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Em Pauta

Teremos um excedente de capacidade da indústria de celulose?

Mário Sérgio Lorenzetto | 18/07/2014 09:37
Teremos um excedente de capacidade da indústria de celulose?

Teremos um excedente de capacidade da indústria de celulose?

Pelo mundo todo trabalhadores estão recebendo férias coletivas, com ou sem pagamento. Bancos cortam financiamentos para novas indústrias. Há renhidas disputas entre governos municipais e centrais pelo funcionamento de antigas indústrias, os municípios são dependentes da riqueza e dos postos de trabalho criados por elas, os governos centrais não suportam arcar com o peso dos benefícios que lhes são concedidos.

Há dezenas de anos os frigoríficos “piratas” entraram no Mato Grosso do Sul com a mesma promessa – produção de riquezas e trabalho. Poucos permaneceram. A maioria trouxe calotes – para pecuaristas, trabalhadores e governos.

O fato é que nem sempre a chegada de uma planta industrial traz os benefícios prometidos. Como também o inverso é verdadeiro – uma planta industrial pode trazer um completo desenvolvimento para a região.

A dúvida está sendo colocada pelos próprios administradores do setor de celulose. E não é tão recente. Eles denominam “crescimento indisciplinado” da oferta de celulose brasileira. Em um evento do setor em São Paulo, o presidente da Suzano Papel e Celulose, Walter Schalka, pediu publicamente que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) organizasse a “fila” de novas indústrias e de novos projetos de ampliação das existentes. Disse que haveria risco de destruição de valor se o ritmo de inaugurações fosse mantido.

Só em ampliações das concorrentes Fibria e Eldorado, instaladas em Três Lagoas, haverá a adição de 4 milhões de toneladas anuais de celulose de eucalipto. Adicione-se a outra fábrica que está sendo construída em Ribas do Rio Pardo com produção estimada de 2 milhões de toneladas. Talvez este seja o projeto limitante. E o projeto chileno com outros 2 milhões de toneladas, talvez seja o excedente. Caso todos se concretizem, só em nova produção teremos 8 milhões de toneladas por ano a mais do que ora produzimos. Na outra ponta, o do consumo, temos um mercado que cresce em média, mundialmente, 1 milhão de toneladas por ano.

Teremos um excedente de capacidade da indústria de celulose?
Teremos um excedente de capacidade da indústria de celulose?

O paradoxo brasileiro do pleno emprego. A preocupação com a previdência e o seguro-desemprego

Por que o índice de desemprego no Brasil permanece baixo já há um bom tempo, mesmo com as dificuldades econômicas - pequeno crescimento do PIB e taxas de juros elevadas? As respostas são múltiplas e instigantes.

Enquanto a taxa de desemprego é de fato muito baixa, em torno de 5%, o total dos que não trabalham no país em relação aos que poderiam trabalhar é enorme, próximo a 47%, e tem crescido nos últimos anos. Existem milhões de brasileiros que não estão buscando emprego. Esse é um excelente dado quando se trata do aumento de universitários. São mais de 2 milhões de jovens que deixaram de procurar emprego para somente estudar. Um avanço jamais ocorrido.

Na contramão, está o envelhecimento da população e as regras que permitem a aposentadoria precoce para alguns segmentos, como professores e policiais. A soma do envelhecimento e regras para aposentadoria levam à diminuição de pessoas em busca de emprego.

O outro fator que pesa é o bolsa-família. É inquestionável que o bolsa-família traz condições de sobrevivência a milhões de pessoas. Por outro lado desestimula outro tanto a procurar emprego.

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O mais estranho dos fatores é o seguro-desemprego

Paradoxalmente, nos últimos 10 anos, enquanto o desemprego caia de 12,9% para 5%, os gastos com o seguro- desemprego subiram estratosfericamente, de R$ 13 bilhões para mais de R$ 45 bilhões. Com a manutenção das atuais regras, os gastos com o seguro-desemprego e a previdência quebrarão o país.

Por mais estranho e paradoxal que possa parecer, nosso grande desafio neste momento é de além de continuar gerando mais emprego, estimular as pessoas a buscarem emprego. Esse talvez seja um dos maiores paradoxos brasileiros.

Na campanha eleitoral, os políticos falarão de Petrobras, metrô de SP, comportamento inadequado de um dos candidatos, mensalão e temas similares. Nem uma só palavra para a previdência e o seguro-desemprego. Silêncio e enrolação.

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Javalis ou javaporcos os torpedos encouraçados nas lavouras

É uma praga invasora. Responsável por danos sociais, econômicos e ambientais. São verdadeiros "torpedos encouraçados". O javali-europeu é um porco selvagem que figura entre as 100 piores espécies invasoras do mundo. Eles não têm predadores. Têm alto poder reprodutivo e capacidade única de adaptação. É um devorador insaciável. Está sempre buscando novos territórios após devastar os locais por onde passa. Em sua forma pura, pesa cerca de 100 quilos. Cruzado com o porco doméstico, quando costuma ser denominado javaporco, pode superar 250 quilos.

