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Em Pauta

Revolução agrícola, novo produto ataca lagarta e vazio sanitário em risco

Mário Sérgio Lorenzetto | 31/07/2014 07:40
Revolução agrícola, novo produto ataca lagarta e vazio sanitário em risco

Está plantada a semente de uma verdadeira revolução na estrutura agrícola brasileira

Os céus estão cinzentos na macroeconomia nacional. Os erros constantes do Ministério da Fazenda levam banqueiros e industriais a colocar dúvidas sobre os rumos da economia. Mas, e nos trabalhos rurais as incertezas conduzem a alguma gravidade econômica? Ao invés de humores e ideologias que respondam os números e fatos.

A agricultura nacional está consolidada em um tripé: o estímulo das exportações, o apoio do governo federal no crédito e na incorporação de novas tecnologias. Esse conjunto de fatores tem garantido um formidável aumento de produtividade. A exceção é o setor de bioenergia, em decorrência da equivocada política de preços. No governo Dilma, entre as safras 2011 e 2014, a produção de grãos cresceu à taxa de 9% ao ano; de 162 para 193 milhões de toneladas e chegaremos a 200 milhões na próxima safra.

O Brasil produzirá, com 15% de sua força de trabalho, uma tonelada de grãos e criará um boi por habitante, sem aumento da área explorada. A agricultura de grãos vem mostrando que quando o governo reduz sua intervenção e apoia o setor privado com bons programas de pesquisa, como os da Embrapa e oferece bons programas de crédito, como o plano-safra, os produtores respondem aos estímulos.

Revolução agrícola, novo produto ataca lagarta e vazio sanitário em risco

Mas não há apenas aumento de produtividade, há respeito

Respeitamos as terras indígenas, com raras exceções - são 584 reservas, ocupando 14% do território nacional. E há também o respeito à conservação do ambiente - são mais de mil unidades de conservação que ocupam 17% do território nacional. Chegamos a 247 milhões de hectares que correspondem a 29% do território nacional preservados ou ocupados por indígenas. Não há equivalente no mundo contabilizando os países com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados. Nem Estados Unidos, China, Rússia e os demais que dedicam apenas 9% de seus territórios à preservação e áreas de povos autóctones.

Começamos a adotar um conceito diferente e inovador - recuperar as nossas imensas áreas degradadas com auxílio da Embrapa, das universidades, de créditos governamentais para desenvolver novas técnicas de manejo que integram a lavoura, a pecuária e a exploração florestal. Essa estratégia, denominada iLPF, tem respondido muito bem em pequenos experimentos e tem grande probabilidade de produzir uma nova revolução na estrutura agrícola nacional.

Revolução agrícola, novo produto ataca lagarta e vazio sanitário em risco
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Novo produto promete realizar um bom combate contra a lagarta helicoverpa

A multinacional Du Pont anunciou sua entrada no mercado de tratamento de sementes no país com o lançamento de um inseticida para o controle da lagarta helicoverpa em lavouras de soja e algodão.

O produto obteve registro emergencial no fim do ano passado no país e está disponível para venda na atual safra. O inseticida vem sendo comercializado há dois anos nos Estados Unidos, Argentina e México. O investimento da Du Pont para originar esse defensivo totalizou cerca de US$ 260 milhões. A multinacional espera que até o início de 2015 o inseticida também obtenha o registro para a cultura do milho no Brasil.

Revolução agrícola, novo produto ataca lagarta e vazio sanitário em risco
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É pouco, mas estão atacando o vazio sanitário na lavoura

Os baixos preços do milho entre o fim de 2013 e o início deste ano, época em que os agricultores se preparavam para plantar a segunda safra, fizeram com que mais de 300 mil hectares que seriam plantados com o milho fossem usados para o plantio da soja que tem bons preços. De acordo com a Conab, somente o vizinho Mato Grosso, o Paraná e o Tocantins usaram desse estratagema perigoso. É pouco, mas foi o suficiente para as entidades ligadas à agricultura e o ministério responsável pelo setor trabalharem em uma minuta de medidas para restringir esse cultivo, devido aos riscos crescentes de incidência do fungo da ferrugem asiática.

Governantes e entidades estão defendendo a restrição de crédito rural, ampliação do tempo exigido para o vazio sanitário - intervalo de tempo em que proíbe o cultivo da soja, para resguardar a lavoura da ferrugem - e em último caso, enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei federal para proibir o cultivo em alguns meses. Vale lembrar que o fungo da ferrugem pode sobreviver de 40 a 50 dias no ar. Por isso a importância do vazio sanitário para resguardar a lavoura.

Revolução agrícola, novo produto ataca lagarta e vazio sanitário em risco
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Sozinhos não podemos e tampouco seria bom

Esta é uma bela frase. Cabe em qualquer âmbito da vida. Mas, observem bem: este é um dos principais preceitos do anarquismo. Assustaram? Como sabem, o anarquismo é, fundamentalmente, um movimento social que originou no calor das lutas por causa da Revolução Industrial em meados do século XIX. O anarquismo prega qualquer forma de dominação. Prega a emancipação política e econômica de todos. Consequentemente, o anarquismo se nega a aceitar qualquer forma de organização de Estado. Para os anarquistas não pode existir um Estado, um governo federal. É uma eterna luta contra qualquer forma de poder. E ele está, novamente, crescendo, não apenas no Brasil, no mundo todo.

O ressurgir do anarquismo se deve à reinvenção de suas ideias e de suas práticas no transcurso dos grandes movimentos de protestos que se iniciaram nos anos 1990 contra os Fóruns do capitalismo internacional e proliferaram na primeira década deste século com fenômenos como os 15M, Occuppy Wall Street, Praça Tahir e as investidas na Argentina e no Brasil.

O anarquismo tem um forte componente utópico. E seus principais pensadores nunca negaram essa afirmação. Para muitos é seu maior limitador. Mas para a maioria dos anarquistas é o que lhes dá uma força sem igual.

Eles não admitem qualquer forma de coerção. Nem mesmo a policial. Aliás, não existiria nenhum policial no mundo para o pensamento anarquista. Há algo que os diferencia de todas as demais forças ou pensamentos políticos: para eles não se instalaria jamais um país anarquista - o anarquismo é um processo - não um produto ou um resultado. É uma luta contra a dominação que não tem fim. E a igualdade deve ser constantemente conquistada.

Enquanto não entendem, procuram líderes para prender. Como se anarquistas tivessem líderes eternos que mandam em tudo como os comunistas, socialistas, democratas em geral. Engano, eles vivem em "assembleia eterna".

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