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Em Pauta

Precisamos de reforma religiosa para as imponentes catedrais do futebol

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/06/2014 08:18
Precisamos de reforma religiosa para as imponentes catedrais do futebol

Belas catedrais foram construídas, falta reformar a organização do futebol

Se for no fator “produção” e “exportação” de jogadores, o Brasil é líder: apenas na Europa tem há anos o contingente de cerca de 500 representantes em times alheios. A exportação está e continua em alta. No quesito “melhores jogadores do mundo”, não estamos em uma posição ruim, com Ronaldo em 1997 e 2002, Rivaldo em 1999, Ronaldinho em 2005 e Kaká em 2007 (este, estimado como um dos piores negócios do futebol mundial). Nos últimos oito anos, os times brasileiros receberam mais de 1 bilhão de euros em suas vendas de jogadores.

Somos pentacampeões, estamos em terceiro lugar no Ranking da Fifa, com o qual nem todo mundo concorda, já que o Brasil deveria ter a garantia do primeiro lugar como um “posto vitalício”. Vencemos a Copa das Confederações quatro vezes e a Copa América oito vezes, e vamos sediá-la em 2019. Contudo, a imagem positiva e “modelo de exportação” do nosso futebol perante o resto do mundo não é tão “bonita” internamente.

Não se trata apenas dos elefantes brancos construídos em Cuiabá, Manaus ou Natal, mas da violência nos estádios e baixa média de público dos jogos do Campeonato Brasileiro. Em 2012, a média de torcedores no “Brasileirão” foi de cerca de 13 mil pessoas. Em 2013, estima-se que a média foi de 15 mil torcedores. Isto coloca o país no vergonhoso décimo sexto lugar no ranking mundial. Se forem consideradas todas as divisões do Campeonato, a média cai para 7,2 mil espectadores. Se os estaduais forem incluídos, a média baixa para 4 mil. Algo digno do futebol da Islândia.

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Desinteresse pelo futebol é significativo...

Outro dado impactante é o número de pessoas desinteressadas no jogo, cerca de 30% das pessoas não têm qualquer interesse em futebol. Na sequência aparecem os percentuais das grandes torcidas como Corinthians e Flamengo. Nossa média nos estádios perde para a segunda divisão da Inglaterra e da Alemanha. Vários fatores podem ser indicados para a impopularidade do nosso esporte favorito: a violência nos estádios, o preço das entradas, os excessos de jogos de pouca importância, uma vez que os campeonatos estaduais ainda ocupam 2/5 do nosso calendário, problemas de logística interna e a instabilidade e irresponsabilidade financeira dos clubes – não é novidade para ninguém que muitos times “quebram” e não pagam os jogadores e nem a conta de água.

Fatores que também não ajudam estão no horário dos jogos – o futebol perde para a novela na lista de prioridades da TV aberta – e é bem pouco razoável esperar que alguém consiga trabalhar numa quinta feira depois de chegar em casa às duas horas da madrugada. Com média de público menor que “gigantes” do futebol como Japão, China e Estados Unidos, insegurança, horários de jogos para poucos, a explicação para ainda sermos considerados o país do futebol não é racional, futebol é uma religião nacional. Agora, com as nossas novas “catedrais” que tal combinarmos uma “reforma” religiosa?

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Não houve gol, mas o gramado estava lindo

O zero a zero do Brasil levou a muitos pensamentos. Os lábios mordidos próximo à pequena área e... não foi gol. O que resta no embate entre os atacantes das duas equipes é muita grama. E foi o que voou no jogo de ontem. Estes estão entre os pontos de maior atenção na organização as 12 arenas onde são disputados os jogos da Copa do Mundo. Cada um recebeu um tipo de cobertura especial, adaptada ao clima das diferentes regiões e tendo o pisoteio como preocupação central. No Castelão ontem, os encontrões ocorreram sobre a espécie Bermuda Celebration, apropriada ao clima tropical de Fortaleza. Por baixo do grado, camadas de areia e fibras foram niveladas por um sistema laser com objetivo de evitar lesões nos atletas.

A Bermuda Celebration também foi plantada no Mineirão, onde o gramado foi rebaixado para melhorar a visibilidade. Segundo os dados fornecidos pelo governo federal no Portal da Copa, foram usadas 60 mudas por metro quadrado no gramado que ficou com 540 mil em toda a área. Para fixar as plantas, uma cultivadeira foi aplicada. Já a irrigação ocorre por sistema automatizado, com sensores de chuva que distribuem a água conforme a necessidade das plantas. Preocupação semelhante houve na instalação do gramado do Mané Garrincha, em Brasília, onde foi repetida a Bermuda Celebration. Por crescer também à sobra, a Bermuda Celebration, foi utilizada no Maracanã, no Rio de Janeiro e na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Famosa por seu clima quente e abafado, Cuiabá exigiu um tipo de gramado mais resistente e, por isso, na Arena Pantanal, a grama aplicada foi a Bermuda Tifgrand, resistente a temperaturas elevadas. As mudas são de São Paulo e foram transportadas para a capital vizinha por caminhões refrigerados. Para dinamizar a irrigação, foi instalado um sistema de drenagem para que a água caia sobre área e seja captada por tubos coletores que a destinam a dois reservatórios de 100 mil litros.

