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Em Pauta

Usinas térmicas: ruim para o Governo Federal, bom para o Estadual

Mário Sérgio Lorenzetto | 10/11/2014 08:05
Usinas térmicas: ruim para o Governo Federal, bom para o Estadual

Crise financeira preocupa setor elétrico

Treze anos se passaram depois do racionamento, que cortou o consumo de energia elétrica em 20% entre junho de 2001 e fevereiro de 2002. O país quase parou. Agora, o setor elétrico volta a enfrentar um cenário conturbado. Não por falta de energia, mas pelos custos da energia.

Dois verões seguidos quentes e secos reduziram o nível dos reservatórios, levando ao acionamento recorde de termelétricas a gás natural que produz receios financeiros sobre o caixa de geradoras e distribuidoras.

Mas o setor de energia também apresenta boas notícias: o consumo de energia elétrica cresceu 4,9% nos 12 meses encerrados em junho. Este é um dado que só perde para o PIB em grau de importância. É a principal medida "heterodoxa" de crescimento da economia de um país. Se o PIB e o consumo de energia elétrica estivessem em bom grau de crescimento, teríamos um país voando nos trilhos. Mas um está negando o outro.

Se os empresários do setor de energia estão felizes com o crescimento do consumo, encontram-se preocupados com a possibilidade de uma crise financeira setorial. Esse setor está convivendo com um rombo bilionário. Para atenuar o rombo, o governo federal liberou R$ 11,2 bilhões para o segmento, montante que será pago pelos consumidores na conta de luz entre este ano e 2015. Em julho, foi liberado novo empréstimo no valor de R$ 6,6 bilhões, totalizando R$ 17,8 bilhões. Esse montante de recursos enrijecem as contas e balanços das geradoras e distribuidoras.

Usinas térmicas: ruim para o Governo Federal, bom para o Estadual
Usinas térmicas: ruim para o Governo Federal, bom para o Estadual

Térmicas favorecem caixa do MS

O cenário se aliviou no primeiro semestre, mas pressões continuaram, principalmente com a falta de chuvas na época de estiagem, o que levou as térmicas a ficarem ligadas, onerando ainda mais as empresas. Alguns especialistas afirmam que as térmicas continuarão bombeando no limite, durante dois anos mais, até que se recomponham os estoques dos reservatórios de água.

Mas, se o governo federal sofre com os custos da energia térmica, o governo do Mato Grosso do Sul aufere bons rendimentos. Em anos anteriores, o bombeamento do gás da Bolívia estava em média a 25 milhões de metros cúbicos com um dólar elevado. O resultado dessa equação, quantidade de gás e dólar elevado, era de R$ 55 milhões por mês em média. Com um bombeamento mantido acima de 30 milhões de metros cúbicos de gás, com dólar mais baixo que na equação anterior, a receita auferida pelo governo estadual está se mantendo em R$ 85 milhões em média por mês.

Em resumo, enquanto o governo federal gastou R$ 17,8 bilhões, o governo estadual arrecadou mais R$ 30 milhões por mês em média. E há claros indicadores que assim continuará por mais dois anos.

Usinas térmicas: ruim para o Governo Federal, bom para o Estadual
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Embrapa aperfeiçoa software para fazendas sustentáveis

No ano em que a renda da produção agrícola deverá superar em 2,47% os números de 2013, passando de R$ 21,2 bilhões para R$ 21,7 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) (dados do Valor Bruto da Produção, VBP, de setembro), a Embrapa Pantanal aperfeiçoa a tecnologia FPS (Fazenda Pantaneira Sustentável), ferramenta para avaliação e monitoramento da sustentabilidade das fazendas pantaneiras, desenvolvida por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da casa.

Foram definidos os principais aspectos a serem considerados na avaliação da sustentabilidade de uma fazenda pantaneira dentro das dimensões ambientais, econômicos e sociais. Para um deles, foram definidos indicadores práticos e holísticos que são obtidos no campo e imagens de satélite. Os dados obtidos são processados em planilhas e serão inseridos no software FPS que, por meio da tecnologia “fuzzy”, apresenta resultados numa escala de 1 a 10 ou classes pré-definidas como bom, regular e ruim na forma de gráficos em radar. Nestes, é possível avaliar os pontos da propriedade que precisam ser melhorados ou adequados para atender aos padrões exigidos pelo mercado para que uma fazenda seja considerada sustentável.

