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Em Pauta

Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/03/2015 08:30
Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas

Litígio de terras entre índios e fazendeiros. Bancada ruralista conquista vitória importante na Câmara de Deputados

Enquanto o país debate e vai às ruas, a bancada ruralista obteve duas vitórias expressivas. A primeira foi a instalação da comissão que discutirá a aprovação da PEC 215/2000. Ela propõe transferir para o Congresso a responsabilidade de demarcação das terras que estão sendo disputadas por indígenas e fazendeiros. Se aprovada, a medida tira das mãos da Funai a prerrogativa de encaminhar a demarcação das terras em favorecimento dos indígenas.

O desengavetamento da PEC foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ao assumir o mandato. A bancada ruralista votou em peso na candidatura de Cunha à presidência da Casa de Leis.
A segunda vitória dos ruralistas foi a eleição de um de seus membros (ou aliado) para presidir a comissão. O Deputado Nilson Leitão (MT) foi escolhido. Em sua primeira declaração ele afirmou que pretende conduzir os debates com a maior tranquilidade e equilíbrio, diferente do que o PT conduziu até hoje.

Caso a PEC venha a ser aprovada, possibilidade aumentada nesta semana, as demarcações serão paralisadas. De acordo com o Cimi - Conselho Indigenista Missionário, os índios reivindicam 1.000 novas aldeias a serem demarcadas pela Funai em todo o território nacional.

Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas
Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas

Em dez anos, o número de mortes de indígenas cresceu 118%

O novo presidente da comissão da PEC que transfere a demarcação de terras, Deputado Nilson Leitão, diz que a Funai se tornou uma grande demarcadora de terras, uma latifundiária, e esqueceu o ser humano, o índio. Afirma que a PEC traz o direito ao contraditório. Leitão diz que hoje faltam remédios e comida para os índios, que já formam um contingente de 380.000 moradores de áreas urbanas no país. Também afirma que nos últimos dez anos, o número de mortes de indígenas cresceu 118%. Ele também contesta a metodologia hoje adotada pela Funai. Afirma que hoje, alguém encaminha um ofício para a Funai, dizendo que tal área é indígena. O deputado continua a explicar que o antropólogo faz a medição e, ainda que esteja dentro de uma chácara ou assentamento onde a família está a seis gerações, o contraditório só ocorrerá durante a homologação.

Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas
Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas

A PEC nega a Constituição?

Para os parlamentares que lutam pelas demarcações das terras em favor dos indígenas a PEC 215/2000 nega a Constituição. A Deputada Jandira Feghali (RJ) diz que a PEC revoga conquistas dos povos indígenas e coloca a existência deles em risco. A deputada entende que deslocar a tarefa de demarcar terras da Funai para o Congresso foge dos princípios já definidos e coloca empecilhos ao processo. De acordo com a parlamentar, a proposta é desastrosa e os movimentos sociais precisarão se mobilizar para tentar barrá-la.

A PEC criada em 2.000, tramitava em banho-maria por estratégia do PT, que se opõe a ela. Agora com o novo presidente da Câmara disposto a levá-la para o plenário e com a relação entre o PT e o PMDB abalada, é provável que a PEC seja aprovada em breve.

Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas
Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas

A Eldorado busca dinheiro para nova fábrica de celulose em Três Lagoas

A Eldorado deu mandato ao banco Credit Suisse para buscar potenciais investidores para seus projetos de expansão. O primeiro projeto a ser montado será a de uma nova linha de produção de celulose em Três Lagoas. O Credit Suisse tentará levantar US$ 5 bilhões com os árabes e asiáticos. Esse dinheiro será investido na fábrica de celulose, na abertura de uma rede de varejo de carnes e em novas aquisições não especificadas.

A Eldorado, que colocou sua primeira fábrica em operações em novembro de 2012, planeja investir mais de R$ 10 bilhões para mais que dobrar a capacidade de produção de celulose de eucalipto em Três Lagoas a partir de 2018. O projeto engloba a implantação de uma linha de 2,3 milhões de toneladas por ano, que se somará à unidade atual de 1,7 milhão de toneladas anuais.

Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas
Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas

Petrobrás vai pôr à venda distribuidora, postos e termelétricas. O governo do estado terá sérias dificuldades para manter o ICMS do gás

Ainda não é oficial. A Petrobrás não pode anunciar antes de prestar esclarecimentos à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e à Security & Exchange Comission (SEC), mas a notícia vazou e está em toda a imprensa: venderá sua distribuidora de combustíveis, postos e termelétricas. Esta coluna vem afirmando desde o ano passado que à Petrobras só restaria dois moimentos: ser privatizada (um banco chegou a estudar seu valor dimensionado em US$ 88 bilhões) ou vender frações de seu imenso corpo. A maior empresa do país espera receber US$ 13,7 bilhões pela venda desses ativos. Os recursos que serão obtidos visam quitar dívidas e sanear, em parte, as finanças da companhia e preservar seu caixa (bem como o Tesouro Nacional que seria outra possibilidade). Desde a eclosão dos casos de corrupção que ocuparam, durante meses, a quase totalidade das manchetes da grande imprensa nacional, esse caminho estava claro. A Petrobrás cada vez mais deixa de ser do "povo brasileiro" e passa a ser de grandes grupos petroleiros sediados nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Os interesses são de imensas fortunas e nessa luta só entram gigantes do setor.
Como foi alertado anteriormente nesta coluna, aos governantes estaduais caberá um grande esforço para a manutenção do cobiçado ICMS do gás. Há muito tempo os governos do Sul, capitaneados por São Paulo, visam receber essa receita, retirando-a dos cofres do governo sul-mato-grossense. A venda das termelétricas, hoje pertencentes à Petrobras, será um momento decisivo para as finanças do governo estadual. Preparem-se.

Ruralistas conseguem vitória na Câmara no litígio de terras indígenas
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Senadoras e deputadas federais se unem para atuar em bloco

As senadoras e deputadas federais eleitas no ano passado decidiram mudar a estratégia de atuação no Senado e na Câmara para fazer frente ao novo Congresso eleito que vem sendo considerado ainda mais conservador que o anterior. Elas prometem votar unidas, de forma independente de seus partidos quando necessário, em temas que dizem respeito às mulheres brasileiras e à divisão do poder no Congresso Nacional.

A atual legislatura conta com 13 senadoras e 51 deputadas, um pequeno aumento nas duas Casas de Lei, existiam, até o ano passado 11 senadoras e 45 deputadas. O Brasil apareceu no ranking na posição de número 156 dentre 188 países que contam com mulheres no parlamento. Bem próximo do último lugar.

Mas elas prometem ir à luta, estão organizando as Bancadas Femininas no Senado e Câmara. Simone Tebet e Tereza Cristina são as representantes do Mato Grosso do Sul nas respectivas casas congressuais. Elas dizem que o Congresso só respeitará as mulheres nos pleitos femininos, se elas votarem juntas. As sul-mato-grossenses e outras parlamentares estarão lançando uma campanha que pleiteia por "Mais Mulheres na Política". O evento ocorrerá no dia 26 de março na Federação das Indústrias de São Paulo - Fiesp.

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