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Em Pauta

Pobres no Brasil, pobres nos EUA, pobres em todo lugar

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/11/2013 08:52
Pobres no Brasil, pobres nos EUA, pobres em todo lugar

Mantendo a desigualdade entre desiguais

A linha da pobreza é medida de acordo com o seguinte parâmetro: US$ 1,2 dólar por dia e quem recebe menos do que esta quantia é considerado abaixo da linha da pobreza. No Brasil, estima-se que 16 milhões de pessoas se encontravam abaixo desse patamar distribuídos da seguinte forma: 16% no Norte, 3% no Centro-Oeste, 60% no Nordeste, 17% no Sudeste, 4% no Sul. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) relativos a 2010.

Pelo menos 23 milhões de famílias (100 milhões de pessoas) estão registradas no Cadúnico (Cadastro Único) do governo federal, que procura monitorar as políticas públicas de combate à miséria. Do total, 22 milhões de pessoas são beneficiárias do Bolsa Família – concorda-se aqui com as críticas do senador Cristovam Buarque (um de seus idealizadores) quanto à mudança do nome de Bolsa Escola e a desvinculação da obrigação da matrícula escolar na passagem do governo de Fernando Henrique Cardoso para o de Luiz Inácio Lula da Silva, mas não quanto ao programa social em si.

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Pobreza estará no cerne dos debates eleitorais à presidência

Enquanto no Brasil esse será, provavelmente, um tema central nos futuros debates eleitorais para a presidência, nos EUA, cerca de 46 milhões de pessoas – 15% da população – são computados como pobres e aproximadamente 48 milhões recebem “foodstamps” – uma espécie de “vale alimentação” fornecido pelo governo –, que custam US$ 80 bilhões de por ano ao governo.

Os conservadores estão procurando reformular este programa – não custa lembrar que os Republicanos têm a maioria da câmara e os democratas a maioria do Senado, não sendo observado o fenômeno do “presidencialismo de coalizão” como no Brasil. A proposta dos republicanos é a de vincular os “foodstamps” a algum trabalho, além do teste do uso de drogas. A polêmica está no fato de que justamente as pessoas desempregadas e marginalizadas são as que mais necessitam ajuda do governo – apesar de haver severa crítica aos postos de trabalho de baixa qualidade que foram gerados nos últimos tempos nos Estados Unidos. De acordo com a ONG “FeedingAmerica” as pessoas têm impressões erradas sobre a fome nos Estados Unidos, e esta estaria relacionada com famílias trabalhadoras pobres e com pessoas nas zonas rurais.

Os republicanos querem, além disso, cortar pela metade o programa nos próximos 10 anos – US$ 40 bilhões. Se a proposta for aprovada na Câmara, há expectativa de resistência no Senado. De acordo com o professor de Direito (Georgetown University) Peter Edelman, muitas coisas foram feitas para combater a pobreza nos Estados Unidos, como a Seguridade Social, os “foodstamps” e o crédito fiscal sobre a renda, além de programas que hoje mantêm 40 milhões de pessoas fora da pobreza. A pobreza seria quase o dobro do que é hoje sem essas medidas, segundo estimativa do Centro para Prioridades de Política e Orçamento.

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Fim da pobreza é resultado de avaliação ampla, oferta de emprego e educação

Entende-se como solução para tirar pessoas da pobreza, a produção de mais empregos com salários justos, os quais são escassos tanto nos EUA como no Brasil. A necessidade de bons empregos para todos vai além do momento de crise econômica. É necessária a implantação de uma política de pleno emprego, além do investimento na educação.

Mesmo nos EUA, a pobreza ainda é um grande desafio. Cerca de 104 milhões de pessoas – um terço da população – tem renda abaixo do dobro de linha da pobreza e lutam para fechar a conta do mês. Metade dos empregos paga US$ 34 mil por ano, um quarto menos de US$ 23 mil anuais. A pobreza em famílias com filhos chefiadas por mães solteiras excede 40%. Seis milhões de pessoas apenas têm os cupons de alimentos como fonte de renda.

