ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 20º

Em Pauta

Política X Show. A fraqueza do marketing eleitoral na Capital

Mário Sérgio Lorenzetto | 23/09/2016 07:05
Política X Show. A fraqueza do marketing eleitoral na Capital

O único sucesso de marketing eleitoral em Campo Grande vem sendo protagonizado pelo candidato cartorial Adalto Garcia. Diz o nome, o número pede o voto e afirma que tem de sair correndo para pedir votos, pois seu tempo televiso é do mesmo tamanho de sua candidatura - nanico. A criatividade de Adalto Garcia ganhou as páginas dos jornais e a memorização popular. Dificilmente lhe renderá votos, mas tem eficiência nos quesitos simpatia e verdade.
O marqueteiro de Luiza Erundina, octogenária candidata à prefeitura de São Paulo foi ainda mais longe. Fez sucesso ao criar a personagem "Erundina Bolt". Tal como Adalto, seu tempo de exposição televisivo é insignificante. O marqueteiro comparou-a ao furacão jamaicano, que precisou de poucos segundos para conquistar o mundo com suas largas passadas.
Ambos fizeram da fraqueza - falta de tempo - , suas forças. Únicos shows que ficaram na memória. O resto esvaiu-se. Tomou Doril, e sumiu da memória.
No futebol, quem tem um fraco lateral-esquerdo, joga com um bom meio-campista para ajudar. No teatro da guerra, quem tem menos unidades de infantaria, ataca mais pelo ar. No jornalismo, quando a manchete é pobre, usam-se títulos de impacto, do gênero "semana decisiva", porque se é decisiva, vende mais, chama a atenção. Mesmo que a semana seguinte tenha tantas chances de ser decisiva quanto a anterior. O marketing eleitoral em Campo Grande é fraco. Não soube transformar fraquezas em forças. É insípido, inodoro e "burrocrático". Menos mal. O maior caixa dois da história eleitoral brasileira, que todos presenciam, não foi parar na máquina de construir mentiras. Foi para o bolso dos mais necessitados da periferia.

Política X Show. A fraqueza do marketing eleitoral na Capital

A cabaça para cobrir pênis, a manga revolucionária e outras plantas "malucas".

Pergunte a uma criança de onde vem a carne que ela come. Ou o frango. A resposta comum é: da geladeira. Poucas entendem que o bife vem da vaca e que comer frango é comer galinha. Não queremos na mesa nada que nos lembre de onde vem aquilo que comemos. Aceitamos bem um peixe pois ele não apresenta mudanças faciais, de dor, ao ser pescado, mas não toleramos a imagem de uma vaca sendo abatida ou de uma galinha correndo feito louca para não ser apanhada. Com as plantas, o desconhecimento é ainda maior, atinge os adultos. Apesar de vivermos em um Estado agrário, desconhecemos a "história das plantas".

A maçã era, até há pouco tempo, uma fruta odiada. Não apenas pela ligação do sexo com essa fruta na relação de Adão e Eva. As maçãs são frutas em sua maior parte azedas quando semeadas pelo acaso, e não por enxertia. Na virada do século XIX para o XX, a maça era utilizada nos Estados Unidos apenas para se fazer cidra. Muitas mulheres insatisfeitas com o efeito da cidra em seus maridos, se reuniram para derrubar macieiras. Invadiam bares e os destruíam a machadadas.

E a Digitalis? Essa é uma das histórias de plantas "malucas" mais inusitadas - e "amoitada", escondida - A dedaleira ou Digitalis era usada no tratamento de distúrbios psiquiátricos. No entanto, uma superdosagem da planta acarreta efeitos na nossa percepção de cores e acuidade visual. Incluam nesses efeitos "visão confusa", percepção alterada de cores e "halos que aparecem em objetos e paisagens escuras". Van Gogh, o consagrado pintor era usuário da Digitalis. Já dá para imaginar no que ela mudou os rumos da pintura. Já ouviram falar na manga revolucionária?

Política X Show. A fraqueza do marketing eleitoral na Capital

A manga que insuflou os indianos contra os ingleses

em foi muito importante para a pintura ocidental e, pasmem, para a independência da Índia. O denominado "amarelo da Índia", um pigmento muito utilizado por pintores europeus, surgiu no mercado no século XVIII. Mais tarde, souberam que era produzido da urina de vacas alimentadas apenas com folhas de mangueira. As "xantonas", componentes encontrados na mangueira, não são absorvidas pelo organismo da vaca e terminam eliminadas, integralmente, na urina.

Daí sua cor amarelada. Acontece que as vacas são animais sagrados para os hindus, que não utilizavam o pigmento. Infelizes com o que faziam às vacas para a obtenção da tinta, começaram uma rebelião contra o domínio inglês. Matança inicial. O resto da história é plenamente conhecido. A manga era revolucionária.

Política X Show. A fraqueza do marketing eleitoral na Capital

A cabaça que cobria pênis

Um dos usos mais curiosos na história das plantas é a "koteka". É uma cabaça utilizada por alguns grupos étnicos de Papua Nova Guiné para cobrir o pênis. A cabaça está presente nos territórios de qualquer país tropical. O receptáculo das sementes é uma enorme cabaça, e isso permitiu às sementes que partissem da África para a Ásia, Oceania e América do Sul, simplesmente flutuando através dos oceanos. Alcançando esses continentes a cerca de 15 mil anos, foram domesticadas pelas populações locais. Possivelmente, foi a primeira planta domesticada nas Américas. Seus frutos jovens podem ser fervidos e consumidos como legumes.

Os maduros são utilizados como recipientes para água e alimentos, instrumentos musicais - tambores e flautas -, boias para pesca e... kotekas. Nesse caso, uma pedra ou algum outro peso é amarrado no fruto durante seu desenvolvimento, para que fique alongado. Depois, é coletado, limpo e queimado. Cera de abelha é passada na parte de dentro. E a cabaça recebe dois cordões que auxiliam na fixação. Um cordão pequeno para ser amarrado em volta dos testículos e outro maior, que dará sustentação, na altura da cintura. É uma utilização inusitada para o fruto que provavelmente cumpriu uma função muito importante: servir de base para as migrações humanas através do planeta.

Nos siga no Google Notícias