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Em Pauta

Quem trabalha em banco sente-se num mar nadando com banqueiros-tubarões

Mário Sérgio Lorenzetto | 07/10/2015 09:38
Quem trabalha em banco sente-se num mar nadando com banqueiros-tubarões

Nadando com os banqueiros-tubarões.

Passou a ser comum, desde a crise financeira, as pessoas omitirem opiniões de maneira decidida e negativa sobre os banqueiros. Os bancos são "cassinos" e os banqueiros são "parasitas". Mas continuam a enxergar com bons olhos os bancários. Uma das categorias profissionais mais exploradas no mundo. Com as maiores taxas de colapsos mentais ocasionados pelo estresse das cobranças por mais e mais resultados para os acionistas. Nesse caso, resultado é igual a dinheiro. Mas, há um lado "bom" do trabalho em um banco. Eles não estão tomados pelo nepotismo e preconceitos. São tolerantes e almejam uma visão contemporânea do mundo. Alguns bancos inauguraram o "dia da diversidade" e celebram com os membros LGBT. O teto de vidro ainda existe, a ascensão de mulheres e de minorias na hierarquia empresarial, mas reconhecem que alguns dos melhores operadores são mulheres. Negociar títulos deixou de ser uma "coisa de macho", passou à dimensão de uma coisa que envolve o cérebro. Os banqueiros continuam a ser os "mercenários" de sempre, a melhor maneira de fazer dinheiro continua sendo a de criar produtos financeiros cujos riscos recaem sobre os ombros de investidores desatentos e distantes. O banco contemporâneo não é capaz de mudar seu comportamento. É uma instituição pouco agregadora. É uma máquina enorme de transações e negócios, legais e ilegais, mas o bancário está sozinho, está efetivamente por sua própria conta no ato de fazer com que o banco ganhe cada vez mais dinheiro. Todos - "todos" mesmo - estão permanentemente focados em fazer dinheiro. Um rolo compressor de bancários e clientes desavisados. Quem neles trabalha, sente-se em um mar nadando com os banqueiros-tubarões.

Quem trabalha em banco sente-se num mar nadando com banqueiros-tubarões
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Espionar o celular do cônjuge agora dá cadeia.

Pela primeira vez foi proferida uma sentença no mundo, datada de 28 de julho, penalizando a espionagem do celular de uma mulher por parte de seu marido que desconfiava de uma relação extra conjugal. Não havia o registro de um caso que levasse à prisão. O marido alegou, sem sucesso, que o celular era de uso familiar. A condenação a dois anos e meio de prisão é um aviso severo para quem estiver vigiando o celular ou computador de seus cônjuges. O caso aconteceu em Girona, na Espanha e o marido ainda teve de pagar multa de seis euros diários durante dezenove meses. Inauguraram um novo tempo nas relações amorosas válido para todo o mundo? Casamento ou namoro é sinônimo de perda de privacidade?

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Crise econômica: as pessoas olham para tendências e não para números absolutos.

Objetivamente, a situação não é tão ruim em termos econômicos. As pessoas sabem disso. O Brasil deveria ser um país mais rico. Houve progresso. A taxa de desemprego está subindo agora, mas caiu durante muito tempo. Esteve entre 12% e 13% há 12 anos. Não está tão alta como antes. Por isso, o correto é entendermos que o fundamental é a crise de confiança. Lembra de quando o Brasil vivia a hiperinflação? O crescimento já foi muito baixo. A situação está muito melhor. O problema é que as pessoas temem voltar atrás, não tem confiança agora. A situação da economia não deu uma volta ao passado, ao que era há 12 anos, mas elas têm medo de que isso aconteça. Está melhor que há 12 anos, mas pior que no ano passado. Temem que as perdas continuem, porque não veem uma ação unificada do governo e de seus aliados. As pessoas olham para tendências, não para números absolutos. Não têm essa memória histórica.

Quem trabalha em banco sente-se num mar nadando com banqueiros-tubarões
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A insatisfação com o próprio corpo.

