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Em Pauta

Retinóide, melhor creme antienvelhecimento

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/06/2017 09:40
Retinóide, melhor creme antienvelhecimento

Afinal, os cremes antienvelhecimento funcionam ou não funcionam? Uma tarde qualquer em uma loja de cosméticos. Duas mulheres de meia idade compram cremes. Uma leva um creme antirrugas de quase R$800; a outra, um creme anti-idade de pouco mais de R$40. Há ingredientes que justifiquem um preço quase 20 vezes superior? Apesar da crise econômica, política e do que mais desejarem, a venda de cremes antienvelhecimento subiram no ano passado no Brasil.

A resposta à indagação se esses cremes funcionam é um definitivo sim, mas com cuidados. Funcionam, mas não basta simplesmente passá-los no rosto. Mas, antes dessa conversa de funcionamento e cuidados, vamos aos produtos e seus preços. Uma surpresa, um estudo europeu mostrou que a melhor marca de creme antienvelhecimento é uma das mais baratas.

O Top 1 é o "Q10 da Lidl", que custa entre R$15 e R$20. O estudo mostrou que somente o Q10 e outro logravam algum êxito após um mês de uso, reduzem levemente as rugas. O creme Top 2 é o "Eucerin Hyaluron Filler", que custa por volta de R$100. Esse estudo diz que os demais cremes, mesmo os com potes luxuosos, não têm componentes fundamentais na concentração necessária, especialmente o retinóide.

Retinóide, melhor creme antienvelhecimento

O que é o retinóide?

Eles foram descobertos há meio século para o tratamento de acne. Mais tarde, por puro acaso, comprovaram sua eficácia para combater os efeitos do envelhecimento no rosto. Os retinóides (a fórmula ácida da vitamina A) concentram o maior numero de estudos médicos que avaliam sua eficácia por três motivos: atuam na derme (seu baixo peso molecular permite que penetre em camadas mais profundas), estimulam a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico, e aceleram a regeneração celular.

Existem cerca de 300 marcas de cremes com retinóides desde 2003. Depois de 14 anos, continuam surgindo novas marcas. Apesar de ser um veterano, e do grande numero de competidores que surgem, segue sendo o produto mais desejado nas formulações cosméticas. Retinol, ácido retinóico, retinil palmitato, iso-tretinoína, tazaroteno... não são mais que o mesmo desde 50 anos. Tudo a mesma coisa. São derivados da vitamina A, a vitamina da pele, como a denominaram, o melhor anti-idade demonstrado pela literatura científica.

Retinóide, melhor creme antienvelhecimento

Eficácia e cuidados com o retinóide

O retinol é uma molécula presente em uma grande quantidade de cosméticos, mas sua relativamente pequena eficácia dependerá do tipo de formulação e da concentração. E para tratar do foto-envelhecimento (envelhecimento devido ao excesso de luminosidade), a tretinoína - a forma mais potente da vitamina A, proibida em cosméticos - é o "gold standard", mas somente médico pode receitar, como usá-la e em que dose.

Convém esclarecer que nem sempre o retinoide funciona. Muitas vezes ele necessita de condições mínimas para melhorar a pele. Sua vida é de exatamente 36 meses, alguns dias depois, perde totalmente a eficácia. Só pode ser conservado em local onde a temperatura jamais ultrapasse 25 graus Celsius. Além disso, se for exposto à luz, se oxida, perde totalmente a eficácia. É tão instável que quase tem de ser mantido em uma urna especial.

Retinóide, melhor creme antienvelhecimento

Efeitos secundários do retinóide

O outro cavalo de batalha são as concentrações. Sua eficácia depende de altas concentrações (com risco de toxicidade), deve sempre ser receitado pelo médico, em muitos casos termina descamando a pele e abrasando-a, um dos efeito (ou defeitos) menos desejáveis que levaram muitos usuários a abandonar os retinóides. Todos os especialistas concordam: esse ingrediente requer adaptação à pele. Por isso não deve iniciar sua aplicação em meses de verão.

Só deve ser usado uma ou duas vezes por semana, à noite, pouco a pouco. Subindo a dose, até usá-lo diariamente, sem riscos. Para produzir mudanças notáveis são necessárias 12 semanas de aplicação, em que uma pequena descamação e avermelhamento da pele, são partes do processo. O uso do retinóide é um projeto de longo prazo. A paciência é a chave dizem os especialistas. Mas há outro problema importante: quando deixar de usá-lo, a quase totalidade dos efeitos se perderão. Volta quase à estaca inicial. É o paradoxo desse produto. Um problema insolúvel e caro.

Outro problema sério é que ele, na maioria das pessoas, faz com que a pele facial seja mais vulnerável à luz solar. Inclusive baixando o umbral de queimadura. Você se queimará mais facilmente na praia ou na piscina durante o verão.

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