva em vários patrimônios arqueológicos que imbricam com veios de riquezas minerais ou de obras necessárias para o desenvolvimento no Brasil.

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O Brasil será fornecedor de carne para hambúrguer para os EUA.

Pelas projeções do Ministério da Agricultura, o Brasil poderá exportar para os EUA de 15 mil a 20 mil toneladas, em 2015, de cortes do dianteiro bovino. É a carne utilizada para hambúrguer, que denominamos de segunda qualidade. Somente em 2020 a fronteira alfandegária estará aberta para que exportemos algo em torno de 100 mil toneladas. Todos os números são diminutos frente à grandiosidade da exportação de carnes brasileira.

Com embarques previstos para agosto e caso consiga exportar 15 toneladas no transcurso do ano, as empresas brasileiras obterão cerca de US$ 75 milhões, considerando um preço médio de US$ 5,1 mil por tonelada. A comparação com a totalidade das exportações descortina a pequenez da abertura comercial com os Estados Unidos, uma vez que as empresas nacionais faturaram US$ 7,2 bilhões. O real efeito positivo da abertura dos portos norte-americanos para a carne nacional pode estar nas negociações com o Japão, Canadá e México. Por ser um dos mais exigentes, os norte-americanos balizam decisões de outros países. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, visitará o Japão em poucos dias. Deverá ocorrer uma troca com o Japão. Eles abrirão as portas para carnes ainda não especificadas e o Brasil liberará a importação de carne bovina wagyu, o afamado kobe beef.

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Estudo de viabilidade da ferrovia bioceânica fica para o próximo ano.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informa que foram relatados os resultados da primeira reunião tripartite, feita no mês de junho, e que a conclusão do estudo de viabilidade está prevista para maio do próximo ano. Também diz que foi formalizado um fundo de US$ 20 bilhões para financiamento de joint-ventures (investimentos conjuntos) entre empresas brasileiras e chinesas prioritariamente em logística e na indústria. O vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, afirmou que "A China está disposta a importar produtos de alta qualidade do Brasil, inclusive industrializados". Todavia, a primeira grande compra deverá ser de carne bovina in natura.

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As compras pela internet na América Latina.

Chilenos, argentinos e brasileiros, nessa ordem, são os campeões do comércio eletrônico na América Latina, segundo informe da Visa. Os chilenos adquiriram bens e serviços on-line no valor de aproximadamente US$ 200 anuais por pessoa. Os argentinos gastaram US$ 135 e os brasileiros US$ 98. Peru, Colômbia e Venezuela vem bem mais abaixo com gastos entre US$50 e US$ 30. Paraguai e Bolívia não aparecem no estudo.

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