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Em Pauta

Tchau, querida. Tchau, queridos.

Mário Sérgio Lorenzetto | 20/04/2016 07:55
Tchau, querida. Tchau, queridos.

Realismo mágico de Garcia Marquez. O show tragicômico oferecido pelos representantes do povo brasileiro no Câmara de Deputados não sairá de nossa memória por muito tempo. Houve de tudo, especialmente cenas de mau gosto. E uma enorme pobreza cultural. Não sabem nem gramática.

Uma piada diz que os deputados levaram ao infarto 142 mil professores de português. Pareciam os piores estudantes de uma sala de aula do secundário reunidos em algazarra generalizada. Era, sobretudo o baixo clero, deputados que nunca vimos e nem ouvimos falar. Esse show de ódio, ausência total de cultura e oportunismo, de todos os lados, descortina a verdadeira mazela da política brasileira - a falência do sistema político.

Não são apenas os políticos, mas o sistema como um todo que necessita receber o impeachment. Eles são incapazes de, ainda que minimamente, analisar a realidade do país e de dar algum exemplo. Os à esquerda assemelham-se a hunos raivosos, proferem apenas palavrões e ameaças, mostram o despreparo para a perda do poder, das benesses e das falcatruas que se avizinha. Nunca acreditaram em democracia, não sabem o significado e importância da alternância de poder.

Os deputados à direita e ao centro parece que saíram de algum "bloco de sujo" do carnaval direto para o plenário do Congresso, levaram até confete. Estão embriagados pela perspectiva de poder que perfuma o ar que respiram, passarão, provavelmente, a desfrutar desse rio de privilégios e impunidades que eles mesmo se concedem. Poder e vantagens que se esvaem das mãos dos petistas. Tchau, querida, já vai tarde. Tchau, queridos, não aceitam carona?

Tchau, querida. Tchau, queridos.
Tchau, querida. Tchau, queridos.

"Dementia Village", uma cidadezinha exclusiva para quem sofre com o Alzheimer.

Dementia Village é uma cidadezinha criada e mantida para aqueles que se esqueceram de quem são. Para aqueles que não contam mais o tempo. Para aqueles a quem o amor e o cuidado é tudo o que importa. Ela fica na capital da Holanda, Amsterdam, conta com 160 residentes. Eles são separados por grupos de afinidades, interesses e origens.

Segundo seus idealizadores, o projeto surgiu da necessidade da existência de um local seguro, onde os portadores de Alzheimer pudessem manter suas atividades sociais, como sair com os amigos, ir jantar em um restaurante e desenvolver suas tarefas diárias com segurança. O mundo é muito pequeno para os portadores de Alzheimer, grandes feitos já não lhes interessam, são as pequenas coisas que fazem sentido no seu dia-a-dia e, para isso, nada melhor do que viver em um lugar criado e monitorado especialmente para suas necessidades.

É um local muito diferente de instituições que tendem a isolar o idoso do mundo, da sensação de independência, de satisfazer simples vontades como ir a uma loja de roupas ou de ferramentas, ou, ainda, a um salão de beleza. A cidadezinha tem como objetivo criar uma sociedade, retirá-los do isolamento

Tchau, querida. Tchau, queridos.

Bye bye Brasil. Aumenta o número de brasileiros que deixam o país.

O aumento da procura pelo visto EB5, oferecido pelo governo norte-americano a investidores estrangeiros está levando milhares de brasileiros a viver, definitivamente, fora do Brasil. São necessários US$ 500 mil para eles viverem com suas famílias nos EUA. Há empresas especializadas nesse trâmite que estão promovendo encontros em hotéis paulistanos para explicar como se resolve toda a burocracia necessária.

Os números de famílias que saíram definitivamente do pais pulou de quase 8 mil em 2011 para 13.288 em 2015. Os principais destinos, depois dos EUA, são o Canadá e a Inglaterra. A explicação para o crescimento das saídas definitivas está na crise político-econômica e na falta de segurança.

Tchau, querida. Tchau, queridos.

Um Francisco domina a alma do século XXI.

A religião está desaparecendo como tema de estudos nas escolas e faculdades. As sociedades passaram a abraçar novas idolatrias, que vão de políticos espetaculares como Trump e Lula, à alta tecnologia, terreno dominado pelos iPhones do ano. O reino é dos mercadores do templo. Os novos peregrinos dormem às portas das capelas da Apple e à partir de 2016, das concessionárias de automóveis Tesla. O incrível é que no século em que os grandes empresários com Jobs, Buffet, Tim Cook e Jeff Bezos são mais importantes que a somatória de todos os presidentes das Repúblicas da América Latina, o Papa Francisco ganha mais e mais relevância.

Enquanto a economia e a riqueza dominam a alma do mundo, a igreja católica atravessa um inesperado processo de crescimento e de aquisição de credibilidade. Tem um Papa com o nome do santo padroeiro dos pobres, que prepara sua própria alimentação, carrega sua pasta e chega em um simples Fiat às reuniões com outros chefes de países - que chegam de limusines. O ofício de Francisco é dominado por gestos. E ele sabe utilizá-los em prol da igreja. Mas ele não para aí.

Aproxima a agenda do Vaticano dos hábitos mundanos, sai uma igreja medieval para ocupar espaços no século XXI. Divórcios, incorporação das mulheres à hierarquia eclesiástica e homossexualismo, deixaram de ser temas tabus. A aproximação dos Estados Unidos com Cuba. A recuperação do banco do Vaticano que, literalmente, saiu das mãos de mafiosos para gerentes exemplares. Agora, Francisco, acaba de levar 12 sírios - simbolicamente o mesmo número de apóstolos - que sobreviviam como fugitivos das bombas de seu país, para viver no Vaticano. Mais do que palavras, ações e gestos de fraternidade e de entendimento da vida no novo século.

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