Desde a Antiguidade pessoas faziam jejum ou vomitavam várias vezes por dia para emagrecer. Esse procedimento continuou na Idade Média com muitas santas e beatas que apresentavam um comportamento similar aos das anoréxicas dos dias de hoje. Outros tempos houveram em que a gordura foi exaltada como padrão de beleza. Mas a medicina provou que não há vantagem em acumular gordura e que saudável é ser magro. O problema é que essa tendência virou obsessão. Muitas pessoas que não teriam motivo algum para restringir a alimentação realizam dietas rigorosas. Tornou-se comum encontrar pessoas anoréxicas, com bulimia ou vigorexia.

Diante dos espelhos, esquálidos anoréxicos, se enxergam obesos. Aliás, o espelho se tornou o maior inimigo de todos que nutrem algum tipo de transtorno alimentar. Os anoréxicos recusam-se a alimentar-se, mesmo sabendo do risco que correm. Praticam atividades físicas exageradas, jejuam, vomitam, usam purgantes e moderadores do apetite.

Na bulimia o quadro é diferente. O que chama a atenção não é a magreza, tanto que alguns têm corpos esculturais pois são obcecados por malhação e dieta. Mas de uma hora para a outra tem um surto e ingerem enormes quantidades de alimentos. Depois vomitam muito para evitar o aumento de peso. Alguns provocam tantos vômitos em um só dia que chegam a ferir os dedos.

A "cultura do esbelto", que dominou o mundo, criou a vigorexia, também denominada "over training", ou "síndrome de Adônis" (deus grego da beleza). Apesar de fortes e musculosos sentem-se, na frente dos espelhos, como magrinhos, fracos e franzinos. Não há solução sem a consulta a médicos, mas são transtornos que podem envolver alguma gravidade, especialmente a anorexia que é fatal em 15% a 20% dos casos.

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Grande Indústria & Favela, o projeto que FHC abandonou. Vem aí os "Inventores do Brasil".

O Canal Brasil exibirá durante três meses, a partir de outubro, a série de documentários "Inventores do Brasil", dirigida pelo cineasta Bruno Barreto com roteiro do ex-presidente FHC e do jornalista Elio Gaspari. Serão 13 filmes de 30 minutos cada um. Mostrarão a contribuição de líderes e pensadores que "inventaram" visões e projetos do Brasil, como Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre, Getúlio Vargas, Sergio Buarque de Holanda, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves.

A série trará histórias e polêmicas como a que trata a diabete de D.Pedro II com papel fundamental em seu reinado. Um dia o médico do palácio viu uma trilha de formigas rumo ao urinol do imperador. Graças aos insetos diagnosticou-se o diabetes do rei, que não tinha cura na época. Com açúcar no sangue, D.Pedro II atraía formigas, cochilava nas reuniões e vivia cansado. Acabou ganhando o apelido de "Pedro Banana". Sua falta de reação diante do golpe militar que instituiu a República, expressa cansaço de diabético.

A lupa do passado pode dissipar a névoa do futuro, mas o país precisa de "novos inventores". "É o que nos falta. Faltam visões e projetos novos para o Brasil", diz FHC. Ele também afirma que um dos "inventores" do Brasil contemporâneo é o economista Edmar Bacha, criador da metáfora Belíndia. "O Bacha tem excelência técnica e vê longe. O José Serra também tem visão do Brasil. Gosto do José de Souza Martins, que faz uma sociologia do cotidiano. Na antropologia, o Roberto DaMatta percebeu coisas originais sobre o país. O José Murilo de Carvalho também é um inventor. Porém, parece que às vezes eles ficam intimidados. Não é fácil trabalhar com uma visão ordenada e sintética do Brasil atual".
"Há 30 anos eu tinha a ambição de pensar o Brasil moderno e escrever Grande Indústria & Favela, como uma espécie de continuação do Casa Grande & Senzala. Mas isso passou. Hoje a favela está se urbanizando e a indústria, encolhendo", completa FHC.

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