Além da sustentabilidade, a ferramenta avalia como a propriedade está cumprindo itens importantes, relativos a políticas públicas, como vias de acesso, comunicação, educação, saúde, entre outros, e fornece uma certificação para que a carne do Pantanal

seja valorizada proporcionalmente ao modo como é produzida: da forma mais sustentável possível.

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A grande disputa do século XXI: a das patentes

A indústria brasileira novamente entra em crise e o culpado mais uma vez é o governo federal. Mas não é bem assim. A indústria nacional tem dificuldade de entrar no competitivo mundo das disputas das patentes e este é o principal motor da crise.

As patentes concedidas em países de todo o mundo estão crescendo com a corrida das empresas para competir nas economias emergentes e também contra elas. Entre o ano 2000 e 2013, foram concedidas mais de 300 mil patentes. Um número explosivo se considerarmos que, entre os anos 1980 e 2000, foram concedidas algo como 150 mil patentes.

Os países que mais registraram patentes foram a Alemanha, a Coreia do Sul e a China. A grande quantidade delas é de inovações; em seguida, vem o design e, com um número bem reduzido, as de variedades vegetais. A China passou de 0,84% na participação nas patentes globais para 7,3%. A Coreia do Sul seguiu o mesmo percurso e já conta com 5,17% na participação mundial de patentes e o Brasil conta com acanhados 0,32% na participação de patentes.

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Agricultura do MS seguirá sem mudanças de rumo

O economista Eduardo Gianetti da Fonseca deu palestra na Famasul na semana passada e profetizou que o Brasil terá 0,3% de crescimento econômico, “praticamente uma economia parada”. Apesar de eventuais interpretações catastrofistas, um dos economistas mais conhecidos do país fez questão de manter a calma dos agricultores ao reconhecer que o agronegócio, “setor que sustenta a economia brasileira”, é um dos que menos depende de “favorecimentos” do Governo, e que poderia estar anos-luz à frente do que está hoje se aqui tivéssemos estrutura suficiente para aproveitar todo o potencial em termos de produção e mercado. Em seguida, Eduardo Riedel, presidente da Famasul, enfatizou que o desempenho econômico do MS deveu-se ao movimento político do Governo do Estado e anunciou que não haverá mudanças no rumo dado pelo governador André Puccinelli e equipe.

Ou seja, em nível nacional, haja o que houver, entendeu-se que teremos uma solução de continuidade na política econômica para o setor agrícola, graças à independência em relação ao Governo Federal e seus “auxílios”, conquistada a duras penas e muito trabalho. Em nível estadual, um dos nomes cotados para o futuro secretariado de Reinaldo Azambuja, manteve a tranquilidade dos associados, anunciando manutenção de rumo.

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Um ato de bondade...

Gonzalo Lucero é um jovem empresário de 22 anos. Ele criou uma comunidade virtual para artistas e outra para a indústria médica e, hoje, trabalha com vídeos animados. Gonzalo acredita que uma parte de seu tempo deve ser destinada para ajudar outras pessoas. Em maio, esse rapaz, junto com Gino Tubaro, um estudante de 18 anos, ganhou visibilidade na imprensa argentina. Ambos presentearam um menino de 11 anos de idade com aquilo que ele nunca teve: a mão esquerda. Por este ato, Gonzalo e Gino estão sendo processados por entidades médicas. Entendamos o caso, se for possível...

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... e um processo judicial em troca.

Novos tempos, tão difíceis de serem entendidos. Gonzalo e Gino sabem trabalhar com impressoras 3D e foi com essa máquina que fizeram uma prótese perfeita para o menino Felipe Miranda, que vive a 400 quilômetros de distância de Buenos Aires, em um pequeno povoado denominado Tres Algarrobos. A mãe do menino enviou para Gonzalo e Gino fotos e medidas do braço esquerdo do filho, além de imagens de sua mão direita. Em uma semana, a mão esquerda estava impressa em 3D e foi enviada pelo correio.

A notícia chegou aos jornais e à TV. Gonzalo diz que foi um ato de solidariedade e que não ganhou dinheiro. A mão esquerda custou R$ 400, enquanto uma prótese tradicional pode custar até R$ 80.000. Médicos e a indústria de prótese estão processando a dupla Gonzalo e Gino e fazendo um grande barulho: estariam exercendo a medicina ilegalmente. É o Mais Mão argentino, sem cubanos e sem governantes, mas com alta tecnologia.

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