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Em Pauta

Um Brasil fechado e quem enfrentou o nazismo

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/12/2016 06:58
Um Brasil fechado e quem enfrentou o nazismo

Disseminado pela imprensa, o drama dos refugiados na Europa comove os brasileiros. As tentativas desesperadas de fuga e a busca por abrigo em outros países geram relatos e imagens aterradores. Cantamos nossa abertura para receber refugiados do mundo todo. Todavia, nem sempre nossas fronteiras estiveram abertas.

No início dos anos 1940, quando milhares de refugiados do nazismo tentavam sair da Europa e salvar suas vidas, eram barrados pelo governo de Getúlio Vargas a entrar no país. Estabeleceram normas rígidas para impedir a entrada de estrangeiros. Inicialmente o alvo eram os japoneses.

Vargas impediu de todas as formas as entrada dos nipônicos no Brasil. Na Europa, a ditadura de Adolf Hitler tinha, inicialmente, a ideia de expulsar os judeus, ciganos, homossexuais e comunistas de todo o continente. A opção pela execução sistemática veio em meados de 1941, depois que os nazistas tiveram a certeza de que nenhuma nação receberia aqueles que desejavam expulsar.

Vargas estava enamorado pelo nazismo inicialmente. Cerrou suas fronteiras com mãos de ferro. só houve uma exceção: o embaixador Luiz Martins de Souza Dantas. Ele emitiu vistos para qualquer pessoa que estivesse sendo perseguida pelos nazistas. Uma grande quantidade de pessoas que requeriam vistos para entrar no Brasil era apátrida, seus países tinham desaparecido com a eclosão da guerra. Outros haviam perdido seus documentos e outros não eram reconhecidos como cidadãos pelos seus países de origem. A Europa era uma bagunça e um vespeiro.

Cerca de 500 vistos foram emitidos entre meados de junho de 1940 e 12 de dezembro do mesmo ano, data em que Souza Dantas foi proibido formalmente de emitir vistos para o ingresso de estrangeiros no Brasil. Entretanto, nos primeiros meses de 1941 Dantas continuava a emitir vistos com datas anteriores à proibição. Precisou ser preso pelos nazistas e levado para um hotel na Alemanha onde ficou "internado" por muitos anos.

Atualmente, essa história foi recuperada graças aos estudos de Fabio Koifman. Dantas é reconhecido internacionalmente como protetor de perseguidos e também é reverenciado como um "Justo Entre Nações" pelo governo de Israel. Um Quixote brasileiro que enfrentou sozinho, emitindo vistos de próprio punho, as trevas do nazismo.

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Um vídeo alegre e bem humorado derruba os estereótipos da mulher muçulmana

A mulher muçulmana tem seus direitos mais restringidos que as ocidentais? Esse é o estereótipo. É verdade que em alguns países do Oriente Médio, especialmente na Arábia Saudita elas enfrentam maiores dificuldades. Mas lutam por seus direitos. O vídeo mostra esse embate com delicadeza, alegria e humor.

A pressão dessas sociedades levaram seus governantes a algumas aberturas. Nas eleições municipais do ano passado, pelo menos 17 mulheres foram eleitas após participar até de comícios.

No vídeo elas estão vestidas com o "niqab", um tecido negro que cobre o rosto deixando apenas os olhos de fora. Algumas jovens sobem em um veículo. Um menino, que não deve superar dez anos, pega o volante e simula que faz o veículo andar. A cena supõe um desafio satírico à proibição das mulheres dirigirem seus carros na Arábia Saudita. Os homens que aparecerem no vídeo, mostram com seus movimentos, uma caricatura dos homens. O vídeo é intitulado, em árabe, "Hwages". A tradução aproximada é "Preocupações". Cria um bom clima para a necessidade de respeitarmos as diferenças e de aplaudirmos as conquistas femininas - lá e cá.

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Hitler. Como pode acontecer?

