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Em Pauta

Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/10/2015 08:20
Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal

Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal.

O Bernalzismo existe porque pode existir, está aí porque está aí. Essa é a tautologia, a redundância, um movimento que se explica por ele mesmo. Complicado? A história talvez ajude a elucidar esse fenômeno que domina algo como 20% dos corações campo-grandenses.

Há 20 anos, um pequeno grupamento de pessoas, ligadas à comunidade paraguaia, escolheu o jovem radialista Alcides Bernal para ser o locutor oficial dos comícios que reconduziriam Wilson Barbosa Martins ao poder. A campanha exitosa e o bom desempenho do mestre de cerimônias dos palanques, fizeram crescer a aspiração desse diminuto grupo. Lançaram Bernal à vereança.

Cumpriram um passo-a-passo para eleger o locutor de origem paraguaia. Começaram a organização da campanha com o pedido formal de apoio ao governador Wilson B. Martins. Obtiveram não só a promessa de apoio como um visível entusiasmo. Wilson disse que resgataria sua ascendência parcialmente paraguaia trabalhando pela eleição do jovem de voz grave e persuasiva. Algo saiu errado. Alcides Bernal teve uma campanha raquítica e uma votação diminuta.

Voltou-se para o rádio. Com um tom de voz de profeta do apocalipse e a construção de uma política "voltada para as pessoas", onde todos eram seus amigos, disparava críticas aos mandatários - com moderação. Um Bernal tranquilo e "boa praça", equidistante de tudo e de todos. Um semi-independente, pois independência é um fator inexistente em política. Angariava apoios e verbas públicas para seu programa e sua nova candidatura com facilidade. Era um guerrilheiro disfarçado. Fingia ser um bom peixe nadando no mar da população local, mas era um tubarão.

Angariava simpatias das duas grandes forças da época. Em um momento estava com os peemedebistas para logo se irmanar aos petistas. Em verdade, se aproveitava das brechas que os dois Golias permitiam. Foram 20 anos para escalar a montanha do poder. Sem muito barulho, sem criar um grupamento de seguidores que preocupasse os poderosos, principalmente sem debater ideias e proposições de como administrar uma capital. A autofagia dos poderosos abriu os espaços definitivos que o conduziriam ao poder.

Até o último instante, Bernal relutou em se lançar candidato, conhecia as "regras do jogo". Sabia que dispunha de um potencial eleitoral apreciável, mas não dispunha de recursos. O petismo o transformou em candidato: garantiu suas despesas. Foi organizada uma aliança entre o dinheiro que sobrava para os petistas que não dispunham de votos com o segundo melhor colocado nas pesquisas (Simone Tebet ocupava a primeira posição em todas as pesquisas).

Bernal continuava sem um ideário de poder, uma proposição de como administraria Campo Grande. Seu discurso era tautológico, uma eterna repetição de que "administraria para as pessoas". O ramerrão de que todos eram seus amigos. A tentativa de explicar o Bernalzismo será sempre fracassada. Seus fanáticos seguidores são como seus discursos - tautológicos. Existem porque podem existir. Estão aí porque estão aí. Nada mais vazio. O naufrágio é a alternativa que está proposta e em execução.

Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal
Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal

"Deus odeia Renoir", manifestação pede a Obama que retire as telas do francês dos museus.

Que Renoir nunca foi um pop como Van Gogh ou Gaugin todos sabem. Mas admiração e o respeito por esse renomado pintor jamais deixou dúvida através dos séculos. Surge nos EUA um movimento solicitando ao presidente Obama que retire todas as telas de Renoir dos museus daquele país. A discussão tem caráter estético - alguns simplesmente não gostam e outros discutem uma teórica "ausência de técnica" de Renoir. O movimento não é grande, conta com pouco mais de 6 mil adeptos na internet e na única manifestação que fez nas ruas de Washigton, levou algo como 30 pessoas. Caso cresça, seria interessante o Brasil se candidatar para fazer "o favor" de receber as maravilhosas telas de Renoir que estão sendo achincalhadas.

Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal
Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal

A Sociedade da Casa Pequena.

