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Em Pauta

Teremos um boêmio no Palácio do Planalto? E o mote da campanha do menino rico?

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/06/2014 07:55
Teremos um boêmio no Palácio do Planalto? E o mote da campanha do menino rico?

Teremos um boêmio no Palácio do Planalto?

Ele é incontestavelmente um misto de playboy carioca e menino do interior mineiro. Aécio Neves mudou-se para o Rio de Janeiro aos 10 anos de idade levado pelo pai. Era surfista e andava em motos. Nas férias em Minas, cavalgava. Frequentava badalações em resorts no Nordeste, agimos em Búzios e Angra dos Reis, mas também viajava para a fazenda na cidade Cláudio, em Minas Gerais onde cavalgava até cidades vizinhas. A casa na fazenda ele chama de "meu Palácio de Versalhes". Sempre foi apaixonado por peladas nas ruas. Continuou prezando todos esses hábitos depois de ingressar na política.

É um cruzeirense fanático que pegava ônibus no Rio de Janeiro para ver seu time jogar no Mineirão. Não perdia um. No Rio começou a cursar direito na PUC e economia na Faculdade Cândido Mendes. Em 1982, aos 22 anos, entrou na política mineira. Largou o curso de direito e transferiu o de economia para a PUC mineira. A carreira começou formalmente em 1986, eleito Deputado Federal e renovou os mandatos por 4 vezes.

Aos 54 anos, completados em março, Aécio é - ou foi, segundo aqueles que sustentam sua candidatura - uma pessoa boêmia. Durante muitos anos era figura assídua em sites de fofocas de celebridades. Além das namoradas do mundo pop - atrizes, modelos e colunáveis - em diversas ocasiões apareceu com amigos badalados como o ex-jogador Ronaldo Nazário, o empresário Alexandre Accioly e o apresentador Luciano Huck.

Em 2008, foi matéria de uma revista com o título de "Menino do Rio" com um roteiro de bares e restaurantes cariocas que Aécio frequentava. Casou-se, divorciou-se e voltou a casar. Em 2009, o jornalista Juca Kfouri publicou em seu blog uma nota que tirou Aécio do prumo. Escreveu que testemunhas viram Aécio dar um safanão em Letícia Weber, sua atual esposa, em uma festa da Calvin Klein, na piscina do Hotel Fasano, no Rio. Aécio negou e disse que processaria o jornalista por calúnia. Nunca o fez. Alguns dias depois o safanão virou um tapa na cara da moça que revidou em outra coluna. Fofocas, boêmia, vida alegre de um menino rico e poderoso. Será esse o péssimo tom da campanha que iniciará brevemente?

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Teremos um boêmio no Palácio do Planalto? E o mote da campanha do menino rico?

Falsificando livros

Um dos livros mais raros do mundo é o Sidereus Nuncius de Galileu. Além de apresentar ideias sobre o movimento dos astros, o livro contrapõe as teses de Aristóteles da perfeição dos corpos celestes. Galileu, além de observar as crateras lunares, incluiu quatro gravuras da Lua com suas diferentes fases. Cerca de 550 cópias foram publicadas em seu lançamento, estima-se que 150 ainda existam atualmente. O livro é tratado como a fonte de grandes descobertas que mudaram radicalmente a forma como observamos o mundo. Em 2005 uma cópia do livro apareceu entre colecionadores de livros raros, Marino Massimo De Caro ofereceu uma cópia do livro para Richard Lan, um perito em livros antigos.

De Caro apresentou, inclusive, uma documentação de que o livro era verdadeiro, indicando os donos anteriores do exemplar. Lan comprou o livro por meio milhão de dólares depois de consultar outros especialistas. Acreditando ter feito o “negócio da vida”, tinha planos de revender o livro por cerca de dez milhões de dólares. Contudo, a autenticidade do livro começou a ser questionada e a história de vida de Marino começou a ser revelada. O vendedor do livro de Galileu tinha contatos na Argentina – local onde ele produziu o exemplar falsificado –, dentre eles, o Cardeal Jorge Mejia, que havia vivido na Itália e presidido a livraria do Vaticano e seus arquivos secretos. Marino se tornou amigo do Cardeal e teve acesso à livraria do Vaticano, em 2003 ele fez uma “troca” pouco comum com Mejia, ao fornecer 16 incunábulos, (livros produzidos no começo da imprensa, anteriores a 1501, trata-se do “berço” da tipografia, os primeiros 50 anos da imprensa) o Cardeal deu para Marino seis livros, avaliados em mais de um milhão de dólares, inclusive três livros de Galileu que haviam pertencido ao Papa Urbano VIII.

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Os incunábulos estavam avaliados em US$ 100 mil...