Se a proposta dos Republicanos parece temerária por gerar um círculo vicioso, pois os pobres continuariam pobres sem qualquer oportunidade nem mesmo para construir suas vidas, no caso do Brasil é tempo de refletir sobre as políticas contra a pobreza e acredita-se que vincular o Bolsa Família à educação seria uma boa aposta nas futuras gerações.

Pobres no Brasil, pobres nos EUA, pobres em todo lugar
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A popularização das viagens espaciais: da ficção para o factível

Qualquer filme de ficção científica, por mais antigo que seja, já colocava o homem viajando no espaço como se isso fosse uma coisa “normal”. As obras, 2001: Uma Odisseia no Espaço; Alien: o oitavo passageiro; Guerra nas estrelas (Star Wars); Jornada nas estrelas (Star Trek); O quinto elemento e Solaris, para citar somente algumas, fizeram parecer que era só ir ali, buscar sua espaçonave e salvar o mundo da ameaça alienígena. Para além do embate que foi criado entre “respeito às leis da física” e “entretenimento” nos referidos filmes, na vida real viajar para o espaço não é tão simples. Muitos dos filmes ainda estavam inspirados pela corrida do homem na conquista do espaço, uma vez que a Guerra Fria não permitia uma terceira Guerra Mundial.

Nos últimos tempos, os filmes envolvendo viagens ao espaço mudaram, tendo inclusive o recente “Elysium” usado da distinção entre pobres – moradores da Terra – e ricos –moradores da estação espacial Elysium– para realizar uma espécie de crítica às desigualdades sociais. Wall-E é uma graciosa animação da Disney para criticar a sociedade de consumo – a mesma Disney que é símbolo máximo da própria sociedade de consumo. O sonho que todos os filmes citados “vendem” é o mesmo, o da conquista espacial.

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Empresas privadas investem em incursões pelo espaço para breve

Já sabemos que no espaço os tiros de laser das armas não seriam escutados, mas e se você quiser fazer uma viagem hoje, para o espaço que não seja pela NASA, considerando que Astronauta é uma profissão para poucos, será que é possível? Esta é a proposta de algumas empresas privadas que estão procurando desenvolver tecnologias para que mais pessoas consigam pelo menos sobrevoar a Terra para além da altitude de um avião normal.

Pelo menos três companhias estão desenvolvendo formas de realizar este sobrevoo de altas altitudes. A empresa World View propõe levar os passageiros até a estratosfera, onde geralmente balões meteorológicos se encontram. O preço previsto pela World View, que estuda iniciar as atividades em 2015, é de US$ 75 mil. Os gerentes desta companhia são os mesmos do projeto InspirationMars, que pretende levar duas até 2018 para sobrevoarem o planeta vermelho.

O sobrevoo pela Terra tem previsão de durar 4 horas. A cabine deve ter o tamanho de um jato privado e promete ser muito confortável, com a promessa de que será possível dar voltas pela cabine, incluindo ir até o bar e pegar um drink.

 

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Corrida aos ingressos já começou. Saiba os preços e, quem sabe... programe-se

As outras duas empresas que fazem sobrevoos Virgin Galactic e XCOR Aerospace levam os passageiros em foguetes e já venderam centenas de ingressos, e prometem iniciar as atividades já em 2014. A diferença entre os tipos de viagem começa pelo preço: pela Virgin são US$ 250 mil e pela XCOR: 95 mil. Outra diferença é a forma do voo, enquanto no foguete a aventura é se tornar um astronauta, mas a visibilidade tem tempo reduzido. Para a World View, a tentativa é conciliar conforto e maior tempo de sobrevoo. O maior problema é que você não chegaria, de fato, no espaço. O balão subirá até 30 km, não chegaria até os 100 km, altitude necessária para atingir aquilo que é considerado o início do espaço.

De qualquer forma, é alto o suficiente para ver a curvatura da Terra e para o Céu escurecer do azul para o preto. Segundo os donos da empresa, a viagem se assemelha com a feita por Felix Baumgartnet, o audacioso austríaco que pulou no ano passado de uma altitude de aproximadamente 40 km, mas com mais conforto e com uma volta mais tranquila para a Terra. Mesmo não alcançando o espaço, a viagem será tratada como uma atividade espacial, pelo fato da cápsula ser feita para operar em condições espaciais. Alguém se candidata?

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