Os javalis se deslocam em bandos, varas, de centenas de animais, que ao cruzar as lavouras deixam milhares de plantas derrubadas e esmagadas. Comem espigas, vagens, ramos, tubérculos, sementes e adubo. Em busca de minhocas fuçam e comprometem cultivos irrigados.

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Relatos de produtores apontam lerdas de até 20% em plantações de soja, milho e sorgo

Eles também são capazes de transmitir doenças para o gado e porcos domésticos. Prendam ovos de perdiz e outras aves que botam no chão. Comem filhotes de tatu e veado. E ainda contribuem para o assoreamento de córregos e rios ao cavoucarem barrancas.

Estima-se que existam 4 milhões de javalis no Brasil. O Ibama não confirma o número, mas admite que o bicho é encontrado em dez estados. No início do século passado, eles atravessaram as fronteiras da Argentina e do Uruguai vindo para o Brasil e se alastrando. Saíram da Europa para atender os caprichos de uma pequena parte de nobres europeus que viviam naqueles países e desejavam reproduzir a caça praticada além-mar. O Ibama declarou guerra ao javali e autorizou, no início de 2013, a caça em todo o território nacional.

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Juizado federal facilita aposentadoria por invalidez

O Juizado Federal, uma turma de juízes que analisa recursos, decidiu que o INSS deve dar aposentadoria por invalidez a um segurado com menos de um ano de contribuição. Pelas regras da Previdência, um trabalhador só pode receber benefício por invalidez após cumprir esse período de carência. Uma perícia médica feita pelo INSS em Minas Gerais comprovou que o segurado não tinha mais condições de trabalhar. Mas a incapacidade havia começado quando ele tinha apenas três meses de contribuição e, por isso, a aposentadoria foi negada. Na Justiça, porém, ele ganhou o direito ao benefício e a atrasados maiores. Todavia, o INSS ainda poderá apresentar um recurso à TNU – que significa Turma Nacional de Uniformização.

Vale lembrar que até essa decisão só não era contado tempo mínimo para acidentes, doenças profissionais ou do trabalho e doenças graves em uma lista feita pelo governo desde que adquirida após começar a pagar o INSS.

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Consumidores estão um pouco mais preocupados com dívidas

As famílias brasileiras estão tomando mais cuidado com dívidas, aponta a pesquisa mensal de Endividamento e Inadimplência do Consumidor – a sigla é Peic – divulgada pela Confederação Nacional do Comércio. O indicador apresentou queda de 0,2 ponto percentual em junho, com relação ao mês anterior.

A queda também ocorreu na comparação anual. De acordo com os dados, 62,5% dos entrevistados afirmaram ter dívidas com cheque pré-datado, cartão de crédito e cheque especial. Enquanto, em junho de 2013, o percentual de famílias endividadas estava em 63%. O crédito mais caro está deixando as famílias um pouco mais cuidadosas. O percentual de famílias com dívidas em atraso também apresentou queda mensal, passando de 20,9% em maio para 19,8% em junho. Em relação a junho do ano passado a pesquisa também constatou queda.

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A Novartis investe US$ 10 bilhões em um tratamento que está levando à cura de algumas formas de câncer

A cura do câncer. Este é o título dos sonhos de todos. É um tsunami de esperança na luta da humanidade contra a mais temida das doenças. São 8 milhões de pessoas que morrem por ano por fatores relacionados à doença.

Agora, um forte feixe de luz surge da associação entre a indústria farmacêutica Novartis, os laboratórios de algumas universidades e hospitais norte americanos. Até hoje, o tratamento do câncer está restrito a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Um quarto procedimento chamado de terapia celular ou, em inglês, Chimeric Antigen Receptor – CAR – pode significar a tão sonhada cura da terrível doença.

Inédita, ousada e radical, a terapia celular não envolve bisturis nem drogas pesadas. Basicamente, ela consiste na retirada de sangue do paciente, envio da amostra a um laboratório, que faz um trabalho de reengenharia genética em cima de umas células denominadas "T" - de extrema importância para o sistema imunológico do corpo. Não fossem essas células, uma pessoa morreria por qualquer gripe. Ao serem modificadas, as células T recebem um vírus inativo, habilitado a aniquilar as células cancerosas. Essa célula T ainda tem a capacidade de induzir outras células para que elas também lutem contra as cancerosas. O passo seguinte é reintroduzir o sangue com as células T no paciente por meio de uma transfusão. E está concretizado o desaparecimento do câncer. Foi o que aconteceu com dezenas de pacientes com informa e leucemia submetidos a esse procedimento.

A questão é: todos os demais tipos de câncer poderão ser tratados assim? Ainda não sabem. A Novartis destinou US$ 10 bilhões à pesquisa e tentará ultrapassar a Roche que ainda liderava as pesquisas nessa área. Além da questão médica, o novo método pode revolucionar um mercado de drogas oncológicas, que hoje movimenta US$ 91 bilhões apenas em medicamentos.

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