Lá se vão 71 anos desde o suicídio de Hitler em Berlim. Como pode acontecer? Como os alemães, um dos povos mais cultos da humanidade, deixaram ocorrer o genocídio determinado por esse líder? Essa é uma das perguntas mais difíceis de ser respondida. Era no século passado e com a nova realidade mundial se tornou ainda mais premente respondê-la.

Essa figura desperta de tempos em tempos novas ondas de atenção. Tudo aponta que estamos vivendo em um pico dessa onda de interesse pelo líder nazista. Há paralelismos com outros líderes emergentes por toda parte. Estados Unidos, Grã Bretanha, França, Itália, ...Até no Brasil é possível encontrar algum paralelo. Brotam líderes autoritários e carismáticos - como Hitler foi. Sabem como mobilizar os medos e as esperanças das pessoas em época de crise. Isso Hitler entendeu como ninguém. Se apresentou como o Messias que devolveria a grandeza para a Alemanha.

Em todo mundo perguntam como uma pessoa inculta e medíocre pode chegar tão alto. Essa pergunta não pode ser feita no Brasil. Ele tinha qualidades insólitas. Não só a demagogia e a facilidade para falar às massas. Também possuía um grande talento como ator. Seus dotes camaleônicos lhe permitiam falar como um estadista no parlamento, como um homem moderado perante empresários ou como um pai bem humorado perante crianças e mães. Mas tinha um caráter egocêntrico que lhe permitia mesclar ficção com realidade. Era um excelente mentiroso. Mas, se há muitas semelhanças com políticos do 2016, há uma que é fundamental: Hitler nunca conquistou 50% dos votos dos alemães. E isso é crucial. Foi designado chanceler (primeiro ministro) pelo presidente da República em janeiro de 1933 depois de seu partido ser o mais votado, mas com apenas 33% dos votos, muito distante da maioria absoluta do parlamento alemão.

Para parte do século passado e nossa época, Hitler era mais normal do que desejaríamos. Essa pista foi dada, pela primeira vez, por Hannah Arendt e continua valendo para seus atuais biógrafos. Como criminoso foi absolutamente excepcional. Mas como homem, em seus gostos e costumes, não saiu demasiadamente da norma. Não podemos esquecer as coisas terríveis que mandou fazer ou que fizeram em seu nome. Mas, de igual importância, não podemos esquecer do enorme efeito que causava nas pessoas. Ele assombrava a todos como um anfitrião encantador. Sem formação, mas leitor empedernido, tinha uma memória extraordinária. Seus biógrafos atuais descartam a tese de que era homossexual ou de que seus testículos apresentassem algum problema - teses antigas que não vicejaram. Mesmo no campo da sexualidade, Hitler era uma pessoa comum. A pergunta continua rodando o mundo como um fantasma: como pode acontecer?

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A "Força" da Religião dos Jedis

Tudo começou com uma mistura de piada e verdadeira religiosidade. No censo realizado em 2011, na Grã Bretanha, nada menos de 170 mil pessoas declararam que eram "seguidoras da Força". Mas enquanto alguns apenas ironizavam, outros decidiram levar à sério as mensagens dos filmes "Guerra nas Estrelas" e propuseram construir um sistema de crenças e um código religioso neles inspirados.

Todavia, as autoridades inglesas acabam de negar o status de religião para os seguidores do "Jediísmo". Afirmaram que essa crença " não promove melhorias éticas ou morais". Esse debate é levado à sério por milhares de jovens no mundo todo. Havia a esperança de que a Grã Bretanha se tornasse o primeiro país a reconhecer essa nova religião que tem como preceitos:

1. De acordo com a Ordem do Templo de Jedi, o "Jediísmo é baseado na observação da "Força", descrita como um "poder ubíquo e metafísico" (não tenho a menor ideia do que vem a ser)que os Jedis acreditam ser a natureza subjacente e fundamental do Universo.
2. Os Jedis não acreditam em um deus, mas a fé seria na "Força" e no valor inerente de toda a vida dentro dela.
3. Eles acreditam na vida eterna através da "Força" e, por isso, não são obcecados no luto por aqueles que morrem.
4. Essa religião é uma "inspiração e um modo de vida" para aqueles que assumem o "manto de Jedi".

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