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Clima definiu tipo de grama utilizada nas 12 arenas

Se em Cuiabá em quente o ano todo praticamente, Curitiba é famosa por suas baixas temperaturas em relação ao restante do país no inverno e pelo calor úmido do Verão. Na Arena Baixada, a escolha foi pela Bermuda Tifgrand em consórcio com a espécie Ryegrass. Devido à luminosidade, que é limitada, o sistema de plantio escolhido foi o Big Rolls, onde a grama é colocada em blocos já formados e maduros para reduzir emendas e aumentar a vida útil do gramado. A Bermuda Tifgrand também é encontrada no estádio Beira Rio, em Porto Alegre, mas sozinha, sem consórcio e adaptada para resistir ao pisoteio.

A umidade de Manaus direcionou a escolha da grama na Arena Amazônia. A espécie Bermuda Tifway 419, é considerada a mais apropriada para o clima da região e mais resistente ao pisoteio. A Bermuda Tifway 419 é encontrada na Arena Pernambuco, porque também tolera bem o clima quente do Recife.

Já na Arena das Dunas, em Natal, a grama é do tipo Bermuda Tifton 419 e, para garantir que fique em condições o ano todo, a cobertura do estádio foi adaptada para captar água da chuva por meio de calhas. A reserva é aplicada no gramado e o excedente nos sanitários da arena.

Diferente das demais 11 arenas, a do Corinthians exibe a Ryegrass, importada dos Estados Unidos. Ela é própria para climas amenos e foi instalada e uma tubulação por baixo da raiz da grama para passar água gelada. Conforme a assessoria do governo federal, caso a temperatura suba, a água sai a seis graus e refrigera a planta, mantendo-a entre 15 e 22 graus.

Na hora do show, fios de náilon foram instalados a cada dois centímetros para evitar que a raiz da grama se solte durante os jogos. A irrigação também é diferente dos demais estádios, sendo efetuada por 48 aspersores, ao mesmo tempo e que o sistema de drenagem ocorre a vácuo ou por sucção.

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Vitória do Tea Party gera preocupações econômicas nos Estados Unidos

Uma surpreendente derrota do líder da bancada republicana na Câmara dos EUA durante as prévias partidárias que ocorrem na Virgínia abriu uma grande crise no partido. Eric Cantor, que ocupa o posto desde 2011, foi batido por David Brat, um desconhecido professor universitário. O professor conta com forte apoio do Tea Party e de ativistas que desejam reduzir impostos e os gastos públicos, além de advogar por um enxugamento do governo. Sem o radicalismo dos "tomadores de chá", movimento semelhante ganha força no Brasil representados principalmente pelos torcedores que xingaram e apuparam a presidenta Dilma na Arena Corinthians na abertura da Copa do Mundo.

A derrota põe fim à possibilidade de Cantor, tido como uma estrela em ascensão no Partido Republicano, concorrer à reeleição em novembro. Nos mercados financeiros, aumentaram as preocupações de que a derrota de Cantor possa reviver os conflitos em torno do Orçamento que no ano passado paralisaram o governo de Obama e quase levaram os Estados Unidos a um "default" - não poderia pagar mais nada.

Pelo lado dos Democratas, a pré-campanha de Hillary Clinton está na estrada com o lançamento do seu livro de memórias. Em um capítulo dedicado à América Latina com o título de "Democratas e Demagogos", Hillary identifica a presidente Dilma e o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez como os dois lados da moeda no continente. Segundo ela Chávez não era uma ameaça real (aos EUA), exceto para seus próprios cidadãos. Sobre Dilma, ela diz que talvez não tenha o colorido descaramento de Lula ou a experiência técnica de Fernando Henrique Cardoso, mas tem um forte intelecto e verdadeira determinação.

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Air bag: problemas no Corolla, da Toyota, e no Jeep Grand Cherokke, da Chrysler

Os anúncios são de empresas diferentes, mas ocorreram ontem. Toyota convocou o recall do Corolla por falha no airbag dianteiro do lado do passageiro. São 28.148 unidades devem passar pela verificação, no total. Foi verificado pela montadora, que o airbag pode abrir de forma inadequada na ocorrência de colisão frontal e haver lesões ao passageiro. Também foi verificado risco de incêndio e possíveis lesões graves ou fatais aos passageiros. O recall começa nesta semana com a desativação do equipamento, cuja substituição só vai ocorrer a partir de 3 de novembro.

Já a Chrysler Group do Brasil convocou o recall do Jeep Grand Cherokee por um defeito no módulo do airbag dos modelos fabricados em 2002, 2003 e 2004. Nesses casos, pode haver acionamento involuntário do airbag frontal, do airbag de cortina e do pré-tensor do cinto de segurança, com consequente risco de perda de controle do volante e colisão.

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