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Em Pauta

Previsões para a pecuária diante da expansão da agricultura

Mário Sérgio Lorenzetto | 08/01/2014 07:41
Previsões para a pecuária diante da expansão da agricultura

O futuro da pecuária é otimista?

Se a resposta for dada mensurando a área ocupada no Mato Grosso do Sul a resposta é negativa. A pecuária perde espaço para a agricultura ano após ano. Mas não basta a superficialidade do óbvio. A pecuária que enfrenta maiores dificuldades é a estacionária, a que se nega a perceber a nova realidade em expansão de todos os setores da economia nacional.

Nos últimos dez anos, uma nova pecuária vem sendo implantada. Sua cadeia produtiva movimentou em 2012, US$ 167 bilhões com a geração de mais de 6 milhões de empregos. Esse novo pecuarista, que se profissionaliza, começa uma busca constante pela maior produtividade. Utilizam touros provados para uma safra de bezerros com mais carnes e dietas mais balanceadas. Seu mantra passou a ser – consumir menos para engordar mais rapidamente.

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Da obsoleta organização familiar para o ordenamento empresarial

Uma mudança significativa no setor é a passagem da antiga e obsoleta pecuária puramente familiar para um negócio estritamente empresarial. Do lado de dentro das porteiras as certificações estão entre as metas a serem alcançadas. Para a engorda de animais destinados ao abate, o pecuarista começa a usar o confinamento como ferramenta estratégica, caso o pasto não ofereça boas condições. Começa a ver o confinamento como uma possibilidade de engorda permanente de bois.

A integração da pecuária com a agricultura e, ultimamente, com a floresta, tem ajudado a diversificar o negócio. Por estes motivos, o futuro da pecuária poderá vir a ser otimista, seguindo o rumo dos desafios apresentados pela genética, a padronização para uma carne de qualidade e a escala eficiente em grandes projetos.

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Exemplo está em Mato Grosso do Sul: Genética Aditiva

A Genética Aditiva, em Rio Brilhante vem se destacando como uma das três melhores empresas que trabalham com o gado nelore no Brasil. Essa empresa iniciou um programa de melhoramento genético no longínquo 1983. Conquistou posições com trabalhos que possibilitavam precocidade garantindo um bezerro a mais na vida útil da vaca e selecionando touros com a utilização de ultrassonografia, tanto para observar a maturidade sexual como para a verificação da carcaça com melhor rendimento para o abate. O outro método avançado que vem usando há anos é a seleção de animais de temperamento dócil para que não ocorra perda de energia e risco de acidentes.

O uso intensivo de novas tecnologias e as parcerias com a Embrapa nas áreas de alimentação, manejo e sanidade permitiu resultados à Genética Aditiva, reconhecidos em todo o Brasil. Como tocar a boiada em uma empresa-fazenda modelo. Camapuã, a capital nacional do bezerro de qualidade. O Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento apresentou estudo afirmando que até 2022 a produção brasileira de carne bovina crescerá 32%, chegando a 11,8 milhões de toneladas por ano. Hoje, são produzidas 9,4 milhões de toneladas, das quais 16,5% são negociadas no mercado externo.

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Abiec prevê recorde nas exportações de carne bovina para 2014

A previsão da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) é de que o ano de 2014 deverá ser marcado por novo recorde histórico nas exportações da carne bovina brasileira. A expectativa é de que o país ultrapasse a marca de US$ 8 bilhões em vendas externas. Aguardam o crescimento das vendas para o Irã e a reversão de mercados embargados como o da China, Japão, Arábia Saudita e Kuwait. Em função da demanda para os próximos anos, o país necessita de produtores que sejam cada vez mais eficientes na criação de bois para o abate. Nessa toada, estão as Fazendas Bartira localizadas no Oeste paulista, no Triângulo Mineiro, no Mato Grosso e na capital nacional do bezerro de qualidade – Camapuã, no norte de Mato Grosso do Sul.