É um bom negócio trocar espaço por tempo? É a reposta a essa indagação que a "Small House Society" (Sociedade da Casa Pequena) pretende recriar as cidades. Procuram um novo estilo de vida. Prédios construídos próximos aos bairros mais centrais da cidade, que proporcionam uma economia de tempo para as pessoas, que deixam de perder horas no trânsito pois passam a viver onde está o trabalho e o lazer. Entendem que essa troca de residências maiores localizadas em locais distantes do centro, por diminutas mas centrais, melhora a qualidade de vida. Para seus idealizadores, o sucesso hoje é ter tempo, um luxo bem mais precioso que morar em uma casa grande. A proposta é eliminar o problema do trânsito da vida das pessoas. Constroem apartamentos compactos, com muita tecnologia embarcada.

O preço médio dessas minimoradias é de US$40 mil com tamanhos que variam de seis metros quadrados a quinze metros quadrados. Esse movimento começou para atender solteiros, especialmente estudantes, mas hoje começam a surgir empreendimentos pensados para atender à demanda de pequenas famílias com apartamentos de 55 metros quadrados. Para compensar a falta de espaço, investem em projetos arquitetônicos inteligentes. Entregam o apartamento 100% mobiliado, com móveis funcionais, que permitem otimizar cada canto da casa. Além disso, os prédios de apartamentos funcionam como um hotel, oferecendo uma série de serviços, como limpeza doméstica, compartilhamento de bicicleta, locais apropriados fora do apartamento para guardar compras de supermercado, além de entrega e recebimento de roupas da lavanderia. Também abrem espaço para lanchonetes e cafés e uma praça para os moradores. Seria o início de uma cidade para ser "usada" por seus moradores. Estão reinventando as cidades.

Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal
Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal

Bom de copo, bom escritor.

"Metade de minha obra foi feita quando eu estava meio bêbado. E a outra metade, quando estava meio sóbrio" diz Jaguar, um dos maiores escritores e cartunistas brasileiros. A crença de que o álcool estimula a criatividade existe desde que o mundo é mundo. Já na Roma antiga, o poeta Horácio alardeava os efeitos inspiradores do vinho: "Quem bebe só água não escreve bons poemas". Mas o álcool só ganhou força como sinônimo de inspiração no início do século passado com o advento da Lei Seca nos Estados Unidos, que vigorou de 1920 1933 que aumentou seu glamour entre escritores e intelectuais. E o que diz a ciência? Estudo realizado na Universidade de Illinois, em Chicago, diz que beber álcool em quantidade moderada pode deixar o cérebro mais inspirado para lidar com problemas que exigem criatividade. Mas não é o que pensavam Charles Bukowski, Jack Kerouac, Edgar Allan Poe, F.Scott Fitzgerald, Ernest Hemingway, John Cheever...bebedores contumazes que sempre afirmaram a ligação estreita entre bebida e criatividade. O número surpreende: dos sete norte-americanos que ganharam o Nobel de literatura, cinco eram alcoólatras: Sinclair Lewis, Eugene O´Neill, Hemingway, John Steinbeck e William Faulkner. Haveria uma associação do álcool com a criatividade pela natureza solitária do trabalho e porque eles eram propensos ao alcoolismo (sim, a ciência já descobriu a existência do gene do alcoolismo).

Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal
Uma tautologia para explicar o "Bernalzismo", os fanáticos seguidores de Bernal

Programa sustentável retira óleo de cozinha usado da rede de esgoto.

Os óleos vegetais estão em todas as cozinhas brasileiras. De soja, milho, girassol ou canola - não há residência que não os utilize. E para onde vão após o uso nas cozinhas? Para o esgoto na quase totalidade das residências. Descartado incorretamente na rede de esgoto ele é capaz de comprometer milhares de litros de água de uma só vez. A estimativa é de que um simples litro de óleo vegetal usado seja responsável por retirar o oxigênio de até 20 mil litros de água de boa qualidade, matando os peixes e outros seres que vivem na água. É um número assustador - 1 litro de óleo pode destruir 20 mil litros de água.

O Instituto Triângulo se propôs recolher o óleo usado e entregar para a residência barras de sabão. Esse programa funciona em São Paulo, Rio Grande do Sul, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro. O instituto Triângulo age em parceria com a Bunge. A cada dois litros de óleo entregue ao Instituto, a residência tem direito a uma barra de sabão biodegradável. No ano passado 200 mil pedras de sabão foram distribuídas e 11,7 toneladas de garrafas pet (onde o óleo deve ser armazenado para a troca) foram recolhidas e enviadas para reciclagem. O Instituto estima que no ano passado cerca de 11,4 bilhões de litros de água deixaram de ser impactados pelo descarte de óleo de cozinha. Existe Bunge sustentável no Mato Grosso do Sul?

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