... e em 2011 Marino se tornou membro do Ministério da Cultura da Itália. Dentre seus deveres estava em fazer um balanço das bibliotecas históricas italianas – estavam entregando a chave do tesouro para o bandido. Marino foi visitar Monte Cassino, uma abadia do século XVI ao sul de Roma. Enquanto seus assistentes distraíram o padre responsável pelo lugar, Marino foi até a biblioteca e furtou exemplares de Dante, Galileu e outros, substituindo-os com cópias falsificadas. A Divina Comédia foi vendida por oito mil euros.

Dentre aqueles que foram usados por De Caro, até a famosa casa de Leilões Sotheby’s apresentou em seu catálogo uma das cópias falsificadas no ano de 2005, contestada por seus peritos. Em 2013, De Caro foi condenado na Itália a sete anos de prisão por fraude, ficou preso de março até agosto e foi para cumprir o resto de sua pena em casa por ter confessado e ajudado na verificação de outros crimes. Marino, que cumpre a pena em casa, e seus auxiliares argentinos negam qualquer envolvimento nas falsificações. Marino agora quer oferecer seus serviços para ajudar a polícia a encontrar outros falsificadores.

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Venda da Adidas na Copa bate recorde

E os pessimistas de plantão erraram. Mais uma patrocinadora da Copa do Mundo divulga seus resultados. A Adidas que patrocina a Copa bateu o recorde de mais de R$ 6 bilhões com as vendas de produtos relacionados ao futebol. Após duas semanas de Copa a empresa já está comemorando os resultados.

Responsável pela produção da bola oficial do torneio, a "brazuca", e dos funcionários, árbitros e voluntários, a companhia acirra a disputa com a outra gigante do setor - a Nike. A Nike ganha na quantidade de seleções com a sua marca - 10 das 32 seleções, incluindo a brasileira.

A Adidas também acredita que ao longo do torneio venderá 14 milhões de "brazucas", superando a anterior, "jabulani", que vendeu 13 milhões de unidades. Quanto à vendagem das camisetas, a companhia acredita que venderá 8 milhões de unidades, superando a Copa da África, quando venderam 6 milhões.

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Efeito do pós Copa nas empresas aéreas derrubará movimento

Após um primeiro trimestre forte, impulsionado pela antecipação das viagens, as companhias aéreas já sentem o efeito do período. Em maio o crescimento do setor ficou em 4,3% ante aos 8% registrados no primeiro trimestre. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas, o público que viaja deverá ter redução após a Copa. A expectativa é de queda entre 11% e 15%.

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Cosmos

Há quem, de maneira equivocada, não acredite na possibilidade de combinar informação de qualidade e entretenimento. Uma prova bastante sólida de que tal mistura é possível está na sequência do seriado “Cosmos” da década de 1980, criado pelo famoso astrofísico Carl Sagan. Produzido pela Fox e apresentado atualmente por Neil Tysson,“Cosmos: A Personal Voyage”, que voltou às telas da TV em março deste ano, é didático, instrutivo, elegante, prazeroso e preciso. Os vários adjetivos decorrem justamente da qualidade da produção e por conseguir transformar (novamente) aquilo que poderia ser visto como um tema restrito para teóricos da física em um blockbuster. A diferença dos contextos de Sagan e Tysson é bastante grande. Sagan criou a série por causa do medo atômico que assombrava os anos 80. Tysson, por sua vez, enfrenta um novo crescimento do número de criacionistas – a parte dos evangélicos que acredita que não existiram mudanças no mundo após a criação divina - e o ceticismo inexplicável de que o homem chegou até a Lua. Enquanto Sagan se apresentava como um grande erudito, Tysson procura se aproximar da cultura pop, sem que isso implique em perda da qualidade de suas “aulas”. Seus colegas acreditam que ele é um exemplo de “expositor”, de alguém capaz de dar publicidade de maneira adequada ideias da academia, algo que nem todos os ramos do saber têm.

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Um é ativista, o outro é pragmático

Sagan era um ativista e chegou a ser preso em um protesto contra um teste nuclear em Nevada. Tysson é um pragmático. Ele afirma que em uma democracia capitalista todo mundo vai concordar que é preciso ter mais dinheiro amanhã do que se possui hoje, mas, nem todo mundo vai concordar com dinheiro investido para uma viagem até Marte ou para descobrir se há vida em uma lua de Júpiter. A estratégia de Tysson é explicar como o financiamento da exploração do espaço vai contribuir para o crescimento econômico, ao demandar investimentos na educação científica e na produção de avanços tecnológicos. Em 2012, ele articulou argumentos históricos para defender suas posições: as viagens para o espaço seriam equivalentes no plano econômico à viagem de Colombo para a pobre Europa antes dos descobrimentos. Sem perder o bom humor, mesmo anticriacionistas, Tysson provoca ao dizer que, se o os chineses “vazassem” planos de construírem bases militares em Marte os Estados Unidos chegariam lá em dois anos. Para além da ironia, talvez seja esta a verdadeira alternativa econômica dos Estados Unidos, buscar explorar o maravilhoso Cosmos, uma vez que a Terra é cada dia mais chinesa.

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