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Casamento perfeito de raças para ideal conformação de carcaça

As Fazendas Bartira – aliás a empresa agropecuária Bartira – priorizam a venda de bezerros no desmame Os animais da empresa têm potencial comprovado para engorda e abate aos 18 meses de idade, com peso superior a 17 arrobas. Seus rebanhos se distinguem pela excelência na produção de animais das raças Nelore e de seus cruzamentos com as raças Angus, Pardo-Suiço e Santa Gertrudis, atendendo as principais exigências do mercado – maciez, textura, tamanho e acabamento de gordura.

Para manter a constância no melhoramento genético, as Fazendas Bartira trabalham com a Embrapa, a USP e com a Unesp. Essa empresa tem 150 mil hectares localizados na região de cerrado dos quatro Estados. Procura desenvolver e implantar sistemas de gestão baseados nas em normas modernas de gestão ambiental, de gestão de saúde e segurança do trabalhador e de responsabilidade social.

Seus programas ambientais abrangem o Projeto Mico-Leão-Preto, dois projetos de reservas de patrimônio natural, de levantamento da fauna do cerrado, de levantamento da flora e de conservação dos recursos hídricos. Desenvolve ainda, um projeto social com 128 famílias por cessão de terras para trabalhadores rurais que se tornaram empresários fruticultores com o plantio de abacaxi, mantém um centro de equoterapia que auxilia no tratamento de crianças portadoras de deficiências físicas e o projeto saúde no campo que beneficia cerca de 600 pessoas. Agora, a empresa procura ampliar suas certificações sociais e ambientais por entender que o mercado está pedindo por elas. Lucro acoplado a cuidados ambientais, de gestão integrada e social. A modernidade na pecuária.

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Previsões para a pecuária diante da expansão da agricultura

Cresce importação brasileira de alho e cebola. Mato Grosso do Sul não tem plantio

Entre 2002 e 2012, a importação brasileira de frutas e hortaliças cresceu 435%. É conveniente repetir o número – inacreditáveis 435%. Pagávamos US$ 140 milhões, passamos a gastar US$ 750 milhões, segundo a USP. A disparada é atribuída ao aumento do poder aquisitivo da população. O principal fornecedor é a Argentina que respondeu por 52% das importações de frutas e hortaliças.

O maior aumento foi devido ao alho, cuja importação cresceu 30%. O crescimento da importação da cebola também foi elevado atingindo 10%. A área plantada com alho no Brasil é de tão somente de 10.452 hectares segundo o IBGE. A produção brasileira é limitada a 104.126 toneladas. Com a cebola a área é maior - o Brasil conta com 70.464 hectares plantados para uma produção de 1.753.311 toneladas.

Ainda, segundo o IBGE, não há área plantada com alho ou cebola no Mato Grosso do Sul. Também não existe explicação para essa ausência. O vizinho Estado de Goiás é o campeão nacional na produção de alho, plantam 2.666 hectares com produção de 39.247 toneladas. Os campos plantados com a cebola em Goiás atingem mais de mil hectares e produzem 84 mil toneladas.

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Clima não é fator limitante para produção no Estado

Não existem problemas com tempo de luz, temperatura e umidade no Mato Grosso do Sul para o plantio da cebola. A luz é o fator ambiental mais importante no crescimento e desenvolvimento dessas plantas, segundo a Embrapa. Existem cultivares apropriadas para dias curtos, dias intermediários e longos. Não é conveniente o plantio da cebola em temperaturas acima de 35 graus Celsius e chuvas excessivas, não consistindo em problemas para o estado, especialmente fora do verão.

Se antigamente a temperatura era um limitador para o plantio do alho, a Embrapa acaba de solucionar essa condicionante. No mês de novembro, lançou um novo alho adaptado a regiões de clima tropical que atinge a produtividade de 17 toneladas por hectare, 30% mais do que o alho – cateto roxo - que era plantado anteriormente.

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